Discurso proferido pelo Comandante-em- Chefe Fidel Castro Ruz, Presidente da República de Cuba, no encerramento do VIII Congresso da União de Jovens Comunistas, Palácio das Convenções, Cidade de Havana, em 5 de dezembro de 2004.

Caros delegados, convidados e participantes no VIII Congresso da União de Jovens Comunistas:

Uma parte dos conceitos que vou a exprimir hoje aquí já foram ditos e publicados; alguns deles desenvolveram-se mais em meio da luta; outros referem-se às metas atingidas; outros são reflexões.

Um dia como hoje, no qual vocês me convidam a falar-lhes, tentaréi exprimir-lhes como e por quê hoje é um dia muito especial para todos nós.

Infelizmente, a responsabilidade que caiu sobre mim ao longo deste intenso e difícil processo revolucionário, e particularmente a minha relação com a Batalha de Idéias, obrigam-me a referir-me aos discursos, reflexões e conceitos próprios, o que não me agrada e, por isso, peço-lhes desculpas com antecedência. Sempre tenho pensado que as idéias não giram em torno dos homens públicos, são eles que devem girar em torno das idéias.

O grau em que me atrevi a prognosticar acontecimentos que hoje começam a confirmar-se como irrefutáveis verdades, está ligado apenas à experiência acumulada. Pude morrer prematuramente como outros muitos revolucionários cubanos ao longo de nossa história. Os adversários de ontem e de hoje fizeram o possível e o impossível por conseguí-lo, mas tive o privilégio de lutar durante muitos anos, desde que nos primeiros meses de 1953 concebemos a idéia de ocupar as armas do Regimento de Santiago de Cuba para começar a luta, e o privilégio não é um mérito; o verdadeiro mérito está em aqueles que acreditaram e estiveram dispostos a sacrificar até a vida pelos objetivos que proclamávamos.

Quando há apenas três dias algumas pessoas me parabenizavam, lembrando-me que se comemorava o 48 aniversário do desembarque do Granma, a mihna primeira reação foi de surpresa Quanto tempo transcorreu e quantos acontecimentos aconteceram! Absorvidos pelos atuais deveres, alguns de nós que participamos naquela ação apenas dispomos de um segundo para lembrar os inícios da longa marcha que estavamos empreendendo nos dias do Moncada e do Granma. Eu definiria todo como uma longa aprendizagem na qual a própria ignorância com que iniciamos aquele inédito caminho nos surpreende.

Recorro ao recurso de lembrar, em apertada síntese, utilizando muitas vezes frases textuais, o essencial que exprimi em três momentos que antecederam à Batalha de Idéias que hoje preside o espírito do VIII Congresso da nossa prestigiosa União de Jovens Comunistas.

Em 8 de outubro de 1997, no Relatório Central ao V Congresso do Partido exprimi:

" É evidente a necessidade de um trabalho mais forte, um trabalho mais intenso nas nossas fileiras juvenis, pois estes tempos e este Partido exigem continuar nutrindo-se de quadros e de militantes procedentes da juventude.

"Acho que mais do que nunca, mais do que em ninhuma outra época, por ser esta a mais difícil, a mais dura, se-requer de um trabalho especial com a juventude e na formação dos nossos jovens, porque não pode ser que os que venham depois desta gerão deixem de serem os melhores."

"Queremos que tenham o máximo de consciência sobre o seu papel, sobre o que podem fazer pelo seu país, o que podem fazer pelo seu futuro."

Nas minhas palavras sobre a juventude no encerramento do V Congresso do partido, em 10 de outubro de 1997, assinalei:

"Temos o Partido, temos a nossa magnífica juventude – sim, assim com essas palavras, magnífica juventude! – à qual, naturalmente, pedimos-lhe e sempre lhe pediremos mais, e pediremos-lhe mais trabalho político, que não é o mesmo que usar uma palavra-de-ordem. O Partido também, durante muito tempo, por vezes foi esquemático, dogmático, trabalhou com palavras-de-ordem, nem com argumentos."

"Há que trabalhar com os cidadãos específicamente e de forma individual; não é apenas trabalhar através da imprensa e da televisão ou das conferências, ou dos atos apolíticos. O trabalho de convencer e persuadir os seres humanos de forma indiviadual é histórico. As religões foram criadas desse jeito e tem durado milhares de anos."

"Nós os revolucionários temos que fazer o mesmo. Os nossos quadros e os da juventude devem trabalhar assim e nunca deixar fora a ninguém.

"A partir da mais profunda convicção de que temos a razão e defendemos o mais justo, o mais formoso, o mais humano, discutir todo o tempo que seja preciso discutir, explicar todas as vezes que seja preciso explicar, ensinar, educar. Não se pode fazer trabalho político em abstrato. Aprofundar nos conhecimentos, nas idéias, no que aquí acontece e no que acontece no mundo. Ser sinceros, ser corajosos, ser veraces."

"No Partido há 780 mil cidadãos, e depois fica o resto dos cidadãos que não são membros do Partido. É tarefa de todos a de tornar em regra o que em muitos casos é uma exceção e a de generalizar as nossas melhores experiências. Como seria possível que não o atingissemos? Que somo? O que valemos se não podemos Com todo o que conhecemos hoje em dia, com todas as possibilidades que temos, é preciso fazê-lo. Essa seria a verdadeira vitória das idéias."

Em 10 de dezembro de 1998, no VII Congresso da UJC, afirmei:

"É preciso reunir-se, em meio da batalha, com a tropa elite para debatir, analizar, aprofundar, trazar planos, estratégias, abordar temas e elaborar idéias, da mesma forma em que se reúne o estado maior de um exército."

