Os fatos, que foram analisados na Mesa Redonda de sexta-feira, 23 , às 18h 30min, causaram profunda indignação a nosso povo. Como todos sabem, acontecimentos desse tipo, com perdas de vidas ou acidentes físicos graves, ocorrem com freqüência.

A partir de 11 de setembro, a máfia terrorista de Miami, consciente de sua participação e responsabilidade em numerosos, repugnantes e graves atos terroristas cometidos contra nosso povo, assustada pela terrível gravidade do ocorrido em Nova York, manteve-se discreta e bastante silenciosa durante várias semanas. Ultimamente tem estado mais ativa em suas sinuosas campanhas, planos e conspirações contra a Revolução. Isso estimula as malfeitorias e atos delitivos da escória e dos piores elementos que residem em Miami. Daí que se começaram progressivamente as viagens dos contrabandistas de cidadãos cubanos.

Desta vez, em uma lancha rápida de cerca de trinta pés de comprimento, onde cabem apenas, apertadas, dez ou doze pessoas, cometeram a barbaridade de carregar não menos que trinta. Havia mau tempo, ventos fortes e ondas de mais de dois metros de altura. Parece que a lancha se emborcou a dezenas de milhas da costa norte-americana. Um fato monstruoso, filho da impunidade e da tolerância, que conduziu a uma morte atroz numerosas crianças cubanas que cursavam o primeiro trimestre do ano letivo.

Durante a noite do sábado, 24, e todo o domingo, 25, como foi informado, uma cruel e grosseira manobra de engano e desinformação foi levada a cabo, a partir de Miami. Lançaram o boato de que as pessoas desaparecidas no trágico naufrágio encontravam-se sãs e salvas no Panamá, resgatadas por um navio mercante panamenho. Tudo não passou de uma cínica e deliberada mentira. Consultadas em diversos países, as autoridades e fontes pertinentes que podiam saber melhor que ninguém a veracidade da notícia, responderam de forma clara e categórica que não possuíam informação alguma que corrobore essa notícia.

Embora nosso povo se encontre envolvido no duro esforço de recuperação, depois da destruição e dos danos do furacão que acaba de fustigar o país, não pode permanecer impassível.

Hoje, 27 de Novembro, às 17 horas, terá lugar um massivo ato de protesto e repulsa, na Tribuna Antiimperialista "José Martí".

Trezentos mil compatriotas da Capital expressarão sua condenação à Lei assassina de Ajuste Cubano, que tantas vidas tem custado a nosso país.

Será também uma expressão de luto pelas crianças inocentes que, sob o horror de cenas talvez indescritíveis, viram ceifadas suas curtas e alegres vidas, como conseqüência da política criminosa levada contra nosso país durante muitos anos.

Antes, às 14 horas, 50 mil estudantes e outros jovens partirão da Escadaria Universitária, pela rua de San Lázaro, até o monumento dos estudantes de medicina fuzilados há 130 anos, situado em frente ao Castelo de La Punta, e, depois do tradicional ato de homenagem, marcharão pela Orla maritima até a Tribuna Antiimperialista "José Martí", para somar-se à grande massa que ali estará presente.

Este 27 de Novembro, data histórica lutuosa, não só recordaremos aos estudantes inocentes cruelmente executados pela metrópole espanhola em 1871, mas também condenaremos a infame lei imperialista, em virtude da qual, durante dezenas de anos, crianças cubanas têm sido sistematicamente assassinadas.