VI CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
LINEAMENTOS DA POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL DO PARTIDO E A REVOLUÇÃO
Aprovado a 18 de abril de 2011
“Ano 53 da Revolução”
Revolução é ter sentido do momento histórico; é mudar tudo o que
deve ser mudado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os
outros como seres humanos; é emancipar-nos por nós próprios e com os nossos
próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do
âmbito social e nacional; é defender valores nos quais se acredita ao preço de
qualquer sacrifício; é modéstia, desinteresse, altruísmo, solidariedade e heroísmo;
é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar
princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz
de esmagar a força da verdade e das idéias. Revolução é unidade, é
independência, é lutar pelos nossos sonhos de justiça para Cuba e para o mundo,
que é a base do nosso patriotismo, do nosso socialismo e do nosso
internacionalismo.
Fidel Castro Ruz
1 de Maio de 2000
“A batalha econômica
constitui hoje, mais do que nunca, a tarefa principal e o centro do trabalho
ideológico dos quadros, porque dela depende a sustentabilidade e a preservação
do nosso sistema social”.
General de Exército
Raúl Castro Ruz
Encerramento do IX
Congresso da
União de Jovens
Comunistas
4 de Abril de 2010
ÍNDICE
RESOLUÇÃO SOBRE OS LINEAMENTOS DA
POLÍTICA ECONÔMICA E SOCIAL DO
PARTIDO E A REVOLUÇÃO
8
Introdução 11
Lineamentos da
Política Econômica e Social 18
I Modelo de gestão econômica 21
Lineamentos gerais 21
Âmbito empresarial 24
As cooperativas 27
Sistema orçamentário 29
Territórios 30
II Políticas
macroeconómicas 31
Lineamentos gerais 31
Política monetária 33
Política cambiária 35
Política fiscal 35
Política de preços 38
III Política
econômica externa 39
Lineamentos gerais 40
Comércio externo 40
Dívida e créditos 44
Investimento estrangeiro 45
Colaboração 47
Integração econômica 48
IV Política de
investimentos
49
Lineamentos
49
V Política de
ciência, tecnologia e inovação
e Meio Ambiente 53
Lineamentos
53
VI Política social 56
Lineamentos gerais 56
Educação 58
Saúde 60
Desporto 61
Cultura 62
Previdência Social 63
Emprego e ordenados 63
Gratuidades e
Subsídios 65
VII Política
agro-industrial 66
Lineamentos
66
VIII Política
industrial e energética 77
Política industrial 77
Lineamentos gerais 77
Lineamentos para os principais sectores 78
Política energética 83
IX Política para o
turismo 86
Lineamentos 86
X Política para os
transportes 89
Lineamentos 89
XI Política para as
construções, habitações
e recursos
hidráulicos 93
Lineamentos 93
Construções 93
Habitações 94
Recursos hidráulicos 96
XII Política para o
comércio 97
Lineamentos
97
IMPLEMENTAÇÃO DOS
LINEAMENTOS 100
RESOLUÇÃO SOBRE OS LINEAMENTOS DA POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL DO PARTIDO
E A REVOLUÇÃO
O sexto Congresso do Partido Comunista de Cuba discutiu e
analisou o projeto final e dos Lineamentos da Política Econômica e Social do
Partido e a Revolução, para atualizar o modelo econômico cubano, com o objetivo
de garantir a continuidade e irreversibilidade do Socialismo, o desenvolvimento
econômico do país e a elevação do nível de vida da população, conjugados com a
necessária formação de valores éticos e políticos dos nossos cidadãos.
Os Lineamentos definem que o sistema econômico que prevalecerá continuará se baseando na
propriedade socialista de todo o povo sobre os meios fundamentais de produção,
onde deverá reger o princípio de distribuição socialista ¨ de cada qual segundo
sua capacidade a cada qual segundo seu trabalho.¨
A política econômica do Partido vai se corresponder com o
princípio de que só o socialismo é capaz de vencer as dificuldades e preservar
as conquistas da Revolução, e que na atualização do modelo primará a
planificação a qual levara em conta as
tendências do mercado.
Estes princípios devem ser aplicados com maior autonomia das
empresas estatais e o desenvolvimento de outras formas de gestão. O modelo
reconhecerá e promoverá para além da empresa estatal socialista, forma
principal na economia nacional, às modalidades do investimento estrangeiro, as
cooperativas, os pequenos agricultores, os usufrutuários, os arrendatários, os
trabalhadores por conta própria e outras formas que pudessem surgir para
contribuir com a elevação da eficiência.
Na política econômica está presente o conceito de que o
socialismo significa igualdade de direitos e de oportunidades para todos os
cidadãos, não igualitarismo, e ratifica-se o principio de que na sociedade
socialista cubana ninguém ficará desamparado.
O projeto de Lineamentos da Política Económica e Social do
Partido e a Revolução, foi debatido sendo apoiado pela maioria dos cidadãos;
reformulando-se a partir das propostas realizadas por estes num processo
democrático de ampla participação popular.
O Sexto Congresso do PCC, depois de avalizados os ditames
das cinco comissões criadas acordou:
·
Aprovar os Lineamentos da Política
Económica e Social do Partido e a Revolução com as modificações acordadas.
·
Orientar ao Governo a criação duma Comissão
Permanente para a Implementação e Desenvolvimento, a qual, sem menoscabo das funções
que correspondem aos respectivos Organismos da Administração Central do Estado,
terá a responsabilidade de controlar, verificar e coordenar as ações de todos
os envolvidos nesta atividade, propor a incorporação de novos lineamentos, e
conduzir, em coordenação com os órgãos competentes a divulgação adequada do
processo.