"Utilizar sólidos argumentos para falar com os militantes e com aqueles que não o são; para falar com os que podem estar confundidos ou inclusive para discutir e polemizar com aqueles que tenham posições contrárias às posições da Revolução, ou porque estão influenciados pela ideologia do imperialismo nesta grande luta de idéias que desenvolvemos desde há anos precisamente para realizar a fazanha de poder resistir diante do mais poderoso império na esfera política, militar, econômica, tecnológica e cultural que jamais existiu. Os quadros da juventude têm que estar bem preparados para esta tarefa.

"Nesta luta de tipo ideológico as armas fundamentais são as idéias, o arsenal de munições mais importante é o arsenal das idéias. Temos que apetrechar de idéias aos nossos quadros, para que eles, pela sua vez, as transmitam à juventude toda e ao povo."

"Este exército conhece seu plano, conhece sua estratégia, e os inimigos irão conhecendo-os no decorrer dos acontecimentos. Volto a associar a idéia desta luta à grande batalha que desenvolve um exército de vanguarda, uma tropa elite da Revolução. Coloco, em primeiro lugar à Revolução e ao Partido, que ao final de contas, são a mesma coisa.

"Na breve reunião com o novo Comitê Nacional pude falar-lhes com um pouco maIs de liberdade, por serem um número mais reduzido de companheiros, e numa reunião com o Bureau Nacional poderiamos falar ainda com maior liberdade, com mais argumentos e elementos de juízo."

"Este VII Congresso – eu disse então – foi um excelente congresso, uns dos congressos no qual foi discutido mais amplamente, no qual de modo algum tratou-se de evitar nem um só tema; pelo contrário, fizemos um apelo constante para que fossem abordados todos os temas por espinhoso que fossem, precisamente para tirar desta reunião todo o proveito possível, e acho que o conseguimos."

"Foi possível, é preciso dizê-lo categoricamente, graças a um trabalho extraordinário realizado ao longo de um ano, sob a direção do Bureau Nacional da UJC: Na verdade, aqui onde se fizeram reconhecimentos, é preciso fazer-lhes um reconhecimento muito sincero e muito merecido aos companheiros do Bureau e aos numerosos quadros que, sob a direção do Otto, trabalharam desde a convocatória até este mesmo minuto."

Aprendemos todos, não apenas vocês se não também nós."

"O congresso – lhes acrescentei – reflete um crescente fortalecimento da UJC para conseguir dispor de experiência e organização superiores às que nunca tivemos, também gozar de um prestígio e de uma influência superiores às que nunca tivemos e, em esferas chaves, verdadeiramente estratégicas da sociedade de hoje e, ainda maior, da sociedade futura, do país futuro; duma organização como a que se precisa nestes tempos, nestes tempos históricos!"

"Uma das coisas extraordinárias da nossa Revolução é que desde o seu nascimento – e poderia dizer-se que as idéias da nossa Revolução foram engendradas naquela escadaria universitária – existiu uma estreita ligação de irmãos gêmeos, e quase quase poderia dizer-se que de irmãos siameses, entre Revolução e juventude. Procurem-na nalgum outro país do mundo num grau tão alto como o que existiu, existe e existirá sempre neste profundo processo revolucionário. Nossa Revolução renasce a cada dia, porque as idéias que representamos, a justiça que defendemos, a causa pela que lutamos, é hoje a causa, e não pode existir uma outra causa que a causa de bilhões de pessoas neste planeta."

"E digo idéias porque esta luta da que estamos falando vai ser basicamente uma luta de idéias; não serão guerras. Os problemas do mundo não serão resolvidos com armas nucleares, é impossível, nem serão resolvidos mediante guerras; e inclusive digo mais, não serão resolvidos mediante revoluções isoladas que, na ordem implantada com a globalização neoliberal, podem ser simplesmente derrotadas em apenas dias ou no máximo em semanas."

"Não por isso, no entanto, podemos descuidar a defesa nem um minuto, porque com as crises inevitáveis, um câmbio de administração, um grupo fascistóide ou uma extrema direita no poder, resulta suficiente para que o império volte a suas velhas andanças. Os perigos de agressões militares não podem ser descartados. Hoje a batalha real é a batalha de idéias.

"A Revolução pôde resistir porque semeou idéias."

"Aceleradamente é globalizado o mundo, aceleradamente é estabelecida uma ordem econômica mundial insustentável e insuportável. As idéias são a matéria prima com a que se formãm consciências, são a matéria prima por excelência da ideologia. Prefiro chamá-las de matéria prima da consciência para exprimir que não se trata de ideologia estrita e rígida, se não de uma consciência avanzada, isto é, de uma convicção à qual vão chegando inevitavelmente centenas de milhões e bilhões de pessoas neste planeta, e que será, sem dúvidas, a melhor alternativa para que essas idéias consigam triunfar em todo o mundo.

"Não são as armas; são as idéias as que decidirão esta luta universal. E não são as idéias por seus valores intrínsecos, se não porque se ajustam estreitamente às realidades objetivas do mundo de hoje. São idéias a partir da convicção de que matematicamente o mundo não tem uma outra solução, de que o imperialismo não pode sustentar-se, de que o sistema que impuseram ao mundo o conduz a um desastre., a uma crise insalvével, e eu me atreveria a dizer que mais cedo do que tarde.

"É a partir dessas premissas e dessas convicções que valoro o que analizamos e o que estamos fazendo nestes dias; não é o único nem muito menos, mas tem o valor do fundamental."

