Discurso
proferido pelo presidente da República de Cuba, Fidel Castro Cruz, no ato de
graduação do ensino fundamental das Escolas Primárias de Cárdenas, Matanzas, em
21 de julho de 2005
Caros graduados e familiares:
Caros compatriotas:
E compreensível que este seja
um ato muito especial. Eu enxergava Elián e, certamente, sinto-me tão empolgado
quanto ele ao vir a esta tribuna.
Não devo me estender muito, está muito calor e
tivemos a sorte de que a chuva respeitasse o nosso ato.
Espero que não cortem a eletricidade
(Risos), mas garanto-lhes que não vai faltar muito, senão o tempo necessário e
podem estar confiantes, bom, a não ser que o mundo acabe, e eu acho que isso
não vai acontecer.
Vem à nossa memória muitas
idéias e lembranças: o furacão, o outro, o outro, o do ano passado, o que
açoitou depois, esse que açoitou neste ano, o que passou perto de nós, e os que
faltam. Nenhum deles será mais forte que nós. Um furacão ainda pior e mais
poderoso, que tem também armas nucleares, pois o golpe que nos desferiu ao
açoitar o país, lá na província de Granma e uma porção da província de Santiago
de Cuba, foi visto do ar, e era muito parecido com um ataque nuclear, sem
radiações, porém esmagou tudo. É impossível esquecer a imagem de Pilón, de Cabo
Cruz e Niquero. E muitas armas nucleares, porque em cada 10 quilômetros deixa
uma; as que nós vimos lá em Hiroshima e suas conseqüências foram terríveis, mas
tinha um diâmetro de 10, 15 quilômetros, e arrasa tudo, mas um furacão a esta
velocidade vai arrasando tudo por onde passar, ao longo de centenas de
quilômetros.
Temíamos o que podia
acontecer em Cárdenas, devido à direção, ao enorme diâmetro em que os ventos
atingiam às vezes até 200 quilômetros. Felizmente, foi perdendo força, não foi
como o do ano anterior, que entrou diretamente proveniente das Ilhas Cayman,
fez sua trajetória pelo mar e atravessou diretamente a província de Havana e
chegou à capital. Este entrou por onde quase entraram os mercenários da invasão
da Baía dos Porcos e quase lhes aconteceu a mesma coisa.
Ao seguir esse rumo, e era
uma questão que não sabíamos muito bem, vinha
Essa plantação de cítricos
foi atingida em cinco anos por três furacões, e este ciclone tinha esse mesmo
rumo, mas percorreu cerca de 300 quilômetros, foi perdendo força. Açoitou com
força, e até com rajadas de 300 quilômetros por hora, mas foram perdendo
velocidade os ventos e diâmetro e, embora mantivesse ventos de cerca de 200
quilômetros ao entrar na província de Havana, o diâmetro de destruição era
muito menor. Entrou com categoria quatro e saiu com categoria um. Contudo, tem
sido um dos que provocou maiores estragos materiais.
Quando o outro furacão fazia
o mesmo percurso e estávamos atentos a ele, e adotávamos medidas prementes para
apoiar a população, já estávamos tomando providências para o segundo furacão e
estamos prontos. Posso-vos garantir que podemos resistir um, dois ou três e
vamos aperfeiçoar os nossos mecanismos para que, como noutras ocasiões, não
haja uma só vítima. Poderá destruir tudo, mas para a Revolução uma vida humana
vale mais do que tudo aquilo que destruir um ciclone.
Espero que ninguém duvide o
que estou afirmando.
Depois vieram as chuvas e as
chuvas vieram depois de uma das mais longas estiagens, ou talvez a pior da
história de nosso país. Centenas de milhar de pessoas receberam durante muitos
meses a água por meio de caminhões-cisterna, tratores, quando o preço do diesel
ultrapassa US$ 500 cada tonelada e a gasolina, US$ 600.
