DISCURSO PROFERIDO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE CUBA, FIDEL CASTRO RUZ, NA FORMAÇÃO DO PRIMEIRO CURSO DAS ESCOLAS DE INSTRUTORES DE ARTE, NA PRAÇA ERNESTO CHE GUEVARA, SANTA CLARA, EM 20 DE OUTUBRO DE 2004.

Professores e trabalhadores das Escolas de Instrutores de Arte;

Jovens formados como Bacharel em Humanidades e Instrutores de Arte, Convidados;

Villaclareños;

Compatriotas de toda Cuba,

Transcorreram exatamente quatro anos, cinco meses e três dias, desde que o 17 de maio do 2000, numa reunião do Grupo de Trabalho da Batalha de Idéias, aprovamos o projeto de formação de Instrutores de Arte. A medida imediata consistia em localizar rapidamente em todo o país 15 instalações escolares com capacidades que não estavam sendo usadas, e criar nelas a base material necessária para começar em setembro desse ano com não menos de 4.000 alunos no primeiro curso, para formar em 10 anos ao redor de 30.000 instrutores de arte.

O programa nessa direção, criado nos primeiros anos da Revolução, embora deu modestos, mas prometedores frutos, se reduziu quase a zero e era imprescindível restabelecê-lo acima de alicerces sólidos, com toda a força, os conhecimentos e a consciência revolucionária que já possuía nosso povo. Os alunos deveriam ser eleitos rigorosamente entre jovens recém formados do nono Grau. As escolas, segundo sua capacidade, seriam adequadas o mais possível à população de cada uma das 14 províncias e o município especial Ilha da Juventude.

Só em três meses se prepararam as 15 escolas, paralelamente, numa estreita coordenação com a União de Jovens Comunistas, a Organização de Pioneiros José Martí e os Ministérios de Educação e a Cultura, realizaram a escolha dos primeiros 4,000 estudantes. Elaboraram-se os planos e programas de estudo, se organizou o claustro, se desenharam e produziram uniformes, dispuseram da bibliografia indispensável para começar e se iniciou a compra dos instrumentos e materiais de trabalho.

Em 4 de setembro de 2000 começaram as aulas nas 15 escolas de instrutores de arte.

Para esse primeiro curso optaram por matricula 12,000 estudantes. Nos anos posteriores se apresentaram uma média de 17.000 em cada curso novo. A seleção foi ampla e com qualidade.

Alguns não acreditavam que este plano fosse possível. Perguntavam-se de onde sairiam os professores e os materiais de estudo. Outros se perguntavam como íamos a criar novas escolas se as condições naquelas já existentes não eram boas.

Em 18 de fevereiro de 2001, após seis meses de funcionamento, ficou inaugurado oficialmente na escola "Manuel Ascunce Domenech", em Villa Clara, o Programa de Escolas de Instrutores de Arte que já estava funcionando como parte substancial e inseparável da Batalha de Idéias.

Ao longo destes primeiros quatro cursos se concluíram os projetos construtivos que facilitaram a possibilidade de poder contar com uma capacidade para 16.200 estudantes.

As despesas feitas em moeda convertível para os investimentos fundamentais que se produziram foram:

Na base material de estudo geral e especializada, $1.795.036 dólares.

Na base material de vida, $ 1.958 796 dólares.

Em investimentos construtivos e tecnológicos, $ 9.891 975 dólares.

Como dado de interesse, acrescento que o custo total em moeda convertível, ao longo de quatro anos para desenvolver as instalações deste extraordinário programa educativo e cultural, conforme os preços atuais do petróleo no mercado mundial, equivale aproximadamente à despesa de três dias de consumo de combustível em Cuba.

No primeiro curso ingressaram 4.086 estudantes. O claustro esteve integrado por 1.111 professores.

Hoje existe uma matrícula de 16.168 estudantes: 4.535 em Música, 4.202 em Plástica, 3.692 em Teatro e 3.739 em Dança.

O claustro está composto por 2.852 professores, 715 de formação geral e 2.137 para ministrar as especialidades. Destes professores, 1.228 são fixos e 1.624 são cooperantes.