"Esta batalha que vocês estão desenvolvendo não se pode perder. Sem as tarefas que vocês têm que cumprir, sem o trabalho que realizarão – e o realizarão, disso não tenho a menor dúvida, de forma absolutamento sucedida – não se poderia falar sobre o que sonhamos, não apenas para os nossos compatriotas mas também para todos os habitantes deste planeta.

"Nunca, em nemhum lugar, nenhum povo fiz o que o povo de Cuba está fazendo hoje. E o que está fazendo com as idéias, semeando idéias, cultivando idéias e desenvolvendo idéias, será impossível que possa terminar de um outro jeito que não seja com a vitória das idéias, com a certeza de que esta Revolução não desaparecerá nem será derrubada, porque ela baseia-se solidamente nas idéias que se aprofundam e desenvolvem.

"As idéias justas são invencíveis. E Martí disse sobre elas: "Trincheiras de idéias valem mais do que trincheiras de pedras"; e "uma causa justa desde o fundo de uma gruta pode mais que um exército."

"As idéias não são apenas um instrumento para criar consciência para que os povos lutem, se não que as idéias tornaram-se no principal instrumento de luta neste momento; não em uma inspiração, não num rotéiro, não em uma orientação, se não no principal instrumento de luta."

"Não somos nem podemos ser dogmáticos; sem dogmas de nenhum tipo, com uma mentalidade verdadeiramente dialética e flexível, o que não admite, nem o mais mínimo, o oportunismo ou o pragmatismo.

"Somos flexíveis e somos didáticos a partir da aproximação mais rígida aos princípios e aos objetivos do nosso processo revolucionário, e às novas metas que não lhe pedimos a ninguém, que não ambicionávamos, que não pretendíamos, se não às novas metas que a vida e a história do acontecido nestas décadas fez recair sobre o nosso país e sobre os nossos revolucionários. E assim foi, não temos uma outra opção que não seja lutar com todo o entusiasmo, pensando não apenas em nós se não também em todo o bem-estar que podam significar para tantas pessoas no mundo os frutos de nossas lutas."

Decorrereu um ano exato destas últimas palavras quando quis o azar que começasse a colossal Batalha de Idéias que o nosso povo tem desenvolvido desde há exatamente cinco anos hoje.

Em 5 de julho de 200, ao condecorar a Juan Miguel González com a Ordem "Carlos Manuel de Céspedes", lembrava como o conheci um ano antes, precisamente em 2 de dezembro, e como começou a batalha pelo retorno de Elián. Aquele dia assinalava:

"Lhe fiz numerosas perguntas que ele, em meio da sua visível dor e tristeza respondia com argumentos persuasivos e incontestáveis provas sobre a sua relação afetuosa, limpa e constante com o menino.

"Em nenhum instante deixei de perceber no seu rosto os rasgos de um homem nobre, sincero e sério. Exprimi-lhe a minha convicção de que através de trâmites judiciais nunca devolveriam o menino. Tratava-se de um caso em que os tribunais dos Estados Unidos não tinham nenhuma jurisdição e apenas cabia às autoridades de Imigração dos Estados Unidos o dever de proceder à imediata devolução do seu filho; mas conhecia suficientemente bem quão arrogantes, arbitrárias, parcializadas e cúmplices se comportavam as autoridades dos Estados Unidos no referente às malfeitorias e crimes que eram cometidos contra o nosso povo. A devolução desse menino apenas poderia conseguir-se mediante uma intensa batalha política e da opinião pública nacional e internacional."

No dia seguinte – como comentei naquele ato – intercambiei com os companheiros de nossa direção, e sem perder um minuto me comuniquei com a liderança da União de Jovens Comunistas e da Federação dos Estudantes Universitários. Os jovens e os estudantes seriam a vanguarda nessa luta com o

apoio total de todas as forças revolucionárias.

Após quarenta e oito horas, um domingo à noite – como hoje, há exatamente cinco anos, realizou-se o primeiro protesto diante da Repartição de Interesses dos Estados Unidos, no qual participaram mil jovens das Brigadas Técnicas Juvenis que findavam uma conferência nacional.

Assim começou a épica luta pela libertação de Elián. Aquele combate pelo menino tornou-se rapidamente numa batalha pela justiça e pela felicidade de todas as nossas crianças e todo o nosso povo.

Com a mais profunda convicção, já exprimida nas minhas palavras durante o encerramento do VII Congresso da Juventude que aqui lembrava, de que as idéias são a arma fundamental na luta pela humanidade por a sua própria salvação, a batalha que empreendemos foi de pensamento, de argumentos, de réplicas e contra-réplicas, mas também de fatos e realizações concretas.

Na coordenação e o impulso de aproximadamente 200 programas da Revolução desenvolvidos como resultado desta luta tem trabalhado a União de Jovens Comunistas que faz parte do grupo de trabalho da Batalha de Idéias.

Às tarefas de intercâmbio, análise e às orientações desse grupo do qual fazem parte em grande número lideranças da Juventude Comunista e representantes dos trabalhadores, estudantes, membros dos Comitês de defesa da Revolução, camponeses e mulheres, sob a direção de nosso Partido dediquei em todos esses anos mais de sete mil horas de proveitoso e inesquecível esforço.

Trabalhamos durante todo esse tempo no aprofundamento da visão crítica e não auto-complacente de nossa obra e de nossos objetivos históricos. Temos posto em prática revolucionários conceitos que varrem o formalismo e o conformismo e aceleram os processos de transformações necessárias para o futuro do país.