Esses que não se detêm a
reparar muito nos detalhes, deveriam lembrar que o petróleo não é água, o
diesel não é água, a gasolina não é água, nem cai do céu, não inunda, e que tal
escassez afeta consideravelmente. É preciso investir somas avultadas em cada
uma delas. Não caem do céu, é preciso suar as estopinhas para conseguir isso ou
obtê-las com a energia e criatividade das cabeças.
Ainda temos muita coisa que
aprender e asseguro-lhes que vamos aprender também.
Hoje, até a natureza presta
homenagem a este dia, presta homenagem a Cárdenas, presta homenagem a esta
história da qual nasceu tanta coisa, da qual a Revolução reorganizou forças,
forças para travar uma batalha, para ganhá-la, frente ao soberbo e imenso
poderoso, tão poderoso quanto cínico, tão poderoso quanto covarde, tão poderoso
quanto miserável império, que não conseguiu asfixiar esta Revolução, apesar de
seus ventos, talvez de 1000 quilômetros por hora ou 10 mil, não poderem esmagar
a vontade e a resistência deste povo heróico. Heróico, sim, e vocês dão prova
disso. Ninguém ficou desanimado, ninguém acovardou-se. Todas as vezes que foi
preciso, esta escola se mobilizou e foi lá,
Garanto-lhes que ganhamos
também aquela batalha, porque o espírito de luta não desmaiou, nossa firmeza
não desmaiou, nossas armas pacíficas, porém eficientes não desmaiaram, nossas
verdades não desmaiaram, as nossas mensagens ao mundo não pararam. Daí surgiu
aquela frase: Batalha das Idéias, porque foi uma verdadeira batalha das idéias.
Lembremos que uma das
questões que elevam aqueles acontecimentos ante nosso olhar e a história da
pátria foi que nesse momento se deu início a essa batalha das idéias, que
durará muito tempo e continuará colhendo vitórias, continuará derrotando
adversários.
É evidente o fato de que,
apesar de todas as dificuldades e adversidades, a verdade abre caminho, as
idéias mais justas multiplicam-se e milhões, dezenas de milhões e centenas de
milhões estão se incorporando às filas da verdade, e essa verdade ou essas
verdades acabarão esmagando o império, e não só de fora, mas também de dentro,
pois jamais esqueceremos que, no fim daquela batalha das idéias, por volta de
80% dos estadunidenses apoiaram nossa causa, apoiaram nossa luta e tornaram
possível aquele fim. No entanto, como se afirmou então, aquele era um primeiro
passo e faltavam muitas batalhas por travar, e estão sendo travadas.
Agradeço, pois, à natureza
ter cooperado com este ato, está fresco e vejo as lâmpadas acessas, como
pregoeiras de muitas outras que sempre iluminarão.
Dizia-lhes que, felizmente,
Cárdenas ficou intata; Varadero quase intato; a capital da província, quase
intata, independentemente de aproximadamente 180 mil casas danadas pelo
furacão, com dezenas de milhar delas arrasadas, à parte dos milhares de
armazéns e estabelecimentos de todo o tipo estragados.
Garanto-lhes também uma outra
coisa: Jamais se tinha encetado uma luta pela reconstrução como esta que agora
estamos travando. Eis um dado:
Quando do furacão Michelle,
se entregaram, segundo me informaram, cerca de 80 mil telhas de zinco — foram
entregues para o programa de reparação — e há dois dias, se entregaram 250 mil.
E isso é apenas um adiantamento para as
forças e os meios que virão.
Referi-me a alguns destes
assuntos, porque ficamos preocupados. Lembro-me que, nessa manhã, falava com o
secretário do Partido da província: «Onde você está? Responde: «Estou
Falou: «Como é que esbarrou?
O que se passou?» O furacão ainda não tinha açoitado, estava entrando em
Cienfuegos e dizem-me: «Acontece que» — não quero acusá-lo — «o outro, o do
sorriso luminoso, aquele que conquistou naquela tarde meio mundo
Ora bem, já sabemos que é o
mais prejudicial. Os estragos provocados, como explicamos..., falou-se em US$
1,4 bilhão, são ainda superiores; mas nós sabemos como reparar os danos. Faz
falta dinheiro, faz falta matérias-primas, faz falta muitos materiais. É
necessário investir centenas de milhões de dólares, mas não US$ 1,4 bilhão. Se
dispomos das matérias-primas, nós fazemos o restante com o trabalho, com o
povo.