·
Recomendar à Assembléia Nacional do Poder
Popular, ao Governo e os organismos correspondentes que elaborem e aprovem,
segundo o caso, as normas jurídicas necessárias para criar a base legal e
institucional que possam garantir as modificações funcionais, estruturais e
econômicas que se adotarem.
·
Encarregar ao Partido Comunista de Cuba a
responsabilidade de controlar, impulsionar e exigir o cumprimento dos
Lineamentos aprovados, o que pressupõe elevar a cultura econômica dos seus
quadros e militantes, a todos os níveis. O Plenário do Comitê Central do
Partido analisará pelo menos dois vezes por ano o andamento da atualização do
modelo econômico e a execução do Plano da Economia.
INTRODUÇÃO
Ao serem colocados
os lineamentos da política económica no âmbito do VI Congresso do Partido
Comunista de Cuba, resulta necessário realizar uma avaliação sobre o estado da
economia e dos problemas a serem resolvidos, tendo em mente os principais acontecimentos
e circunstâncias de ordem externa e interna presentes desde o último Congresso.
No que diz respeito
aos factores externos, o entorno internacional tem-se caracterizado pela
existência de uma crise estrutural sistêmica, com a simultaneidade das crises
económica, financeira, energética, alimentar e ambiental, com maior impacto nos
países subdesenvolvidos.
Cuba, com uma
economia dependente das suas relações econômicas externas, não ficou isenta dos
impactos dessa crise que se manifestaram em instabilidade dos preços dos
produtos que intercambia; nas demandas para os seus produtos e serviços de
exportação; bem como em maiores restrições nas possibilidades de obtenção de
financiamento externo.
Entre 1997 e 2009
as variações de preços nas exportações e nas importações ocasionaram uma perda
líquida para o país por 10 mil 900 milhões de dólares, relativamente aos níveis
de 1997. Em média, o poder de compra das exportações de bens ficou deteriorado
em 15 por cento.
Adicionalmente, o
país experimentou o recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e
financeiro, que de forma ininterrupta, por espaço de meio século, foi-lhe
imposto pelos Estados Unidos da América, situação essa que não foi alterada com
a atual administração desse país e que tem significado consideráveis perdas.
Todavia, desde
finais do ano 2004 se abriram para Cuba novas possibilidades de inserção
internacional nos marcos da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América
(ALBA), potencializando as fontes de receitas provenientes da prestação de
serviços, nomeadamente os serviços médicos a Venezuela e a outros países da
região. Da mesma forma, incrementaram-se substancialmente as relações
comerciais e financeiras com outros países, entre os quais se destacam a China,
o Vietnã, a Rússia, Angola, o Irão, o Brasil e a Argélia.
Os fenómenos
climatéricos no período causaram elevados prejuízos à economia, calculando-se
as perdas por 16 furacões desde 1998 até ao 2008 em 20 mil 564 milhões de
dólares, sem incluir as grandes afetações provocadas pela seca.
Na ordem interna
têm estado presentes factores tais como: baixa eficiência, descapitalização da
base produtiva e da infra-estrutura, envelhecimento e estagnação no crescimento
populacional.
Para além dos objetivos
colocados na Resolução Económica do V Congresso, neste período foi necessário
reorientar algumas políticas para encarar os complexos problemas derivados do
entorno internacional, assim como os que na ordem interna se apresentaram.
Por outro lado, no
que se refere ao funcionamento da economia, a partir do ano 2003 houve uma
elevada centralização dos mecanismos de designação e emprego das divisas.
A partir do ano
2005 se evidenciaram as limitações da economia para fazer face ao déficit da
conta financeira da balança de pagamentos, as retenções bancárias de
transferências para o exterior e o elevado montante dos vencimentos da dívida,
tudo o qual significou uma grande tensão na condução da economia. Isso levou
para a adopção de diversas medidas:
· Fortalecimento
da institucionalização, incluída a reorganização do Estado e do Governo.
· Ênfase
no conceito de que o plano da economia deve ser ajustado conforme os recursos
disponíveis.
· Priorizar
o crescimento e a diversificação de exportações e a substituição de
importações, formulando programas e medidas especiais para apoiá-los, no que
sobressaem os esquemas fechados de financiamento, que permitem fazer uso das
divisas de forma descentralizada.
· Revisão
e reorientação da política de investimentos para dar-lhe maior integralidade,
evitar imobilização de recursos e outras ineficiências. Em correspondência com
isso, foram redistribuídos os créditos externos disponíveis para os objectivos
que no curto prazo tivessem um maior efeito na balança de pagamentos.
· Reprogramação
dos pagamentos da dívida externa.
· Transformações
estruturais e no funcionamento do sector agropecuário. Emissão do Decreto-Lei
259 relativo à entrega de terras estatais improdutivas em usufruto, no intuito
de elevar a produção de alimentos e reduzir a sua importação.
· Medidas
adicionais para a poupança de portadores energéticos, incluídas as vinculadas
com aspectos organizativos, tal como a reorganização do transporte de cargas.
· Início
de um importante grupo de investimentos industriais de carácter estratégico relativamente
ao desenvolvimento futuro do país.
· Com o
objectivo de atenuar a carga ao Estado em alguns serviços que se prestam, foram
iniciadas experiências tais como: substituição de refeitórios e transportes
operários por outras modalidades; arrendamento de barbearias, salões de beleza
e táxis a empregados nessas actividades.
Mesmo com a adopção
das medidas antes referidas, devido ao complexo panorama existente, ainda não
foram resolvidos os principais problemas que limitam o desempenho da economia,
portanto será necessário:
· Colocar
em exploração as terras ainda improdutivas e elevar os rendimentos agrícolas.