Entre eles estão, alguns tomados das próprias anotações dos quadros da Juventude e dos participantes nas nossas reuniões:

À esta simple amostra do que ficava na mente dos quadros poderiam-se acrescentar centenas de observações perante a necessidade de atuar com toda urgência e garantir o sucesso. Era preciso ganhar todo o tempo perdido pela rotina, o esquematismo e outros hábitos que freiam os avanços e objetivos que apenas um sistema verdadeiramente socialista pode conseguir.

Um dia exprimi textualmente:

"A Revolução, além dos direitos e garantias conseguidas para todos os cidadãos

De qualquer etnia e origem, não tem conseguido o mesmo sucesso na luta por eliminar as diferenças no estato social e econômico da população negra do país, ainda quando em numerosas áreas de grande importancia designadamente a educação e a saúde desenvolvem um importante papel."

As palavras deste parágrafo especificamente foram proferidas por mim, sem nenhuma vacilação, em 7 de fevereiro do passado ano no encerramento do Congresso Internacional Pedagogia 2003, que foi realizado no meio da Batalha de Idéias. Era algo que levava por dentro e desejava exclamá-lo; triste herança da escravidão, as sociedades de classes, o capitalismo e o imperialismo.

Nunca existiu em nenhuma parte uma verdadeira igualdade de oportunidades. A possibilidade de estudar, superar-se e obter um título universitário era apenas dos setores que possuiam mais conhecimentos e recursos econômicos. Apenas por exceção os pobres escapavam desse fatalismo.

Os enormes avanços conseguidos pelo socialismo criaram as bases, mas faltava dar o salto. Podemos afirmar que, graças à Batalha de Idéias, a vida das crianças, os adolescentes, os jovens e a família cubana hoje não é igual à vida de há cinco anos.

Na escola primária um professor atende hoje a apenas 20 crianças, o que permite uma melhor instrução, atenção diferenciada a cada um dos alunos e a sua família e uma educação mais integral.

Têm televisores, vídeos e laboratórios de computação, instrumentos de incrível eficiência que, ao serviço do ensino, permitem multiplicar os conhecimentos de nossas crianças. Nem uma só criança de Cuba tem ficado sem acesso a esses modernos meios. As escolas que não possuiam eletricidade, hoje têm de paineis solares para utilizar o computador, o televisor e o vídeo.

A computação começou a ser ministrada desde o pré-escolar. Doze mil 958 professores de computação básica formados em cursos emergenciais chegaram às salas de aulas e, pela sua vez, todos os professores do ensino primário receberam cursos idôneos nessa matéria.

As crianças com necessidades educativas especiais também receberam novos e modernos meios de ensino para a sua formação. Há dois anos inauguramos a primeira Escola de Autismo, deficiência esquecida em quase todos os países do mundo.

Agora as crianças começam a estudar o idioma inglês desde a terceira série por vídeo-aulas. Aprendem massivamente o xadrez nas escolas e recebem aulas de cultura e de promoção artística através dos primeiros 3 mil 271 Instrutores de Arte formados no 20 de outubro passado, os que serão reforçados a cada ano com uma cifra semelhante ou maior de instrutores que trabalharão não apenas na área educacional se não também no resto das instituições culturais e sociais da comunidade.

Conseguimos melhorar a alimentação nas escolas que têm serviço de almoço escolar, que já são a esmagadora maioria das que requerem esse serviço.

É oferecido atendimento sistemático a todas as crianças detectados com problemas nutricionais quando foi aplicado o primeiro programa para conhecer o peso e a estatura de todas as crianças até os 15 anos, no ano 2001.

Há pouco tempo concluiu um Estudo Integral de toda a população infantil, que avalia aspectos como o estado nutricional, a atenção educativa, o meio familiar e condições de vida, que estão recebendo o atendimento adequado.

Todas estas transformações permitiram ter um verdadeiro sistema de dupla sessão de aulas e possibilitou que as nossas crianças do ensino primário aprendam hoje 2,2 vezes mais em Matemática e 1,5 vezes em Espanhol que há quatro anos, cifras que devem crescer na medida em que o nosso sistema educacional continúe o seu desenvolvimento programado. Foram igualadas as possibilidades reais de conhecimento e oportunidades de desenvolvimento físico e mental para todas as crianças sem importar o seu lugar de residência, a cor da pel e a origem social.

As extraordinárias mudanças que acontecem no ensino Primário foram feitas com modestos recursos, utilizados com inteligência e senso de igualdade e de justiça e, sobretudo, oferecendo as iguais oportunidades a todas as crianças do país.

Da mesma maneira trabalha-se e continuará trabalhando-se intensamente no aperfeiçoamento e no desenvolvimento do resto dos níveis do ensino escolar.

Nas escolas do Ensino Secundário também empreenderam-se transformações radicais, ao experimentar um modelo educativo diferente que quebra com as velhas concepções do ensino para crianças e adolescentes de sétima, oitava e nona série, que no resto dos países encaram uma profunda crise.

Esse ensino tem agora um professor geral integral responsabilizado com a atenção de 15 alunos, o qual ministra todas as disciplinas salvo Inglês e Educação Física. É um tutor, um educador, um preceptor para cada estudante, quem por isso prescinde do excessivo número de professores de diferentes disciplinas, com o que era impossível conseguir a integração dos conhecimentos e a influência educativa necessária nesta etapa decisiva da vida.

Graças a esse passo a ligação da escola com a família melhorou qualitativamente, o que permite a sua mais ampla cooperação e inclusive mudanças nas atitudes e no tratamento dado por muitos pais aos seus filhos.