Portanto, quando se afirma:
Perderam-se tal, ninguém pode recuperar as colheitas de cítricos que se
perderam em Jagüey e outras muitas. Contudo, com as matérias-primas disponíveis
vamos produzir o que perdemos com o furacão e muito mais; o que se perdeu com
este e, se açoitar outro, o adicionaremos, e se passar mais outro, isto é, três
ciclones, o adicionaremos.
Garanto-lhes que, com nosso
esforço e com os recursos que o país pode mobilizar, vamos eliminar todos os
danos e ainda mais. Já veremos os resultados daqui a um ano, nesta mesma data,
e o que estará acontecendo no país, com furacão ou sem ele.
Fica demonstrado, que, como
as formiguinhas, podemos fazer muita coisa, e tal qual as formiguinhas, temos
feito muitíssimas coisas
Varadero, um dos melhores
centros turísticos do mundo, continua a crescer.
Os professores integrais,
surgidos nestes anos, os emergentes, já totalizam cerca de 15 mil, e há muitos
cá,
Os assistentes sociais
totalizam 28 mil e, naqueles dias, mal estávamos começando. Que tremenda massa!
Eu perguntava aos garotos recém-graduados do ensino fundamental o que gostariam
de estudar e muitos deles respondiam-me:
«Eu quero ir para a UCI» (Universidade das Ciências Informáticas). Que tremenda
instituição que não pára de progredir! Escolhem os alunos dentre os que têm
melhores qualificações do país e alegra-me imenso que muitos dos que
cumprimentei e lhes entreguei o diploma vão para aquela instituição
prestigiada.
Outros disseram-me: «Eu
gostaria de ser médico». E eu falo: «Pois, você deve se preparar, já que vamos
enviá-lo a cumprir uma missão internacionalista».
Um outro disse-me que gostava
de ser pintor, e mais outro que gostava de ser astrônomo.
Um deles me diz: «Gostaria de
ser mestre». Outra menina diz: «Eu gostaria de ser atriz». Eles todos vinham
desfilando em frente de mim e nenhum tinha dúvida.
Outros falavam: «Ainda não
sei». «Ah, mas você ainda não sabe! Pois, tem que pensar nisso. Bom, pense
devagar, para não se enganar.»
Eu via neles a imagem de
nosso povo, via a imagem de nossos graduados de hoje, dos 1.246. O que
significava aquele desfile de garotos e cada resposta?
Perguntava para si: «Nalgum
lugar do mundo haverá uma graduação como esta em que 1.246 alunos saibam ou
façam uma idéia do que vão estudar futuramente? Nenhum deles hesitava.
Pensemos num segundo, e
reportemo-nos numa máquina do tempo a 50 anos atrás e situemo-nos em Cárdenas,
perguntemo-nos quantos eram graduados do ensino fundamental, cá e nos campos;
perguntemo-nos se era cento por cento e todos na idade escolar correspondente,
sem atraso escolar, e todos com ótimos conhecimentos, certos, como nós, de que
serão superiores, e que cada um deles veio com seus pais, orgulhosos e
satisfeitos, porque os que cá estão não são aqueles que eram donos de Varadero,
de hotéis, de grandes latifúndios. Não, os que cá estão são os descendentes das
famílias humildes do povo, cujos pais não puderam obter um diploma de
universitário. Quantos se formaram em ensino primário e quantos no secundário e
quantos de bacharel, e quantos podiam ir à única universidade que está lá,
muito longe?
Eu conheço um, o doutor
Selman, o pai era alfaiate e acredito que com esse mister conseguiu algum
dinheiro, mudou para lá, para que o filho estudasse na universidade.