É muito justo salientar que muitos professores, artistas e intelectuais se somaram ao esforço para completar o claustro das escolas de instrutores de arte; eles enriqueceram os planos de estudo e conseguiram que, o que numa altura desapareceu, ressurgira com mais força como parte da batalha colossal para lograr uma cultura geral integral em nosso povo. Outrossim, devemos reconhecer o papel dos 2.531 instrutores de arte que durante muitos anos e ao longo desta Revolução se mantiveram em sua labor e que apoiaram decisivamente esta iniciativa.

Durante estes cinco cursos de trabalho das escolas de instrutores de arte, incluindo o curso atual, se matricularam em total 20.235 estudantes.

Hoje se formam 3.237 estudantes dos 4.086 que se matricularam no primeiro curso escolar; 34 estudantes se preparam para apresentar proximamente seu exame final, para um total de 3.271 formados. Recebem o título de Bacharel em Humanidades e Instrutor de Arte em Música, Artes Plásticas, Teatro ou Dança, após ter aprovado um plano de estudo de 7.000 horas no caso de aqueles que receberam a especialidade de Música 7.320 horas, os de Artes Plásticas, 6.840 os de Teatro e 7.000 os de Dança. Todos eles devem possuir, além de sua especialidade, uma base ampla de conhecimentos sobre o resto das áreas da arte.

O Plano de estudo foi aperfeiçoando-se ao longo destes anos de trabalho. O programa inclui as aulas de reflexão e debate, o programa audiovisual, as práticas pré-professionais e atividade independente do quarto ano planejado no horário curricular.

Para poder vencer estes objetivos, as escolas contam com as salas de vídeo, bibliotecas, laboratórios de computação onde a relação de computadora por alunos é de 1 por cada 30, salas de música, salas com pavimento de madeira para dança e teatro, bem como atelier das artes plásticas.

Os formados destas escolas, durante seus quatro anos de formação, devem consultar ou ler uma media de 167 artigos ligados a sua especialidade, à literatura e à história cubana universal.

Dos que se formam:

Os que se formam hoje não sonharam quando eram crianças em serem instrutores de arte.

Da noite para o dia apareceu uma nova opção. Muitos deles tal vez tinham sonhado com a possibilidade de dedicar-se profissionalmente à música, as artes plásticas, à dança ou ao teatro, mas não tiveram essa oportunidade.

O dilema de si serão artistas ou não, nos tem acompanhado. Hoje é cada vez mais comum escutar que são artistas da formosa profissão de ensinar ao povo. Eles descobriram no trabalho com as crianças, uma área da pedagogia que os enriquece, e não tem por que existir contradição entre uma função e outra. Também não haveria que mutilar a possibilidade de desenvolver sua obra artística, se são capazes de cumprir com seus deveres como instrutores de uma escola.

A responsabilidade individual perante o compromisso adquirido com a Revolução, e o trabalho, os levará a cumprir com suas funções como instrutores.

93 por cento dos que hoje se formam, quatro anos atrás não tinham recebido nenhuma aula das especialidades que hoje conhecem. E, se bem ainda lhes resta muito por apreender de sua profissão, das artes, da vida como trabalhador e de sua entrega à Revolução, é muita verdade que são os mesmos que chegaram para abrir esta estrada. Amadureceram física, política e socialmente.

A partir do 6 de setembro deste ano começaram a trabalhar nas escolas de ensino primário, secundário e escolas especiais de todos os municípios do país. Foram distribuídos da seguinte forma:

684 em escolas de ensino primário externas

704 em semi-internatos de ensino primário

56 em internatos deste nível

117 em escolas secundárias básicas no campo

50 em escolas secundárias básicas urbanas

50 em escolas de conduta

As ações que desenvolvem os instrutores que se encontram nos centros docentes estarão norteadas para atingir cinco objetivos fundamentais:

Com a chegada dos instrutores de arte consolida-se a escola como instituição cultural mais importante da comunidade. Os resultados do seu trabalho refletir-se-ão no seio da família. O trabalho destes profissionais se projetará mais além da instituição escolar e dependerá do vínculo com o resto das instituições culturais e sociais da comunidade.

Com sua presença, se enriquece o sistema de trabalho com as crianças, adolescentes e jovens que se tem conformado nestes anos de Batalha de idéias. Serão indispensáveis os vínculos que se criem entre o mestre o professor geral integral, o professor de computação, o trabalhador social e o instrutor de arte.