As aulas de Matemática, Espanhol, História, Inglês e Física são ministradas através de vídeos com aulas elaboradas pelos mais prestigiosos docentes do país, o que apoia consideravelmente o esforço dos professores e eleva a qualidade e a profundidade dos conteúdos que são ministrados.

Incrementou-se a frequência das aulas de Matemática, Computação, Espanhol e História, com o qual os alunos recebem mais conteúdos e multiplicam os seus conhecimentos nestas disciplinas.

Os novos instrutores de arte também estão nas escolas de ensino secundário promovendo a cultura e aproximando os nossos adolescentes das melhores tradições de Cuba e do mundo.

Foi programado que os estudantes do ensino secundário recebessem merenda escolar ou almoço, o que lhes permite encarar em adequadas condições alimentares a dupla sessão de aulas e oferece uma maior garantia de segurança aos alunos deste nível que não têm que sair de suas escolas até o fim do horário docente.

No passado 2 de dezembro de 2004, 307 mil 339 alunos e 38 mil 246 trabalhadores de 591 Escolas do Ensino Secundário Urbano já estavam recebendo gratuitamente a Merenda Escolar. Ainda restam por incorporar os estudantes de 83 destas escolas, que receberão os benefícios deste programa nos primeiros seis meses do próximo ano.

Os estudantes das Escolas de Conduta recebem a atenção dos trabalhadores sociais, os que estão encarregados de organizar a ação da sociedade para alterar as causas e condições que originam a desvantagem social e os transtornos de conduta desses adolescentes.

Os nossos jovens a partir dos 16 anos tem estado também no centro dessas profundas mudanças.

Foram criadas as Escolas de Trabalhadores Sociais, onde já se formaram 21 mil 485 jovens, como um verdadeiro contingente de apoio e solidariedade social que atúa em quase todos os Conselhos Populares do país. A cada ano são preparados outros 7 mil jovens com o emprego de novos conceitos pedagógicos, organizados não apenas nas escolas destinadas a esse objetivo, senão também nos seus próprios municípios, situados nas chamadas casas-escolas, utilizando para isso televisores, vídeos, computadores, sob a orientação de experimentados professores e ligados direitamente às realidades sociais de suas comunidades. Todos após a sua formação têm acesso direito a numerosas carreiras universitárias afins a sua multifacetada atividade.

Criaram-se cursos de Superação Integral para Jovens de 17 até 30 anos, que após aprovar o nona série, que já é o nível geral nessas idades, não estudavam nem trabalhavam.

Isto nos permitiu que mais de 150 mil jovens estejam vinculados aos programas de superação integral recebendo uma renda adequada a sua idade e necessidades.

Os resulatdos conseguidos possibilitaram que 48 mil 406 formados desses cursos ingressaram já em diferentes carreiras universitárias, incluídas as Ciências Médicas, com resultados altamente positivos.

No decurso da Batalha de Idéias conseguiu-se um velho sonho: a universalização da educação superior, permitindo o acesso às universidades a todos os jovens formados nos Programas da Revoluão e aos trabalhadores em geral.

Este programa tem significado possibilidades inéditas para jovens e adultos que anteriormente não podiam chegar nunca à Educação Superior e agora incorporam-se ao propósito revolucionário de conseguir uma cultura geral integral para todos os cidadãos, independentemente do trabalho social que desenvolvam.

Esses programas possibilitaram que o país tenha hoje a maior matrícula de sua história no ensino superior, 380 mil estudantes; deles, 233 mil 11 estão formando-se nas 938 sedes universitárias existentes nos 169 municípios do país.

Resposta decidida e comprometida deram os 65 mil 427 professores e orientadores que trabalham na Universalização, provindos da grande massa de mais de 700 mil professionais formados pela Revolução que tem o país, apesar do constante roubo de cérebros de que são vítimas os países do Terceiro Mundo.

A nossa aspiração de ter centros de excelência na educação superior levou ao surgimento da Universidade das Ciências Informáticas, primeira instituição desse tipo surgida na Batalha de Idéias.

Em apenas dois anos e três meses da sua apertura nessa já prestigiosa instituição universitária estudam mais de 6 mil jovens de todos os municípios do país, sob novíssimas concepções e revolucionários métodos de trabalho, obtendo rapidamente significativos sucessos no ensino e na atividade produtiva.

O espírito e os conceitos aplicados à Universidade das Ciências Informáticas devemos estendé-los aos politécnicos dessa esfera que em todo o país preparam a quase 40 mil técnicos médios em Informática.

Este projeto ligado aos Politécnicos da Informática, acordado recentemente, poderia qualificar-se como o último programa da Batalha de Idéias correspondente ao período de 2000 a 2004. Para isso serão alocados os recursos materiais e o equipamento necessário. O Ministério da Educação, o Ministério da Informática e das Comunicações e a União de Jovens Comunistas receberam já as instruções adequadas.

Para todas as famílias cubanas a Batalha de Idéias tem significado muito pelas perspectivas de segurança e desenvolvimento físico e mental que oferece sem nenhuma exceção aos seus filhos.

Numa área tão importante como a saúde, recebem o benefício de importantes investimentos que abrangem a totalidade das 444 policlínicas, delas 107 já totalmente transformadas e 34 em execução. A isto podem-se acrescentar os trabalhos de reconstrução e modernização em andamento em 27 hospitais, o que faz parte de um programa que abrangerá igualmente a todos; a apertura de 217 salas de fisioterapia nas policlínicas, os que em sua totalidade terão esse serviço no final do próximo ano; criaram-se 24 novos serviços de hemodiálise, 88 ópticas e 118 centros de terapia intensiva nos municípios que por não terem hospitais cirúrgicos não dispunham deste valiossísimo recurso médico que salvou já milhares de vidas.