· Recuperar
a capacidade exportadora em setores tradicionais; aumentar continuamente e
diversificar as exportações de bens e serviços, bem como reduzir a elevada
dependência importadora visando reverter a situação financeira externa
· Procurar
alternativas de fontes de financiamento para deter o processo de
descapitalização da indústria e a infra-estrutura produtiva do país.
· Outorgar
maiores faculdades nos marcos do plano às empresas e impulsionar efetivamente a
iniciativa dos territórios para potencializar de forma sustentável o seu
desenvolvimento económico
· Desenvolver
um processo de reestruturação do emprego e dos salários, considerando formas
não estatais de gestão onde for conveniente, dirigidas a eliminar os quadros de
pessoal deturpados em todos os setores da economia, de maneira que garanta que
o trabalho seja para a população a forma principal de obtenção de receitas
· Incrementar
a produtividade do trabalho, elevar a disciplina e o nível de motivação do
salário e dos incentivos, eliminando o igualitarismo nos mecanismos de
distribuição e redistribuição da renda. Como parte deste processo será
necessário suprimir gratuidades indevidas e subsídios excessivos
· Fortalecer
os níveis de coordenação das políticas macroeconômicas e concluir os estudos
para a eliminação da dualidade monetária e o aperfeiçoamento da política
cambial.
· A
condução da economia através do sistema de planificação centrou-se, no
fundamental, nos problemas do sector externo, o que junto da insuficiente
integralidade entre os objectivos do plano, tem contribuído a manter as
desproporções e a não correspondência dos planos das empresas com o da economia
nacional.
Para encarar
problemas tão complexos é necessário ter uma visão estratégica a mediano e
longo prazos, e por tal desde meados do ano 2009 até maio de 2010 o Ministério
de Economia e Planejamento realizou uma projeção da economia até o 2015, com a
participação dos organismos.
A realização da
projeção demonstrou que a solução dos desequilíbrios macroeconômicos e dos
problemas de eficiência presentes constitui uma ação indispensável para o
desenvolvimento futuro do país e que, portanto, para o qüinqüênio 2011-2015, a
política econômica, baseada na projeção aprovada, deve dar resposta a esses
problemas.
LINEAMENTOS DA POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL DO PARTIDO E A REVOLUÇÃO
O sistema econômico
que prevalecerá no nosso país continuará baseando-se na propriedade socialista
de todo o povo sobre os meios fundamentais de produção, onde deverá reger o
princípio de distribuição socialista ¨de a cada qual segundo a sua capacidade a
cada qual segundo seu trabalho¨
A política econômica
na nova etapa estará em correspondência com o princípio de que só o Socialismo
é capaz de vencer as dificuldades e preservar as conquistas da Revolução e que
na actualização do modelo econômico, irá primar a planificação e não o mercado.
A planificação centralizada da economia e o controlo sistemático que o Estado,
o Governo e suas instituições devem exercer, serão garantia do funcionamento
eficiente dos sistemas.
Estes princípios
devem ser aplicados com mais independência das empresas estatais e com o
desenvolvimento de formas de gestão não estatal na produção e os serviços, para
conseguir uma maior utilização das forças produtivas, aumentar os níveis de
produção e elevar o nível de vida da população.
Neste contexto será
necessário fomentar a cultura econômica de toda a população e adquire
particular importância conseguir a preparação requerida dos quadros, bem como a
necessidade de preservar a ética, o que junto do sentido do dever e da
sensibilidade revolucionária, deverão ser determinantes no seu comportamento
cotidiano.
Na política
económica que se propõe consta que o socialismo é igualdade de direitos e
igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, não igualitarismo. O
trabalho é, ao mesmo tempo, um direito e um dever, motivo de realização pessoal
para cada cidadão e deverá ser remunerado em conformidade com a sua quantidade
e qualidade.
A partir das
actuais condições e do cenário internacional previsível, a política económica
vai encaminhada ao enfrentamento dos problemas da economia, transitando por
dois tipos de soluções que precisam de congruência entre si:
· Soluções
a curto prazo, voltadas para a eliminação do déficit da balança de pagamentos,
potencializando a geração de receitas externas e a substituição de importações,
e que ao mesmo tempo dêem resposta aos problemas de maior impacto imediato na
eficiência econômica, a motivação pelo trabalho e a distribuição da receita e
criem as condições necessárias de infra-estruturas e produtivas que permitam o
trânsito para uma etapa superior do desenvolvimento.
· Soluções
do desenvolvimento sustentável, a mais longo prazo, que permitam uma
auto-suficiência alimentar e energética altas, um uso eficiente do potencial
humano, uma elevada competitividade nas produções tradicionais, assim como o
desenvolvimento de novas produções de bens e serviços de alto valor agregado.
A atualização do
modelo econômico e a aplicação das medidas associadas realizar-se-ão
ratificando o princípio de que na sociedade socialista cubana ninguém vai ficar
desprotegido.
Tendo em conta o
antes exposto, foram definidos os seguintes lineamentos em cada uma das áreas
que conformam a política econômica e social.
Os lineamentos da Política Econômica e Social são a
expressão da vontade do povo refletida na política do Partido, o Estado e o
Governo da República de Cuba de atualizar o modelo econômico cubano, com o
objetivo de garantir a continuidade e irreversibilidade do socialismo, o
desenvolvimento econômico do país e a elevação do nível de vida da população, junto
da necessária formação de valores éticos e políticos dos nossos cidadãos.
Para elaborá-los, foram consideradas as experiências
passadas, a evolução e projeção do cenário econômico e político mundial, bem
como a situação da economia cubana no referido contexto, tudo isso avalizado
pelos resultados das projeções efetuadas a mediano prazo.