Eu sou um dos que tiveram o
privilégio de estudar e sei muito bem porquê, porque não era filho do operário
agrícola ou do cortador de cana ou daquele que cuidava do gado ou do outro que
fazia qualquer coisa naquele lugar. Tive a sorte, e não tenho culpa alguma, e
alegro-me de ter aproveitado aquelas circunstâncias, de poder estudar e
portanto, ir à universidade, quando apenas havia uma só.
Quem sabe quantos
profissionais existem entre os pais e mães das crianças que hoje se graduaram
cá, como professores, como trabalhadores da saúde, como técnicos, e todos
sabiam que neste país seus filhos podiam estudar o que gostassem: desde
especialista do mais alto nível em informática até cosmonauta, astrônomo capaz
de esquadrinhar os mistérios do universo, dessa imensidão de estrelas que
enxergamos à noite e que distam a mais de centenas de anos-luz, a milhares de
anos-luz, luz que corre a razão de 300 mil quilômetros por segundo, cá, deste
canto da Terra, deste mundo, deste planeta em crise, cuja espécie é ameaçada
pela voracidade e pela barbárie, pela ignorância e pela burrice dos que detêm
grandes poderes, pela irresponsabilidade daqueles que saquearam o mundo e hoje
nem sequer podem protegê-lo da destruição.
É enorme e sempre será enorme
para nós a preocupação pelo destino dessas crianças recém-graduadas aqui,
daquelas que ainda não cursam a primeira série, dos irmãozinhos de Elián. Qual
será o destino delas neste mundo cujo meio ambiente está sendo depredado? O que
podemos fazer para salvá-lo frente aos bárbaros, tolos e idiotas? E talvez
alguns de vocês se perguntem: Por que essas palavras tão fortes? Mas basta
saber que o Sol se está pondo cá e que nasceu lá, olhar para o norte e ver as
mais incríveis brutalidades e crimes contra o mundo que jamais se cometeram na
história da humanidade.
Há coisas muito importantes
pelas quais nos preocupamos quando levantamos a cabeça e tentamos olhar para o
futuro. Que acontecerá com essas crianças? Podemos ser cúmplices do destino
duro que lhes depara se esta Batalha das Idéias não é ganha, esta batalha que
hoje é travada em nível mundial a favor
da sobrevivência da espécie. Hoje podemos constatar o que sonhamos para eles, o
que desejamos para nosso povo, que cada criança nasça, como eu disse noutras
ocasiões, sagrada; porque nós recebemos muitos estudantes de muitos lugares,
que estudam medicina, que estudam outra coisa, quando puderam fazer o
bacharelado sendo humildes, não na melhor escola, porque vocês sabem que as
melhores escolas são para os ricos em toda parte do mundo, exceto num país como
o nosso onde houve uma revolução. Eles, se tiverem a oportunidade de estudar cá
e se formarem como médicos, sentirão como se lhes tivesse caído um prêmio do
céu, como se tivessem recebido a notícia mais extraordinária: a possibilidade
de estudarem essa profissão nobre em Cuba.
Assim, por exemplo, há 10 mil
que estudam medicina, vindos de outros países, e virão muitos milhares mais.
Nosso país se converterá na maior fábrica de médicos especialistas do mundo, e
o fazemos porque podemos, e porque o mundo precisa disso: centenas de milhões
de seres humanos na América Latina, na África e noutras partes.
Estudam, vivem cá durante
sete anos para se formar como médicos, são excelentes; alguns já voltam como
excelentes profissionais.
Comparava a situação deles
com a das crianças de todos esses países, os poucos que conseguem chegar à
sexta série, porque existe 15%, 20%, 30% de analfabetismo; são poucas as
crianças que atingem à sexta série em muitos deles, noutros chega uma
percentagem maior. Na própria Venezuela, muitas crianças não conseguiam chegar
à sexta série, porém, devido à extraordinária revolução educacional que se
desenvolve naquele país, hoje se graduam em massa como aqui.
