REFLEXÕES
DO COMANDANTE-EM-CHEFE
Uma
resposta digna
Os fatos acontecem com um
ritmo incrível. Às vezes vários acontecem
São palavras dignas da nossa
Revolução e da sua alta direção política. Um por um foram tratados e
esclarecidos os pontos que deviam receber imediata resposta. Enumero-os e
reitero:
Ainda com o risco de fazer
com que a reflexão seja extensa, desejo acrescentar alguns elementos de juízo.
A União Européia foi conduzida por Washington a um beco sem saída honorável. A
guerra fria concluiu com a vitória do consumismo real do capitalismo
desenvolvido perante a ânsia de consumo que o mesmo criou em amplas massas do
campo socialista e da própria União Soviética. Perderam a batalha de idéias. Ao
povo russo, eixo central da Revolução de Outubro tiraram-lhe compromissos
importantes que pela sua vez estavam acompanhados por acordos e garantias para
sua segurança e soberania: A Europa foi libertada de mais de 400 mísseis SS-20,
como os qualificava a NATO, que eram móveis, com três ogivas nucleares cada um,
e apontavam para todos os cantos da Europa onde havia bases militares
norte-americanas e forças da NATO. Em sua embriaguez triunfalista, a agressiva
aliança tinha acolhido em seu seio muitas antigas repúblicas socialistas
européias, algumas das quais, na procura de vantagens econômicas, converteram o
resto da Europa em reféns de sua política exterior, servindo incondicionalmente
aos interesses estratégicos dos Estados Unidos.
Quaisquer dos membros da
União Européia pode bloquear uma decisão. Esse sistema não funciona
politicamente e faz com que diminua na prática a soberania de todos. A União
Européia está agora pior do que o antigo campo socialista. Já o vaidoso Blair,
o construtor de submarinos sofisticados, amigo de Bush, é anunciado como
possível candidato futuro à presidência da União. Os cabogramas anunciam que
hoje foi designado Enviado Especial para o Oriente Médio, onde tanto contribuiu
para a desastrosa guerra desatada pelos Estados Unidos.
No tema energético vê-se os
governos europeus mendigar combustível nas poucas regiões onde o império ainda
não se tem apoderado dele pela força, da mesma forma que compra com papéis qualquer
empresa européia.
O euro é, contudo, uma moeda
sólida; ainda mais do que o dólar, que se desvaloriza constantemente. Embora
este seja defendido pelos possuidores de bônus e bilhetes ianques, o império
corre o risco de um descalabro de dramáticas conseqüências econômicas.
Por outro lado, a Europa
seria uma das áreas mais afetadas pelo aquecimento climático. Suas famosas e
modernas instalações portuárias ficariam embaixo da água.
Hoje propõe com desesperação
tratados de livre comércio com a América Latina, piores do que os de
Washington, procurando matérias-primas e biodiesel. Já se escutam críticas
sobre o tema. Porém o dinheiro europeu não é da comunidade, é das multinacionais
e em qualquer momento marchará rumo aos países com mão de obra barata procurando
rentabilidade.
Com sua altiva e digna
resposta, Cuba pôs ênfase no fundamental.
Embora toda boa estratégia
inclui uma boa tática, nem uma nem a
outra são corretas se são toleradas a altanaria e a auto-suficiência.
Os próprios europeus compreenderão
nalgum dia a que absurda situação os levou o imperialismo e que um país do
Caribe lhes disse as verdades necessárias. O cavalo desbocado do consumismo não
pode continuar essa louca carreira porque é insustentável.
A última reunião da União
européia sobre o futuro tratado comunitário foi mais uma prova da
desmoralização reinante. A agencia AFP publicou no passado domingo 24 de junho
que “O chefe do governo italiano, Romano Prodi, expressou sua ‘amargura’ pela
cimeira realizada em Bruxelas na qual participaram os líderes da União
Européia, aos quais acusou de terem dado o ‘espetáculo’ de uma Europa ‘sem
emoção’, numa entrevista ao jornal
“’Como pró-europeu, sinto
amargura pelo espetáculo que assisti’,
disse Prodi, ex-presidente da Comissão Européia.
“’O empenho dalguns governos
por negar qualquer aspecto emocional da Europa doe-me’, acrescentou,
referindo-se à Polônia, a República Tcheca, a Holanda e a Grã-Bretanha.
“’São os mesmos governos que
reprocham à Europa estar longe dos cidadãos’, considerou.
“’Porém como fazemos para
implicar os cidadãos sem sentimentos (...) que podemos fazer para que se sintam
orgulhosos de serem europeus se lhes são negados os símbolos como a bandeira e
o hino’, perguntou-se”.
“Tony Blair leva a cabo uma
batalha contra a Carta dos Direitos Fundamentais’, disse.”
“Criticou o presidente polaco
Lech Kaczynski, que lhe disse que não podia estar de acordo com suas posições
porque a Itália e a Polônia ‘são povos muito diferentes’.
“’Jamais os euro-cépticos se
manifestaram ‘de forma tão explícita e programática’ como na última cimeira,
concluiu Prodi.”
Na reunião do G-8 Bush atirou
um balde de água gelada contra os europeus.
Nesta época decisiva não
importa o número de inimigos, que serão cada vez menos, mas sim “o número de
estrelas na frente”.
Fidel Castro Ruz
27 de junho de 2007
Hora: 18h30