I MODELO DE GESTÃO ECONÓMICA
Lineamentos gerais
1. O
sistema de planificação socialista continuará a ser a via principal para a direção
da economia nacional, e pela sua vez deverá se transformar nos seus aspectos
metodológicos e organizativos e de controlo. A planificação levará em conta o
mercado, influindo sobre o mesmo e considerando as suas características.
2. O modelo
de gestão reconhece e incentiva para além da empresa estatal socialista, que é
a forma principal na economia nacional, as modalidades de investimento
estrangeiro previstas na lei (empresas de capital misto, contratos de
associação econômica internacional, entre outras) as cooperativas, os pequenos
agricultores, os usufrutuários, os arrendatários, os trabalhadores por conta
própria e outras formas que em conjunto pudessem contribuir à elevação da
eficiência.
3. Nas
formas de gestão não estatais não se permitirá a concentração da propriedade em
pessoas jurídicas ou naturais.
4. As
mudanças estruturais, funcionais, organizativas e econômicas do sistema
empresarial, as unidades orçamentárias e a administração estatal em geral,
serão feitas de forma programada, com ordem e disciplina, na base da política
aprovada, informando os trabalhadores e escutando suas opiniões o que impõe um
processo de capacitação em todas as estruturas que facilite a sua realização.
5. A planificação
abrangerá o sistema empresarial estatal, a atividade orçamentária, as
associações econômicas internacionais e regulará também outras formas de gestão não
estatais que sejam aplicadas, e será mais objetiva em todos os níveis. Os novos
métodos de planejamento mudarão as formas de controlo sobre a economia. O
planejamento territorial também levará em conta estas transformações
6. A
separação das funções estatais e empresariais passará por um processo paulatino
e ordenado onde a definição das normas resulta fundamental para atingir as metas
propostas.
7. Será
necessário conseguir que o sistema empresarial do país seja constituído por
empresas eficientes, bem organizadas e eficazes e serão criadas as novas
organizações superiores de direção empresarial. Será desenvolvida a cooperação
entre as empresas para garantir maior eficiência e qualidade. Elaborar-se-á a
norma jurídica que irá regular todos estes aspetos.
8. O
incremento de faculdades para as direções das entidades estará ligado à
elevação da responsabilidade sobre a eficiência, eficácia e controlo no emprego
do pessoal, os recursos materiais e financeiros que manuseiam; junto da
necessidade de exigir responsabilidade àqueles diretivos que com decisões,
ações ou omissões provocarem danos e prejuízos à economia
9. Desenvolver-se-ão
mercados de aprovisionamento, que vendam a preços grossistas e prestem serviços
de aluguel de meios e equipamentos, sem subsídio, para o sistema empresarial e orçamentário,
bem como às formas de gestão não estatal.
10. As relações econômicas entre as empresas, as
unidades orçamentárias e as formas de
gestão não estatal serão referendadas mediante contratos econômicos e exigir-se-á
pela qualidade do processo de negociação, elaboração, assinatura execução,
reclamação e controlo do cumprimento dos
mesmos, como instrumento essencial para
a gestão econômica.
Âmbito Empresarial
11.
O controlo externo da gestão das entidades estará baseado principalmente em mecanismos
econômico-financeiros sem excluir os administrativos, reduzindo a carga atual
de tais controles fazendo mais racionais os sistemas de informação.
12. A
elevação da responsabilidade e faculdades faz imprescindível exigir a atuação
ética das entidades e seu chefes, bem como
fortalecer seu sistema de controlo interno para atingir os resultados esperados no
relativo ao cumprimento do seu plano com eficiência, ordem, disciplina e
acatamento absoluto da legalidade.
13. Serão
definidas claramente as faculdades e os instrumentos financeiros a serem
utilizados pelas empresas para dirigir a produção de bens e serviços. Serão
mais flexíveis os objetos sociais para que estas possam utilizar ao máximo suas
potencialidades, segundo o estabelecido.
14. As
finanças internas das empresas não poderão ser intervindas por instâncias
alheias às mesmas; tal só poderá ser realizado mediante os procedimentos
legalmente estabelecidos.
15. O
Aperfeiçoamento Empresarial integrar-se-á às políticas do Modelo Econômico com
objetivo de ter empresas mais eficientes e competitivas
16. As
empreses decidem e administram seu capital de trabalho e investimentos até o
limite previsto no plano.
17. As
empresas estatais ou cooperativas que mostrarem de forma sustentada nos seus balanços
financeiros perdas, capital de trabalho insuficiente, que não possam honrar com
os seus activos as obrigações contraídas, ou que obtenham resultados negativos
em auditorias financeiras, serão submetidas a um processo de liquidação, ou
poderão ser transformadas noutras formas de gestão não estatal, cumprindo com o
que for estabelecido nesse sentido.
18. Eliminar-se-á
o subsídio por perdas às empresas e como norma, não receberão financiamentos
orçamentários para realizar produções de bens e serviços.
19. As
empresas, a partir das utilidades após os impostos e uma vez cumpridos os compromissos
com o Estado e os requisitos estabelecidos poderão criar fundos para o
desenvolvimento, os investimentos e a estimulação aos trabalhadores.
20. As
rendas dos trabalhadores e seus chefes nas empresas estatais e as formas de
gestão não estatais estarão ligados aos resultados finais que forem obtidos.
21. As
empresas e as cooperativas pagarão aos Conselhos da Administração Municipal
onde operam os seus estabelecimentos, um tributo territorial, definido
centralmente, levando em conta as particularidades de cada município para
contribuir ao seu desenvolvimento.