Já tínhamos antecedentes dos resultados que poderíamos obter. Isto foi constatado em cada etapa de prática pré-profissional, onde os estudantes a partir do segundo ano se

vinculam a centros docentes e às comunidades. Só dois exemplos. O primeiro deles:

A prática pré-profissional dos estudantes de quarto ano, no município La Sierpe, província de Sancti Spíritus, prevê uma semana de trabalho nas comunidades ou escolas que tem condições de trabalho mais difíceis que as habituais.

No caso de dita província, se decidiu que os 183 estudantes do quarto ano de sua escola que hoje se formam se vincularão ao município La Serpe, por se tratar de um novo município, sem uma tradição cultural sólida, onde não houve uma força técnica na cultura durante décadas. Quer dizer, um município onde não existem instrutores formados de épocas anteriores e onde inclusive resulta muito difícipocas anteriores e onde inclusive resulta muito difo de sua escola que hoje se formamif

s que se tem conformado nestes anos de l captar estudantes para as escolas de instrutores de arte, de tal maneira que no primeiro curso só começou uma aluna, que hoje se está formando. Os estudantes foram situados em todas as escolas e aconteceu que era a primeira vez durante muitos anos, segundo a memória dos alunos e professores, que se produzia um movimento cultural tão forte no território. Ficaram em sistema de internato nas escolas, trabalhando nelas e nas comunidades; e às vezes tiveram que andar a pé diversos quilômetros.

Do que ali aconteceu, ainda falam as crianças e os pais. Três estudantes de outros municípios solicitaram trabalhar no município La Sierpe, a partir desta experiência. Foi possível selecionar para a escola de instrutores de arte a 25 alunos, para o ano letivo que começou recentemente. A coisa mais notável é que num encontro realizado há poucos dias com uma representação dos que hoje se formam, cada vez que alguns deles se referia a sua formação, mencionava como decisivo o impacto de aquela semana. A imagem da experiência em La Sierpe se tem conservado neles como uma missão internacionalista, a presença num combate ou numa grande jornada produtiva, quer dizer, ficou o sentido de um ato acima do normal, de um ato de total entrega.

Na sua passagens pelo município realizaram uma espécie de síntese entre o que faz o instrutor de uma Casa de Cultura e o que devem fazer numa escola: tanto trabalham na escola no período da manhã, que amenizavam à comunidade a tarde, que se apresentavam em atividades culturais a noite no município. Todo aconteceu numa semana . O governo do município e o Partido consideram que se tem produzido o início de uma transformação cultural, o que resulta significativo, si levamos em conta que se trata de um município com instituições culturais em bom estado construtivo em geral, mas sem força técnica para trabalhar.

O segundo exemplo:

Desde o ano letivo 2002-2003 a Escola de Instrutores de Arte da Cidade de Havana "Eduardo García Delgado" recebe instruções de escolher a um grupo de estudantes para realizar a prática pré-profissional na Universidade de Ciências Informáticas.

Durante o ano letivo 2002-2003 vincularam-se à pratica pré-profissional por 15 dias.

Já no ano letivo 2003-2004 estabeleceu-se , de maneira permanente, duas vezes por semana, a assistência de um grupo de instrutores a esse centro da educação superior. O trabalho realizado foi avaliado pelos companheiros desta universidade de muito necessário e exigiram que seja mantida a presença desses estudantes para reforçar o movimento amador que existe no centro.

Os resultados falam por si próprios. Em apenas dois anos de trabalho, a Universidade das Ciências Informáticas tem um movimento amador do qual fazem parte 799 estudantes, isto é, um de cada cinco estudantes. No primeiro ano letivo, no Festival Provincial da Federação dos Estudantes Universitários (FEU), obtiveram cinco prêmios e três menções. E no segundo ano letivo, 11 prêmios. Deles, três serão apresentados no Festival Nacional da FEU.

Os formados das escolas de instrutores de arte poderão estudar qualquer das carreiras ou especialidades de Humanidades que são ministradas nos centros do Ministério de Educação Superior, e das carreiras ou especialidades que são ministradas nos Institutos Superiores Pedagógicos pelo plano de Universalização do Ensino Superior.

Considerando as peculiaridades do trabalho do instrutor de arte, a necessidade de mantê-los em uma constante superação como profissionais identificados com seu trabalho como instrutores e o interesse de uma grande parte deles em continuar preparando-se em uma especialidade afim com a sua formação, decidiu-se abrir a Licenciatura em Educação, Especialidade Instrutor de Arte, em estreita coordenação entre os Ministérios da Educação, da Cultura e da Educação Superior.