Lembro aqueles primeiros anos
da Revolução: muito atraso no ensino, muitos professores não diplomados,
improvisados e com grande mérito, porque, graças a eles, iniciamos o caminho
que nos levou ao que temos hoje; mas não havia uma criança só, nem há uma só
entre as 1.246 que se graduam, e os pais que estão aqui sabem disso, que possa
dizer o mesmo que as crianças que passaram por aqui: vou estudar isto,
aquilo, ou vou pensá-lo, pois ainda não
decidi. E eu pergunto-lhes: Alguém quereria levantar o braço, algum dos pais
das 1.246 crianças poderia afirmar que seu filho não tem direito de decidir, de
estudar o que mais goste?, desde astrônomo, repito, até doutor em ciências
médicas, em ciências filosóficas, ou futuros dançarinos que façam tremer os
palcos internacionais, como os desta escola, representada na arte por essas
crianças do ensino primário, mesmo, ou daquelas inauguradas em todas as
províncias do país, de dança, de música, de pintura, de uma manifestação
qualquer, hoje, ao alcance dessas crianças, porque sabem que podem dizer: Eu
quero ser isto, e serão, exceto naquelas carreiras que precisem de alguma
vocação, e todo mundo tem vocação, para uma coisa ou para outra.
Por acaso alguém quer
levantar o braço, mães ou pais? Porque vocês sabem muito bem que,
particularmente, aquelas mães e pais que tiverem, por azar, um filho com alguma
deficiência física por causa de um acidente, ou que, por fatores da natureza,
nascerem com alguma imperfeição, existe um matrícula de mais de 50.000 para essas
crianças. E também me pergunto: Alguma dela ficou esquecida, abandonada? Pode
existir, mas hoje é muito difícil que nossos assistentes sociais não a
descubram.
Às vezes, nalgum canto do
país a ignorância é tal, que algumas pessoas não sabem que existe a previdência
social ou que têm a possibilidade de receber o atendimento necessário; ainda,
há um exército que as localiza, que determina o peso delas, o tamanho para
verificar se concordam com a idade correspondente: os assistentes sociais.
Fui extenso assinalando isto,
porque é preciso pensar, refletir.
Aqueles que não têm nada que exibir neste mundo, a não ser miséria e dor,
exploração, saqueio, abuso e crime, tentam nos confundir com mentiras. E temos
que lhes perguntar se existe algum outro lugar na superfície da Terra onde se
possa afirmar isto.
Não se conhece o poder da
verdade! Um dos grandes segredos, talvez o mais importante, desta Revolução é
que trabalha com base na verdade, e a verdade é invencível.
Aproveitei, visto que o tempo
quase sobrava, para fazer algumas reflexões inspiradas na presença de vocês, a
lembrança inesquecível de todas essas crianças e as palavras que troquei com
elas. Ainda mais: Que personalidade! Sexta série, as vi desfilar, a imensa
maioria eram meninas. Os meninos tinham sua personalidade; porém as meninas,
que personalidade! Isso não se vê facilmente noutra parte, isso é fruto de um
mundo diferente, de uma sociedade diferente, bastante iguais dentre as
desigualdades.
Vocês sabem que os que aqui
criam as desigualdades são, geralmente, os espertalhões e trapaceiros, que
sempre que podem, metem a mão no bolso e acabam com o ordenado das pessoas,
embora seja para subi-las no caminhão e lhes cobrar cem pesos por levá-las a
Havana ou a outro lugar qualquer. Sabemos de todas essas coisas, ninguém
imagine que não sabemos. E ficamos felizes quando pensamos que todas essas
dificuldades serão ultrapassadas, e não utilizando a violência, serão
derrotadas através do aperfeiçoamento de nossa sociedade. Que ninguém duvide,
estou certo, e não será tarefa de um grupo de homens, será tarefa de todos;
vocês todos e seus filhos serão protagonistas dessa luta. Porque alguns dizem:
Isso foi mal feito. Ah!, mas não criticam os autores.