22. As
empresas contribuirão com parte dos lucros depois dos impostos para criar, na
organização superior de direção empresarial, um fundo de compensação para
desequilíbrios financeiros.
23. As
empresas terão independência para a aprovação dos seus quadros de pessoal
dirigente cumprindo os indicadores estabelecidos no plano, que irão contribuir
a impedir que aumente desnecessariamente o quadro de pessoal.
24. Os
centros de investigação que estão em função da produção e dos serviços deverão
fazer parte das empresas ou das organizações superiores de direção empresarial
em todos os casos em que resulte possível, de maneira que se possa vincular efetivamente
o seu trabalho de investigação às respectivas produções.
As Cooperativas[1]
25. Serão
criadas as cooperativas de primeiro grau como uma forma socialista de
propriedade coletiva, em diferentes setores, as que constituem uma organização
econômica com personalidade jurídica e patrimônio próprio, integradas por
pessoas que se associem contribuindo com bens ou trabalho, com o objetivo de
produzir e prestar serviços úteis à sociedade e assumem todas as suas despesas
com seus lucros.
26. A norma jurídica sobre cooperativas deverá
garantir que estas, como propriedade social não sejam vendidas nem transmitida
sua posse a outras cooperativas, a formas de gestão não estatal ou pessoas
naturais.
27. As cooperativas mantêm relações contratuais
com outras cooperativas, empresas, unidades orçamentárias e outras formas não
estatais e depois de cumprido o compromisso com o Estado, poderão realizar
vendas livremente sem intermediários, em conformidade com a atividade econômica
autorizada.
28. As
cooperativas, na base do estabelecido na norma jurídica correspondente, depois
de pagar os impostos e contribuições estabelecidas, determinam as receitas dos
trabalhadores e a distribuição dos lucros.
29. Serão
criadas cooperativas de segundo, cujos
parceiros são cooperativas de primeiro grau as que terão personalidade jurídica
e patrimônio próprio, e são formadas com
o propósito de organizar atividades complementares afins ou que possam
acrescentar valor aos produtos e serviços dos deus parceiros (de produção, serviços e comercialização), ou realizar
compras e vendas conjuntas com o objetivo de conseguir uma eficiência maior.
Sistema Orçamentário
30. As
unidades orçamentárias cumprem funções estatais e de governo, bem como de
outras características, como são a prestação de serviços de saúde, a educação e
outros. Lhes são definidas missões,
funções , obrigações e atribuições.
31. Será
reduzida a quantidade de unidades orçamentárias até o número mínimo que garanta
o cumprimento das funções designadas, onde prime o critério de máxima poupança
do Orçamento do Estado em recursos materiais e financeiros, garantindo um
serviço eficiente e de qualidade.
32. Não
serão criadas unidades orçamentárias para prestar serviços produtivos, nem para
a produção de bens. As unidades orçamentárias que possam financiar as suas
despesas com as suas rendas e gerar um excedente, passarão a ser unidades auto-financiadas,
sem deixar de cumprir as funções e atribuições designadas, ou poderão adotar,
aprovação prévia, a forma de empresas
33. Às
unidades orçamentárias que só consigam cobrir com as suas rendas uma parte das
suas despesas, ser-lhe-á aprovada a parte das despesas que serão financiadas
pelo Orçamento do Estado.
34. Será
formulado o sistema de direção que regerá o funcionamento organizativo, econômico
e de controlo das unidades orçamentárias, simplificando a sua contabilidade.
Territórios
35. Os
Conselhos Provinciais e Municipais da Administração cumprirão funções estatais
e não intervêm diretamente na gestão empresarial.
36. Serão padronizadas
as relações das funções estatais que exercem as direções setoriais nas
províncias e municípios com as que desenvolvem os Organismos da Administração
Central do Estado, deixando definidos os limites das suas competências,
vínculos, regulamentos de trabalho e as
metodologias de atuação que serão aplicadas.
37. O
desenvolvimento de projetos locais, conduzidos pelos Conselhos de Administração
Municipais, especialmente no relativo à produção de alimentos, deverá
constituir uma estratégia de trabalho para o auto-abastecimento municipal,
favorecendo o desenvolvimento das mini-indústrias e centros de serviços, em que
o princípio da auto-sustentabilidade financeira será o elemento essencial, harmonicamente
compatibilizado com os objetivos do plano da Economia Nacional e dos
municípios. Os projetos locais, depois de implementados serão tratados por
entidades econômicas situadas no município
II POLÍTICAS MACROECONÓMICAS
Lineamentos gerais
38. Conseguir
uma maior coordenação entre os objetivos do plano da economia nacional e a
formulação e alcance das políticas monetária e fiscal.
39. Conseguir
o equilíbrio financeiro externo, a partir de uma adequada correlação entre as
receitas e as despesas em moeda livremente convertíveis do país em
correspondência com o comportamento da economia.
40. Garantir
uma adequada distribuição da riqueza criada entre o consumo imediato e a
acumulação.. Além disso, estabelecer uma relação entre o consumo realizado a partir das
receitas pessoais e os fundos sociais de
consumo que estimule a produtividade do trabalho.
O processo de planejamento deve garantir, na
produção de bens e serviços:
41. Uma
relação entre o crescimento da produtividade do trabalho e da receita média dos
trabalhadores, que não deteriore o equilíbrio monetário interno nem a
eficiência da economia nacional.
42. Um
incremento sustentável da eficiência como base do desenvolvimento econômico,
que permita conseguir a diminuição progressiva dos níveis de apoio que são
outorgados pelo Estado, e que contribua para melhorar, no possível, a oferta de
produtos e serviços essenciais para a população
43. O
dinamismo necessário dos sectores que incrementam a riqueza econômica do país,
que garantam adequadamente os recursos requeridos para a prestação dos serviços
sociais.