Estão matriculados nesta especialidade 1,476 dos instrutores formados, para 45,5 por cento.

A nova carreira é ministrada nos Institutos Superiores Pedagógicos nas condições de universalização da educação superior, com uma duração temporária de quatro anos. Baseia-se, fundamentalmente, no Programa Audiovisual e em outros materiais audiovisuais, e reforça igualmente a importância do aprendizado mediante o esforço próprio e a tutoria.

A carreira garante aprofundar a formação humanista, aprofundar a formação pedagógica, aperfeiçoar as habilidades artísticas na especialidade na qual serão formados na Escola de Instrutores de Arte.

Nos próximos dias, às escolas que receberam instrutores de arte começará a chegar um módulo de trabalho de acordo com a especialidade do ou dos instrutores que tenham.

Para dar continuidade à atenção integral que recebeu este programa, decidiu-se que os instrutores já formados continuarão sendo atendidos e serão chefiados desde o Grupo de Trabalho da Batalha de Idéias pela União de Jovens Comunistas.

Para conseguir isso, criaram-se estruturas a nível provincial e municipal, onde quadros profissionais da UJC assumem a responsabilidade de coordenar as ações entre Cultura, Educação, Educação Superior e todas aquelas instituições ou organizações que estão envolvidas no trabalho dos instrutores de arte.

A nível nacional existirá uma sede situada na Havana Velha, que se tornará no Centro Nacional de Superação de Instrutores de Arte. Estará inserido no coração de um dos projetos socioculturais mais importantes do país, e em suas instalações realizar-se-ão atividades para o desfrute do povo, que se deverão tornar em referência para todos.

Esta força juvenil ficará organizada como a Brigada de Instrutores de Arte "José Martí". Funcionará, em certa medida, como um movimento juvenil e como um exército da cultura, cujo teatro de operações fundamental, embora não seja o único, é a escola.

Com a incorporação a esta brigada, consolidar-se-á a identificação desses jovens com suas responsabilidades como instrutores de arte, e será encaminhado o necessário vínculo que devem manter com o movimento artístico do país e de cada território em particular.

A Brigada de Instrutores de Arte "José Martí" facilitará uma melhor atenção em todos os sentidos. Algo semelhante fizemos com os trabalhadores sociais, poderosa e crescente força com que conta hoje a Revolução.

Não podemos dar-nos ao luxo de permitir que por contradições burocráticas, desejos protagônicos e ciúmes institucionais, esta colossal força revolucionária fique diluída em terra de ninguém, sem direção política nem apoio decidido em sua polifacética tarefa.

Pela sua vez, cada instrutor de arte acatará com respeito a autoridade e as atribuições que lhes correspondam a aqueles que chefiam cada um dos centros onde desenvolvem sua atividade, seja qual for o organismo ao qual pertençam.

Assim foram projetadas a organização e as atividades dos instrutores de arte. A vida, como sempre, dirá a última palavra. As portas do aperfeiçoamento estarão sempre abertas para todo o que cria a Revolução.

A UNEAC e a Associação "Hermanos Saíz" manterão uma estreita relação com esses jovens trabalhadores da cultura, através deste pujante movimento que será criado com a introdução maciça de milhares de instrutores cada ano.

Notícias, impressões e anetodas impressionantes:

A União de Jovens Comunistas, o Ministério da Cultura e o Ministério da Educação realizaram um percurso por todo o país onde, em intercâmbio com o Partido, o governo e as instituições de cada território, constataram o entusiasmo com que os novos instrutores chegaram às escolas e os desejos de serem úteis que eles têm.

Eles chegaram carregados de sonhos e foram recebidos com particular carinho e entusiasmo pelas crianças.

Existem muitas expectativas por parte da escola e da comunidade. Agora estão em uma fase de aprendizado. Os diretores e os professores não estão costumados a ter um instrutor de arte e, em muitos casos, não estão familiarizados com as responsabilidades que eles têm.

Nestas semanas eles trabalharam no diagnóstico das crianças, do pessoal docente e do entorno da escola; começaram a ministrar alguns cursos, a freqüentar a Universidade e o sistema de superação desenhado pelos ministérios da Cultura e da Educação para cada um deles.

A integração entre a UJC, os ministérios da Cultura e da Educação ajudaram ao recebimento na escola, à organização das salas de aulas e à inserção no grupo de trabalho.