O programa de reequipamento tecnológico em andamento beneficia a todos os serviços primários e secundários que tem o país, com a grande vantagem adicional de aproximar os serviços médicos mais importantes e de qualidade dos lares e dos lugares de residência da população.

Nas comunidades rurais sem eletricidade e com difícil acesso, foram inauguradas mil 905 salas de televisão que permitem a informação, o recreio e o acesso aos programas televisivos docentes a mais de médio milhão de cubanos que residem nesses lugares, os últimos que não tinham esse serviço.

A ampliação dos Jovens Club até 300 centros permitiu a formação de 436 mil 753 compatriotas nas técnicas da computação nos últimos quatro anos, desde início de abril de 2001 quando foram inauguradas as novas instalações, aumentando até 3 mil os computadores alocados. Este excelente programa está sendo alargado com outros 300 centros adicionais, dos quais 100 já foram concluídos.

As Feiras do Livro tornaram-se em uma grande festa da família cubana. Levada desde a sua sede tradicional na Capital até 19 cidades do país no 2002, e neste ano até 34 delas, recebeu nas últimas três edições 9 milhões 500 mil participantes e foram vendidos mais de 15 milhões de livros.

A Biblioteca Familiar contribuiu a que o nosso povo tivesse acesso ao melhor da literatura cubana e universal a preços acessíveis. Foram impressas 100 mil coleções de 25 títulos. Está pronta editorialmente uma segunda coleção.

Dois novas e modernas tipografias de grande capacidade foram adquiridas, uma delas trabalha a plena capacidade e a segunda está em processo de investimento. Foram alocados recursos para a reparação e modernização de todas as instalações da União Poligráfica Nacional.

A Universidade para Todos, ligada à televisão, surgida em 2 de outubro de 2000 tornou-se na mais maciça e variada Universidade do país. Através dela foram ministrados 43 cursos com mil 721 horas de conteúdo. Nesta altura são transmitidos seis cursos. Participaram nos cursos ministrados e em andamento 775 professores, dos quais 265 são Doutores em Ciências e 134 são Mestres.

Os programas desenvolvidos para tornar as cadeias em escolas tem causado um notável impacto nas famílias, contribuindo ao fortalecimento da ligação entre a família e os jovens sancionados.

Os estudos a pessoas deficientes tem possibilitado resolver situações críticas de atendimento a esses cidadãos e a suas famílias. Permitiram alertar essas pessoas sobre os riscos de doenças hereditárias e possibilitaram que 6 mil 52 mães pudessem dedicar-se totalmente ao atendimento dos seus filhos com graves deficiências, recebendo para tal uma renda.

Foram estudadas 366 mil 864 pessoas com deficiências físico-motoras, sensoriais, orgánicas e outras, inclusive o retardo mental. Participaram no estudo nacional mais de 300 mil profissionais das ciências e pessoal de direção e apoio.

Em 5 de agosto de 2003 foi inaugurado o novo Centro Nacional de Genética Médica.

Como resultado deste colossal esforço por conseguir o mais alto nível de justiça para o nosso povo e propiciar a mais plena igualdade de oportunidades para todos foram criados nestes cinco anos, fruto dos Programas da Revolução, mais de 380 mil empregos, que beneficiam sobretudo aos jovens.

Segundo informação recebida do Ministério do Trabalho, já foi reduzido o desemprego, ao final do presente ano, a menos de 2%, algo absolutamente impossível em nenhum país capitalista industrializado.

Formaram-se 44 mil 979 novos professores em apenas três anos, o que equivale a onze graduações dos cursos regulares diurnos dos Pedagógicos entre 1988 e 2000.

Como já foi dito, temos 21 mil 485 trabalhadores sociais. No ano 2000, quando começou a Batalha de Idéias, a Previdência Social apenas tinha 795 trabalhadores sociais em todo o país.

Foram concluídas até no dia 20 de novembro trabalhos de construção, reconstrução ou ampliação em 5 mil 810 obras; delas, mil 732 da educação, mil 537 da saúde, 32 importantes instituições da cultura, entre elas está a reconstrução capital e a ampliação do Instituto Superior de Arte e 2 mil 508 de outros programas da Revolução.

Receberam reparação capital 913 escolas. Foram construídas 32 novas. A nação tem hoje 5 mil 270 novas salas-de-aulas para a educação.

Foram produzidos mais de 25 milhões de fitas em apenas ano e meio de trabalho e é construída uma nova fábrica produtora.

Os acordos que acabamos de assinar com a China garantem a adquisição de 100 mil computadores por ano, que serão destinados basicamente à docencia de crianças, jovens e adultos e à superação da crescente massa de técnicos e profissionais de nível superior em nosso país.

Também chegará o dia de seu uso maciço para dialogar com o mundo. Nenhum povo tem mais coisas que informar nem preparação para fazê-lo melhor, se levamos em conta a sua cultura política e o crescente esforço pelo domínio do Inglês e de outros idiomas.

O primeiro milhão de televisores comprados à República Popular China tem possibilitou que 827 mil núcleos familiares do país tenham um televisor a cor de 21 polegadas e de excelente qualidade, que consome 120 watts menos que o televisor soviético em preto e branco. Isto tem um profundo e maciço impacto no nível de informação e cultura de nosso povo e as suas possibilidades de recreio. O resto dos televisores foi dedicados aos programas da educação, saúde e outros de carácter social do país; oitenta mil deles foram utilizados na cooperação internacional; estão-se recebendo também da China 300 mil adicionais de 21 polegadas. Várias decenas de miles de 29 polegadas, que já estão sendo usados na docencia, procedem de outros países.