44. Uma
relação adequada entre o componente importado da produção nacional e a
capacidade de gerar receitas em divisas da economia.
Política monetária
45. A
planificação monetária a curto, mediano e longo prazo deverá conseguir o
equilíbrio monetário interno e externo, de maneira integral.
46. Dirigir
a política monetária para regular a quantidade de dinheiro em circulação e os
níveis de créditos, a partir do estabelecido no plano, com o objetivo de
conseguir a estabilidade cambial e do poder aquisitivo da moeda bem como o
desenvolvimento ordenado da economia.
47. Em
correspondência com a política monetária, estabelecer regras adequadas de
emissão e utilizar oportunamente os indicadores que permitam seu controlo.
48. Estruturar
um sistema de taxas de juros mais racional e fundamentado, bem como
potencializar o uso dos instrumentos de política monetária para administrar
desequilíbrios conjunturais, a partir do fortalecimento das relações entre as
instituições do sistema bancário nacional.
49. A
correspondência entre o crescimento da quantidade de dinheiro em poder da
população e da circulação mercantil retalhista, bem como a possibilidade de
conduzir esta relação de maneira planificada, continuará a ser o instrumento
chave para conseguir a estabilidade monetária e cambial no referido setor,
condição necessária para avançar no restabelecimento do funcionamento da lei de
distribuição socialista ¨de cada qual segundo sua capacidade, a cada qual
segundo seu trabalho¨.
50. Aplicar
uma política creditícia dirigida, no fundamental, para brindar o apóio
necessário àquelas atividades que estimularem a produção nacional, geradoras de
receitas em divisas ou que possam substituir importações, bem como outras que
garantam o desenvolvimento econômico e social.
51. Estabelecer
os mecanismos e condições imprescindíveis que garantam a agilidade na concessão
de créditos e a recuperação dos mesmos.
52. Aumentar
e diversificar a oferta de créditos à população para a compra de produtos e
serviços, levando em conta as garantias exigidas pelos bancos, a capacidade de
pagamento, um adequado equilíbrio monetário e os indicadores macroeconômicos
planificados.
53. Prestar
os serviços bancários necessários, incluindo a concessão de créditos, ao sector
da economia não estatal, para contribuir ao seu adequado funcionamento,
estudando a criação de contas de capitalização para a aquisição de equipamento
e outros destinos.
54. Garantir
uma relação adequada entre a taxa de juros que se paga pelos depósitos nos
bancos e a que estes cobram pelos créditos outorgados.
Política cambiária
55.
Avançar-se-á para a unificação monetária,
levando em conta a produtividade do trabalho e a efetividade dos mecanismos
distributivos e redistributivos. Pela sua complexidade, este processo exigirá
uma rigorosa preparação e execução, tanto no plano objetivo quanto subjetivo.
Política fiscal
56.
A política fiscal deve contribuir ao
incremento sustentável da eficiência da economia e das receitas ao Orçamento do
Estado, com o propósito de apoiar a despesa pública nos níveis planificados
manter o adequado equilíbrio financeiro tomando em conta as particularidades do
nosso modelo econômico.
57.
O sistema tributário estará baseado nos
princípios da generalidade e da equidade da carga tributária. Em sua aplicação
levar-se-á em conta a capacidade econômica dos sujeitos obrigados ao seu
cumprimento bem como as características dos territórios. Estabelecer-se-ão maiores
gravames às rendas mais altas, contribuindo a atenuar as desigualdades entre os
cidadãos.
58.
Aplicar um regime especial tributário
diferenciado e flexível para estimular as produções agropecuárias
59. Estudar
a aplicação de estímulos fiscais que incentivem o desenvolvimento ordenado das
formas de gestão não estatal.
60.
O sistema tributário deve avançar em
progressividade e amplidão para elevar a sua eficácia como elemento
redistribuidor da receita, ao mesmo tempo em que contribua à aplicação de políticas encaminhadas ao
aperfeiçoamento do modelo de gestão econômica.
61. Manter a
aplicação de estímulos fiscais que promovam produções nacionais em setores
chaves da economia, especialmente aos fundos exportáveis e aos que substituam
importações, bem como ao desenvolvimento local e a proteção do meio ambiente.
62. Atualizar
o papel do Sistema Tarifário, dentro do
modelo econômico, priorizando os regimes tarifários preferenciais e as
bonificações que se considerarem convenientes outorgar, sob o princípio de que
os fundos exportáveis e as produções que substituam importações devem ser
rentáveis.
63.
Fomentar a cultura tributária e a
responsabilidade social da população e das entidades do país no cumprimento
cabal das obrigações tributárias, desenvolvendo o valor cívico de contribuição
para a manutenção das despesas sociais e altos níveis de disciplina fiscal.
64.
As despesas orçamentárias estarão
enquadradas nas possibilidades reais de recursos financeiros que sejam gerados
pela economia do país, e a sua utilização será de forma racional, visando
garantir os níveis de atividade previstos, sem afetar a qualidade.
65.
Fortalecer os mecanismos de controlo fiscal
que garantam o cumprimento das obrigações tributárias bem como a preservação e
uso racional dos bens do Estado.
Política de preços
66.
Estabelecer políticas de preço em
correspondência com a atualização do modelo econômico.
67.
Revisar integralmente o Sistema de Preços, para que possibilite medir corretamente os fatos
econômicos, incentivar a eficiência, o incremento das exportações e a
substituição de importações.
68.