Eu leio todos os estados das
opiniões; mas não vou me estender nisso, tenho muito que falar a esse respeito,
e não quero fazê-lo hoje, apenas chamar a atenção de que temos que refletir
muito, meditar muito e lutar juntos; vestígios, dificuldades ainda existentes,
só podem ser vencidos com a força de todos. E a força de todos se unirá; porque
a verdade, a nobreza, a honestidade, os melhores valores de que é capaz o ser
humano podem fazer milagres, podem tornar possível o que, até, parecia
impossível, durante milênios.
A chuva está ameaçando, e eu, realmente, já
disse as coisas fundamentais; mas se quiserem alguns dados… Que um raio agora
não interrompa a felicidade! Não vou permiti-lo.
Situação do país:
“Número de escolas do ensino
primário, 9.029.
“Matrícula total de alunos,
845.922.
“Professores nas 9.029
escolas, 90.867. Deles 16.619 emergentes.
“Quase 100% de todos os
alunos são atendidos por professores com 20 ou menos alunos por sala de aula,
ou por dois professores se o grupo exceder a cifra de
Ninguém tem isso, já veremos,
mesmo como os do ensino secundário, já estão há um em cada 15.
“Neste ano, no total,
graduam-se 143.435 pioneiros da sexta série, praticamente a totalidade.
“No setor urbano, atingiu-se
86,5% da matrícula em grupos de até 20 alunos, e no rural, 95,4%.
“Os 99,1% da matrícula se
beneficiam da implementação de dois turnos.
“A assistência dos alunos
atinge 99,1%” Quem diria!
“Os 98% dos professores do
segundo ciclo trabalharam como professores únicos em substituição do antigo
modelo onde eram utilizados dois professores.
“Neste ano letivo houve 0% de
deserção.
“O comportamento da relação
aluno-turma é de 18,8 em nível nacional,
e de 18 na Cidade de Havana.
“Continua o ensino da língua
inglesa da terceira à sexta séries através de vídeos, e do xadrez nas
diferentes séries, com boa aceitação das crianças e professores.
“Para o ensino da computação,
a formação de conceitos, hábitos e habilidades, contou-se com 41 softwarres
educativos, e um computador em cada 45 alunos.” O número de computadores por
aluno aumentará cada vez mais, isso é inevitável.
“A televisão educativa
transmitiu 31 programas semanais dirigidos ao tratamento dos objetivos e
conteúdos essenciais das cadeiras do programa de estudo do ensino primário e
aumentou mais duas o número de aulas de língua espanhola e de matemática a
partir da quarta série.
“As avaliações da qualidade
indicam que existe uma tendência ao crescimento da aprendizagem, tomando como
ponto de comparação os resultados obtidos na Quinta Operação (maio de 2001,
início das transformações do ensino primário) e a Décima Operação concluída em
maio de
Não há nenhum meteorologista?
Rubiera não está aqui?, para que nos diga se vai chover ou não, para irmos
embora disciplinadamente.
Ainda há mais coisas, existem
deficiências contra as quais lutamos.
“O ensino primário
Vocês não têm uma
radioemissora? (Respondem que sim) Vocês ainda não têm um transmissor de
televisão? (Respondem que não). Não.
Alfonsito, quando teremos a
televisora local de Cárdenas? (Exclamações e aplausos). Vamos ver, Alfonsito,
diz-me
Bem, temos o equipamento;
porém Alfonsito tem mais experiência. Poderão contar com ela nessa data? Por
que não concedemos um prazo até setembro? Quando começar o ano letivo, já
contarão com ela. Terão sua televisora local (Exclamações e aplausos), artistas
daqui, locutores, programas e notícias da localidade. Já não é provincial;
local.
“Número de televisores, cada
vez maior.
“Docentes, 519.
“Na reserva,
“Licenciados, 210.
“A deserção, 0%. Dados
rápidos.
“Na atividade científica se
realizaram 282 trabalhos: 85 de pesquisas, 35 de outros assuntos, 107 meios do
processo de aprendizagem, 55 jogos didáticos.
“Nesta atividade participaram
291 autores e 156 co-autores.” Quem diria! Et cetera, et cetera, e as demais
coisas… Olhando para o céu.