Fizemos um apelo aos quadros de base da UJC e da Organização dos Pioneiros "José Martí" para verem a escola como o principal Palácio dos Pioneiros, por ser uma escola de novo tipo. Antes o computador, o vídeo, o televisor e muitas dos cursos de arte era preciso buscá-las nos palácios e nos acampamentos. Hoje essas condições encontram-se na própria escola.

Os televisores e os vídeos que têm os centros de educação, junto aos computadores serão também instrumentos de trabalho do instrutor. Eles conduzirão a crianças e adultos nas visitas que poderão fazer, através dos CD ou do vídeo, a museus do mundo.

Os instrutores foram chamados a reconhecer o privilégio de ter uma galeria, um teatro e um ateliê de artes plásticas, de cuja programação eles são responsáveis e que não são mais do que as próprias escolas onde hoje trabalham.

Os videoclubes juvenis e as salas de televisão situadas nas zonas afastadas do país serão também cenário do trabalho do instrutor.

No percurso que está se realizando pelo país pudemos escutar as primeiras impressões. De um território para outro muitas se repetem:

"As crianças querem estar o tempo todo comigo. Quando vou pela rua orgulha-me que as crianças cumprimentam-me e que eles digam para os pais: "Olha, essa é minha professora de música". Gostaria de trabalhar em equipe com o instrutor da outra escola." Instrutora de San Luis, município da província Santiago de Cuba.

"Eu recebi muito apoio da minha Casa da Cultura... gostaria que me autorizassem para trabalhar também com as crianças da escola na qual eu fiz a prática pré-profissional, não quero ser recolocada, porque estas crianças com as quais trabalho agora eu já as adoro, mas as outras me vêem na rua e quase choram. Eu posso trabalhar perfeitamente com todos." Instrutora de San José de las Lajas, município da província Havana.

"Graças às salas de aulas que recebi no quarto ano, porque eu já fiz de tudo, ministrei aulas de Dança e de Música. Eu sou de Artes Plásticas... me ajudam muito as pessoas da Casa da Cultura e na minha escola todos me querem." Instrutora de Holguín.

"Tenho dois filhos com problemas muito sérios de saúde, um deles sofre de fibrose quística; são meus dois primeiros alunos, estamos preparando-lhes uma atenção especial...isso me comoveu muito... me sinto muito útil." Instrutora de Las Tunas.

"Eu sou de Teatro e já tenho um coro... o pai de uma aluna é músico... eu escolhi as crianças com melhores condições, as organizei... solicitei a ajuda do pai de uma aluna e já estamos trabalhando. O trabalho é muito estimulante e as crianças têm muito interesse." Instrutor de Jobabo, município da província Las Tunas.

"Trabalho em uma escola rural. A Diretora não conhecia bem as funções de um instrutor, então organizei um encontro com todos os professores e expôs qual era meu trabalho. Minha Diretora é a minha melhor aliada. Sinto-me muito bem... e já tenho um filho adotivo... é um aluno que tem problemas de aprendizado, comecei a trabalhar com ele através do teatro... conheci que o seu pai não morava com ele nem tomava conta dele como devia ser desde há muito tempo. Eu saí na procura do pai que mora num outro município... apresentei-me, lhe explique o que estava acontecendo... hoje meu filho adotivo já esta começando a obter melhores resultados docentes... estas coisas nos fazem descobrir que temos coração." Instrutor de Camagüey.

"Ministrei aulas de Dança e Música. As crianças adoram muito essas aulas. Por vezes não querem freqüentar as aulas de outras disciplinas. Sou instrutora de Artes Plásticas." Instrutora do município Camagüey.

"Deram-nos um recebimento muito bonito... na escola de crianças com problemas de conduta o trabalho é muito difícil, mas dará seus frutos. Somos quatro instrutores nesse centro... a escola está sendo reparada e nós junto dos outros professores trabalhamos na manutenção... se a escola não tiver condições é preciso cria-las ou inventa-las, para isso está o instrutor..." Instrutor de Granma.