Manter-se-á o caráter centralizado da
determinação dos preços dos produtos e serviços que econômica e socialmente
interesse regular, descentralizando-se os restantes.
69.
Continuar eliminando gradualmente os
subsídios excessivos e gratuidades indevidas a produtos e serviços formando os
preços retalhistas a partir dos custos sem cobrir ineficiências levando em
conta os níveis de renda da população.
70.
Aperfeiçoar, na rede estatal, as relações
entre os preços e qualidades de semelhantes produtos ou serviços, evitando
diferenças não justificadas de preços.
71.
Adotar-se-ão medidas dirigidas a propiciar,
nos possíveis, a estabilidade dos preços das ofertas não estatais, em especial
nas atividades ligadas às necessidades básicas da população, levando em conta a
situação da economia.
III POLÍTICA ECONÓMICA EXTERNA
Lineamentos gerais
72.
Garantir a aplicação integral da política
comercial, fiscal, creditícia, tarifária, laboral e outras, que garantam os
resultados esperados do comércio externo cubano em matéria de desenvolvimento
das exportações e substituição efetiva de importações no tempo mais breve
possível.
73.
Trabalhar com o máximo rigor para aumentar
a credibilidade do país nas suas relações econômicas internacionais mediante o
estrito cumprimento dos seus compromissos.
74.
Continuar a prestar a máxima atenção à
seleção e controlo dos quadros responsabilizados com a promoção dos interesses
econômicos internacionais do país, de maneira especial, à conduta ética e a
preparação técnica. Fortalecer a preparação econômica, financeira, técnica e
jurídica das diferentes equipas e grupos negociadores.
75.
Aplicar o princípio de ¨quem decide não
negocia¨ em qualquer atividade que realizar o país no plano das relações econômicas
internacionais.
COMÉRCIO EXTERNO
76.
Incrementar e consolidar as receitas pelas
exportações de bens e serviços, para o qual se deverá dar solução a todas as
situações da ordem interna que hoje são obstáculos para a exportação; criar um
real interesse pela exportação a nível de país, e fundamentar com estudos de
mercado, objetivos e atualizados, as decisões mais importantes e estratégicas.
77.
Diversificar os destinos dos bens e
serviços exportáveis, bem como manter a prioridade e atenção aos principais
parceiros do país e conseguir a maior estabilidade na obtenção de receitas.
78.
Diversificar a estrutura das exportações de
bens e serviços, preferentemente as de maior valor agregado e conteúdo
tecnológico.
79.
Ampliar e consolidar os mecanismos de
proteção de preços dos produtos cotizados na bolsa e que Cuba comercializa (níquel,
o açúcar, o petróleo, café, entre outros produtos), como uma via para proteger
os níveis de preços planificados.
80.
Desenvolver uma estratégia integral na
exportação de serviços, em particular os profissionais, que priorize a venda de
projetos ou soluções tecnológicas que contemple a análise flexível da contratação
da força de trabalho individual. Será incluída a criação do quadro legal
apropriado e as estruturas comerciais eficientes com capacidade de promover a associação
com o capital estrangeiro, que garanta o ótimo aproveitamento das
potencialidades criadas no país.
81.
Elaborar e criar a estratégia que garanta
novos mercados para a exportação de serviços médicos e produtos da indústria
médico-farmacêutica .
82.
Recuperar e potenciar os mercados de
exportação dos mariscos (lagostas e camarões), bem como revisar os esquemas atuais
de comercialização de maneira tal que estes sejam mais flexíveis.
83.
Trabalhar para garantir por parte das
empresas e entidades ligadas à exportação, que todos os bens e serviços
destinados aos mercados internacionais respondam aos mais altos padrões de
qualidade.
84.
Garantir a sustentabilidade do ciclo de
produção dos itens exportáveis e desenhar a organização dos esquemas
correspondentes para tal.
85.
Conseguir uma maior eficiência na gestão importadora do país, enfatizando em
sua racionalidade e qualidade, através
do reordenamento das empresas que realizam atividades de comércio externo, com
uma melhor definição das nomenclaturas
de produtos, para atingir uma eficaz utilização do poder de compra do país.
86.
Contribuir à eficiência do processo de importação,
entre outros fatores, mediante o desenvolvimento do mercado grossista e, especialmente
o reordenamento da atividade de consignação.
87.
Propiciar o acelerado processo efetivo de
substituição de importações, com mecanismos que incentivem e garantam a máxima
utilização possível de todas as capacidades de que dispõe o país no
sector agrícola, industrial, em serviços e em recursos humanos.
88.
Trabalhar sistematicamente, por parte das
empresas importadoras de máquinas e equipamentos, na identificação de capacidades
de fabricação nacional dos itens que constituem a sua nomenclatura de produtos,
e sobre essa base promover acordos de proveito mútuo entre a indústria mecânica
cubana e os fabricantes estrangeiros com os que tem relações para, mediante
a transferência de tecnologia, assistência técnica e outras facilidades,
tentar a substituição gradual de importações, especialmente de partes e
peças sobressalentes.
89.
Promover acordos internacionais de
cooperação e de complementação no setor industrial favorecendo as exportações
de maior valos agregado.
90.
Desenhar e estabelecer os mecanismos para
analisar os pedidos de importação que surgirem dos modos não estatais de
produção, e para viabilizar a realização de potenciais fundos exportáveis.
91.
Elevar a eficiência na gestão das empresas
ligadas ao comércio externo, priorizando a correta análise do mercado e dos
preços no contexto internacional, a utilização adequada dos documentos de
concorrência e que os contratos sejam controlados e formulados integramente.
DÍVIDA E CRÉDITO
92.