O sistema educacional dispõe nas salas de aulas de 109 mil 117 televisores e 40 mil 858 vídeos, que se tornaram em excelentes meios de ensino.

Surgiram dois novos canais educativos que junto de Cubavisión e Tele Rebelde transmitem 394 horas semanais de programação educativa; que representam 62,7 % do total das transmissões da Televisão Nacional. Delas, 247 estão destinadas aos planos de estudo.

Se quando realizavamos o anterior Congresso da Juventude discutiamos com preocupação a baixa produção de livros e publicações para as nossas crianças e jovens, hoje podemos dizer que nestes cinco anos foram produzidos 457 milhões 840 mil 862 exemplares de livros, tabloides, folhetos e outras produções poligráficas para os diferentes programas e missões.

Deles:

41 milhões 25 mil 778 livros, tabloides e folhetos para os programas de formação educacional.

15 milhões 979 mil 198 livros para Feiras do Livro

35 milhões 371 mil 157 tabloides das Mesas Redondas e das Tribunas Abertas

15 milhões 905 mil 758 tabloides da Universidade para Todos.

Em 1999 existiam só oito escolas das artes plásticas no país. Hoje este ensino abrange todas as províncias do país, assim hoje temos essa classe de escolas em 17 cidades.

A nova Escola Nacional de Balé com capacidade para 300 alunos ampliou a sua capacidade para os estudantes de todas as províncias.

Hoje 4 mil e 21 meninos de todos os municípios da capital participam duas vezes por semana nas oficinas vocacionais que se desenvolvem na Escola Nacional de Balé. Outras escolas de dança fazem atividades semelhantes.

Seis mil 789 bibliotecas públicas e escolares receberam coleções de enciclopédias, dicionários, atlas e outros livros com os quais renovaram o seu fundo bibliográfico.

Dois milhões 365 mil 234 meninos e jovens receberam um livro como estímulo no seu ato de graduação.

Ao redor de 10 milhões 900 mil compatriotas têm participado nas 161 Tribunas Abertas realizadas.

Onze milhões 800 mil pessoas têm participado nas 18 Marchas realizadas.

Até hoje têm se tem realizado mil e trinta mesas-redondas que têm-se transformado em uma universidade política, oferecendo informações atualizadas e oportunas e fazendo uma análise profunda e verdadeira sobre as grosseiras mentiras e as pérfidas agressões do império contra o nosso povo, assim como sobre importantes temas da política internacional, da economia, cultura, ciências, desportes e outros temas de interesse.

Por ser a Batalha de idéias,- como dissemos uma vez,- " a batalha do humanismo contra a desumanização, a batalha da irmandade e da fraternidade contra o egoísmo mais grosseiro a batalha da justiça contra a injustiça mais brutal; a batalha pelo nosso povo e a batalha pelos outros povos" é que nestes momentos temos 23 mil e 413 profissionais e técnicos da saúde cumprindo missões humanas e solidárias em 66 países. Um elevado número deles trabalham nos bairros mais pobres da grande Pátria de Simão Bolivar que agora mesmo está no processo de mudanças revolucionárias, sob a condução dum novo e extraordinário líder político, bolivariano e martiano, amigo incontestável de Cuba: Hugo Chávez Frías.

O impacto da Batalha de idéias, seus princípios e concepções de trabalho não só têm se revertido na transformação da educação e da vida do nosso povo, senão também no fortalecimento e no prestígio da União de Jovens Comunistas que chega a este congresso tendo a maior quantidade de militantes da última década:

557 mil 298, o que representa 104 mil 692 militantes mais do que tinha no VII Congresso.

Hoje a organização juvenil tem 49 mil e 54 organizações de base, 8 mil 756 mais do que em 1998.

Se no último Congresso do Partido criticamos a UJC por contribuir muito pouco no que diz respeito à quantidade de militantes a passarem à nossa organização de vanguarda, hoje vemos com satisfação que a atenção prestada a este assunto vital e o próprio fortalecimento da organização permitem que a UJC contribua com 63 de cada 100 militantes que completam 30 anos para passarem ao Partido e que no total, incluindo aqueles jovens militantes menores dessa idade que passaram o processo de maneira especial, a UJC tem fortalecido o Partido com 133 mil e 283 novos militantes como uma resposta concreta àquelas justas críticas recebidas naquela altura.

A base principal desses resultados tem sido os quadros juvenis aos quais a batalha tem exigido multiplicar a sua capacidade de ação e a sua preparação e os tem obrigado a transformar qualitativamente os seus métodos de trabalho no intuito de manter o atendimento à vida interna e à ação diária da UJC e ao mesmo tempo cumprir com as novas tarefas emanadas dos programas da Revolução.

A experiência, a estabilidade e os resultados do trabalho têm permitido à organização contribuir com mais quadros ao Partido. Nos últimos dois anos 215 quadros da UJC têm passado ao trabalho profissional dele.

O que temos atingido até agora é fruto do esforço heróico que fazem o nosso povo e a sua magnífica juventude. Ainda temos muito a fazer. Vocês sabem onde existem velhas e novas dificuldades.

Se tem que preservar os professores que hoje estão nas nossas salas de aulas, bem como acrescentar a reserva deles, cuidar com zelo os recursos humanos jovens os quais temos formado nestes anos pondo ênfase no profissionalismo e no aprimoramento; continuar analisando as transformações necessárias a serem incluídas no ensino técnico-profissional e no pré-universitário; aperfeiçoar o processo de universalização da educação superior e conseguir que todas as universidades do país, partindo dessa idéia, atinjam a excelência acadêmica e revolucionária da qual o país demanda dos seus estudantes e professores universitários.