"Eu estou em Buena Vista, um povoado de Remedios... Ali nunca houve um instrutor de nada... Ministro aulas de todas as especialidades na escola... A diretora da Casa da Cultura me pediu que eu fosse o fim de semana para atender os avós do Círculo de Avós. "Eu sou do Teatro e os avós o que queriam era dança. Eu já tinha aprendido as danças de Majagua (danças camponesas que são ensinadas nas escolas de Instrutores de Arte)... Eu lhes ensinei as danças de Majagua e eles, pela sua vez, me ensinaram as danças de Remedios e terminamos dançando "O Gavilão" todos juntos. Instrutor de Remédios, província de Villa Clara.

O exposto até aqui faz parte do trabalho realizado na área da cultura e da educação na Batalha de Idéias.

Nestes quatro anos letivos não apenas temos as 15 novas escolas de instrutores de arte; foi construída a nova Escola Nacional de Balê, com uma capacidade de 300 estudantes de formação profissional, na qual, além disso, funcionam os cursos vocacionais de balê com uma matrícula de mais de 4 mil crianças. Construíram-se sete novas escolas de artes plásticas, conseguindo assim dispor delas em 17 cidades importantes do país; realizou-se uma reparação capital na escola de Trinidad e a escola de San Alejandro foi objeto de uma ampla reparação; reconstruiu-se a Escola de Balê-Teatro e Artes Plásticas de Camagüey; foi construída uma nova Escola de Artes, em Bayamo, com capacidade para 500 estudantes; surgiu uma escola para a preparação de bandas de música e neste momento são reparadas 21 escolas das diversas áreas da atividade artística e uma importantíssima obra, a reparação capital das instalações em funcionamento e a continuação das obras até a terminação definitiva dessa jóia da cultura artística cubana que é o Instituto Superior de Arte.

Tive o privilégio de participar na inauguração de cinco desses centros. Outros ainda estão pendentes de serem inaugurados oficialmente, mas já estão funcionando.

Se no ano letivo 1992-1993 houve uma matrícula de 5.978 alunos nas escolas de arte, podemos dizer que em pleno período especial essa cifra quase foi o dobro, tendo hoje uma matrícula de 10.722; se a eles somam-se os 16.168 das escolas de instrutores de arte, isso significa que temos 26.890 jovens que enriquecerão a força artística e pedagógica na grande batalha de idéias por uma cultura geral integral e pela elevação da qualidade de vida de nosso povo.

Não trabalhamos em vão. O sucesso premiou nossos esforços. Convido qualquer outro país do mundo a apresentar um resultado semelhante.

Em 20 de outubro comemora-se o 136 aniversário da tomada da cidade de Bayamo pelas tropas mambisas, chefiadas por Carlos Manuel de Céspedes.

Aquele dia, no átrio da Igreja maior de Bayamo, foi cantado, pela primeira vez, o Hino Nacional cubano, letra e música de Perucho Figueredo, Maior General do Exército Libertador.

A interpretação do Hino em 20 de outubro coincide com o fato de armas com que a Revolução consegue a primeira e mais importante vitória sobre as tropas coloniais espanholas. A capitulação de Bayamo e a entrada vitoriosa de Céspedes, supõem a culminação do ato de rebeldia iniciado em 10 de outubro na usina açucareira "La Demajagua", que deu uma virada na história do país e fez nascer, sobre as ruínas dos primeiros redutos coloniais, a nação cubana.

Além disso, em 20 de outubro coincide também com o nascimento de Abel Santamaría, heróico combatente e segundo chefe das forças que atacaram o Quartel Moncada.

Por todas essas razões supracitadas, em 1979 um Decreto do Conselho de Ministros estabeleceu esta data como Dia da Cultura Cubana.

Queríamos comemorá-la com a graduação do primeiro contingente de instrutores de arte e com a criação da Brigada "José Martí", como um especial presente para o povo de Villa Clara, exemplo no trabalho por conservar as tradições culturais nas quais baseia-se a identidade de nossa nação e, ganhador da sede pelos atos do dia 26 de julho do presente ano.

Adiante, valentes porta-bandeiras da cultura e do humanismo!

Toda uma vida cheia de glória vos espera.

Quando no futuro hoje incerto da humanidade se fale sobre revoluções e mudanças sociais verdadeiramente profundas e indeléveis, ninguém poderá esquecer a obra que aqui nos reúne. Nosso povo está orgulhoso de vocês.

Viva a Pátria!

Viva a Revolução!

Viva o socialismo!

E como disse quem retornou a Cuba desde a Bolívia com seu destacamento de reforço, aqui todos juntos: Até a vitória sempre!