Que pena, aqui tenho a
história do cavaleirinho que nos honra. Cá tenho o que disse em 28 de junho de
2000:
“Nossos abnegados professores
e pedagogos deverão levar a cabo a obra-mestra de convertê-lo num menino
modelo, digno de sua história e de sua simpatia e seu talento, para que sempre
seja, além de um cidadão comum, um símbolo, um exemplo e uma glória para todas
as crianças de nosso país, e um orgulho para os educadores de Cuba”. Eis os
resultados.
“Obteve ótimas qualificações
e domina informação sobre diversas esferas da realidade, pode-se dizer que para
sua idade ‘sabe um pouco de tudo’.” E eu diria que muito de algumas coisas.
“Tem excelente atitude
cognoscitiva, conforme sua idade; mostra avidez por conhecer e gosta de se
sentir desafiado.
Enfrenta-se ao desconhecido
sem evadir as dificuldades. É reflexivo perante o conhecimento; estabelece
freqüentemente relação entre os novos conhecimentos e os já adquiridos,
chegando geralmente a conclusões exactas.
“É um menino observador, que
pode fazer comparações e definir as coisas com bastante precisão. É capaz de
avaliar sua própria atividade de aprendizagem e a de seus colegas com bastante
exatidão.
“É atencioso e aplicado,
traça-se metas e é perseverante para atingi-las. Tem consciência de suas
dificuldades e reconhece-as publicamente.
“É uma criança disciplinada,
respeitosa. Não gosta de ser repreendido, por isso se esforça em fazer bem as
coisas.” Mas estou certo que, aliás, devido à crescente consciência deste
menino, não só porque não goste de ser repreendido. Eu jamais o repreendi, nem
ele a mim, damo-nos muito bem (Risos).
“Mantém boas relações
inter-pessoais, é comunicativo, cortês, sobretudo, com as meninas: interessa-se
pelos problemas dos outros; por sua humildade e singeleza é capaz de atrair
seus colegas. Tem sentido da responsabilidade com seus irmãos mais novos, aos
quais atende sem super-proteção.” É melhor um pouco mais de disciplina para que
não o empurrem na véspera de um furacão (Risos).
“Tem em consideração as
opiniões da turma e tem demonstrado que se subordina a elas, quando acha que
são certas.
“Seu respeito pela turma
evidencia-se quando pede desculpas por não poder estar junto dela nalguma
atividade, por ter que participar de outras que não podem ser adiadas.
“Realizam adequadamente às
tarefas que lhe cabem, por isso é capaz de se concentrar nas aulas
televisionadas, copiar, atender e ter uma ativa participação nas atividades de
divertimento. Gosta de cumprir tarefas nos jogos participativos, sem
incomodar-se quando perde.
“É um menino higiênico e
meticuloso com seus materiais escolares.
“Um importante indicador de
suas qualidades foi constatado quando o elegeram unanimemente chefe da escola
em representação dos pioneiros, quando chegou à sexta série. Seu sentido da
responsabilidade manifestou-se fundamentalmente da maneira que está desempenhando
o cargo de chefe dos pioneiros de sua escola.
“Por outro lado, o conjunto
de tarefas e atividades que acarreta essa responsabilidade tem sido uma grande
contribuição para seu desenvolvimento, sobretudo ajudou-o a se comunicar com
grupos desconhecidos, a se esforçar para representar adequadamente seus
condiscípulos, a gerar idéias para orientar os chefes de destacamento e tomar
decisões de acordo com sua idade.
“Termina a sexta série com
resultados excelentes e uma trajetória muito destacada, hoje seu esforço se
corresponde aos resultados obtidos, por isso foi reconhecido por todos como o
Pioneiro Mais Integral dentre os graduados de sua escola, apesar de ele ser o
primeiro a propor outra pioneira de sua turma.
“Elabora seus próprios
discursos.”
Tenho o privilégio de ser seu
amigo!
Pátria ou Morte!
Venceremos!
(OVAÇÃO)