Devemos intensificar e aprofundar o trabalho político com todo o pessoal da saúde para que da qualidade dos serviços oferecidos à população se corresponda ao esforço nos investimentos nas construções e as tecnologias desenvolvidas nesse sector e ao prestígio atingido pela medicina cubana com a presença solidária dos nossos profissionais e técnicos nas diversas partes do mundo.

É urgente continuar a tarefa de propiciar a nossos jovens uma recreação sadia, culta, útil utilizando todas as possibilidades e recursos que hoje temos graças aos programas da Revolução.

Deveremos de continuar a lutar decididamente contra a corrupção, as indisciplinas sociais e qualquer indício de consumo de drogas.

Precisa-se da maior integração de todas as instituições envolvidas na tarefa da difusão massiva, as quais podem e devem ficar inteiramente ao serviço dos conhecimentos, da cultura, da recreação e da defesa dos valores e interesses mais sagrados do nosso povo.

Ainda há muito que reparar, edificar e melhorar em todas nossas instituições sociais. Se tem demonstrado que é possível.

Como já eu disse numa ocasião "talvez o mais útil de nossos modestos esforços na luta por um mundo melhor será demonstrar quanto pode se fazer com tão pouco se todos os recursos humanos e materiais da sociedade são colocados ao serviço do povo".

As despesas feitas em divisas na Batalha de idéias incluindo as construções, os materiais de todo tipo, milhares de equipamentos médicos, de estomatologia e oftalmologia de alta qualidade e estandardizados , computadores, vídeos incluindo os pagamentos realizados pelo crédito dos televisores destinados à população e às instituições também como outros pagamentos semelhantes são inferiores a 2% das despesas totais em divisas do país nos últimos 5 anos.

A isto se tem que adicionar como um exemplo de racionalidade que o custo do milhão de televisores procedentes da China compensa-se praticamente com a poupança de eletricidade que se atinge durante os 8 anos da amortização do crédito recebido.

Quando fazermos uma análise do que têm significado estes heróicos anos de intenso trabalho e não poucos desafios, temos que ficar orgulhosos da nossa juventude, dos seus valores, da sua estirpe, da sua firmeza.

Dessa juventude surgem homens como o Juan Miguel quem tem cumprido tão exemplarmente seus deveres de pai e de patriota.

Da nossa juventude surgiram os nossos cinco heróis prisioneiros do império, que vítimas da vingança e do ódio sofrem uma injusta e cruel prisão nas cadeias norte-americanas, sem que a sua honra, força firmeza e a lealdade à Revolução e ao nosso povo tenham podido ser quebradas.

Eles são símbolos e inspiração para aqueles que farão mudar o mundo. Não descansaremos nem um segundo até que se faça justiça e que sejam trazidos de volta a nossa Pátria. Cedo ou tarde, com o apoio dos outros povos do mundo, ganharemos também essa batalha!

Os dados que aparecem nestas palavras com as quais respondo ao vosso convite, podem assombrar a muitos, alguns nem sequer vão acreditar, outros vão ignorá-los.

O império enfurece-se e proclama com um cinismo pasmoso que tem que liberar Cuba e trazer a democracia a esse povo escravizado e ensiná-lo a ler e escrever, segundo o proclamam no seu programa de transição para o capitalismo. As massas ainda enganadas em parte pelo dilúvio de mentiras e calúnias emanadas dos poderosos meios de comunicação imperialistas vão-nos crer cada vez mais à medida que acordem às realidades que os esperam e que compreendam que a diferença entre o nosso sistema e o que propugna o império é abismal.

O capitalismo tem perdido toda essência humanista, vive do esbanjamento e para o esbanjamento, não pode escapar dessa doença congênita e incurável. Basta dizer que em Haiti, o povo mais pobre do hemisfério, Cuba tem 450 médicos; os países desenvolvidos não podem enviar 50, eles possuem capital financeiro mas carecem do capital humano.

Nem a agressões, nem os bloqueios, nem atos terroristas, nem a desintegração do campo socialista, nem o domínio unipolar do mundo, nem a tomada do poder pela extrema direita nos Estados Unidos, o que advertimos no ano 1998 como uma coisa possível e até provável, nem as ameaças de extermínio puderam quebrantar o espírito de luta do nosso heróico povo.

Temos conhecido a independência real e a verdadeira liberdade. Nunca vamos a conforma-nos a viver sem ela! E estamos dispostos a pagar o preço necessário como disse Martí!

Continuaremos a criar e lutar. Ninguém jamais terá forças pra voltar a encerrar na garrafa o gênio dum povo que escapou para sempre do saqueio, da humilhação e do opróbio.

Como disse Camilo Cienfuegos , aquele extraordinário combatente que aparece ao lado de Mella e Che no emblema da Juventude Comunista de Cuba, e que tihna ao morrer apenas 27 anos, no seu último discurso em 26 de outubro de 1959: "De joelhos ficaremos uma vez e uma vez baixaremos a nossa testa e isto será o dia quando cheguemos à terra que guarda 20 mil cubanos pra dize-lhes: "Irmãos, a Revolução está feita, o vosso sangue não foi derramado em vão!"

Há muito tempo que o povo de Cuba disse A Pátria ou a morte! E levará a sua Batalha de idéias até as últimas conseqüências.

Viva o povo que tem feito face com honra ao mais poderoso império que tinha existido jamais!

Viva eternamente o exemplo que hoje a juventude cubana oferece ao mundo!

Viva para sempre o socialismo!