Dinamizar o processo de reordenamento da
dívida externa com vencimentos em curto, mediano e longo prazo, que afeta o
funcionamento da economia nacional. Desenhar e aplicar estratégias de
reordenamento flexíveis para o pagamento da dívida e concluir no prazo mais
breve possível estes processos, de maneira que permitam um desempenho crescente
e constante da economia que viabilize o acesso a novos financiamentos.
93.
Garantir que os compromissos adquiridos no
reordenamento das dívidas sejam cumpridos estritamente.
94.
Assegurar que os financiamentos externos
que se obtenham estejam incluídos no Plano da Economia Nacional e não sejam uma
fonte de deterioração da situação financeira externa do país.
95.
Estabelecer uma política para
conveniar novos créditos e seu uso
racional, bem como para o manejo e
controlo dos níveis de endividamento do
país. Revistar as regulamentações existentes e emitir as novas que
correspondam, com o objetivo de garantir o cumprimento dessa política.
INVESTIMENTO ESTRANGEIRO
96.
Continuar propiciando a participação do
capital estrangeiro, como complemento do esforço investidor nacional, naquelas
atividades que sejam do interesse do país, em correspondência com as projeções
de desenvolvimento econômico e social a curto, mediano e longo prazos.
97.
Garantir que no investimento estrangeiro se
satisfaçam diversos objetivos, tais como o acesso a tecnologias de ponta,
métodos gerenciais, a diversificação e ampliação dos mercados de exportação,
substituição de importações, o contributo de financiamento externo a mediano e longo
prazos para a construção do objetivo produtivo e capital de trabalho para o seu
funcionamento, bem como o desenvolvimento de novas fontes de emprego.
98.
Aperfeiçoar as regulamentações e os
procedimentos de avaliação, aprovação e aplicação da participação do
investimento estrangeiro, fazendo ao mesmo tempo mais ágil o processo.
Estabelecer-se-á um rigoroso controlo sobre o cumprimento das regulamentações,
procedimentos e os compromissos pactuados pela contraparte estrangeira ao se
constituir qualquer uma das modalidades do investimento estrangeiro.
99.
Deverá se estabelecer um limite de tempo
para as modalidades do investimento estrangeiro constituídas que não consigam
materializar seu começo no prazo
previsto, e decidir sobre o seu destino,
evitando que continuem consumindo recursos de maneira indefinida e aumentando
sua ineficiência.
100.
Propiciar, ao estabelecer um investimento
estrangeiro no país, em qualquer uma das suas modalidades a captação de maiores
receitas, para além dos salários, impostos e lucros, mediante as prestações de
diversos serviços e fornecimentos oferecidos por parte de empresas nacionais.
101.
Favorecer no processo de promoção de
investimentos a diversificação na participação de empresários de diferentes
países.
102.
Elaborar e manter atualizada de maneira
permanente uma pasta de investimentos de possível negociação com participação
estrangeira.
103.
Promover a criação de Zonas Especiais de
Desenvolvimento que permitam aumentar a exportação, a substituição efetiva de
importações, projetos de alta tecnologia e desenvolvimento local; e que
contribuam com a criação de novas fontes de emprego.
104.
Garantir que atividade econômica das
associações econômicas internacionais esteja em correspondência com o previsto
no Plano da economia nacional.
105.
Avaliar as associações com capital
estrangeiro existente e realizar as adequações que sejam necessárias, de
maneira tal que se ajustem aos requerimentos do país.
106.
Analisar entre as alternativas de
financiamento mediante o investimento estrangeiro, aquelas indústrias não exportadoras,
mas que resultem indispensáveis para assegurar outras produções essenciais da
economia ou na substituição de importações.
107.
Promover sempre que se justifique
economicamente e resultar conveniente, o estabelecimento de empresas e alianças
no exterior, que propicie o melhor posicionamento dos interesses de Cuba nos
mercados externos.
Colaboração.
108.
Garantir que todas as ações de cooperação
internacional que Cuba recebe e oferece
estejam incluídas no Plano da Economia Nacional de maneira que a integralidade das mesmas esteja
assegurada.
109.
Aperfeiçoar e complementar o quadro legal e
regulatório, tanto para a prestação da cooperação econômica e científica–técnica
que o país outorga, como para a que se recebe.
110.
Continuar a desenvolver a solidariedade
internacional através da cooperação que Cuba oferece e estabelecer os registros
econômicos e estatísticos necessários que permitam realizar as análises
requeridas, especialmente os custos.
111.
Considerar, na medida dos possíveis, na
cooperação solidária que Cuba oferece, a compensação, pelo menos, dos custos da
mesma.
112.
Promover a cooperação pela via
multilateral, nomeadamente com instituições do Sistema das Nações Unidas,
canalizando ao nosso país recursos financeiros e tecnologia, de acordo com as
prioridades de desenvolvimento nacionais.
113.
Priorizar nas relações com as organizações
de cooperação internacional, apoio material e tecnológico no desenvolvimento de
objetivos para o aproveitamento das diversas fontes de energia renovável.
INTEGRAÇÃO
ECONÔMICA
114.
Dar prioridade à participação na Aliança
Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), e trabalhar com celeridade e
intensamente na coordenação, cooperação e complementação econômica a curto,
mediano e longo prazos, para conseguir e aprofundar os objetivos econômicos,
sociais e políticos que promove.
115.
Continuar com a participação ativa na
integração econômica com a América Latina e o Caribe, como objetivo
estratégico, mantendo a participação nos esquemas regionais de integração
comercial em que Cuba conseguiu se articular: Associação Latino-Americana de
Integração (ALADI), Comunidade do Caribe (CARICOM), Associação de Estados do
Caribe (AEC), PETROCARIBE e outros e continuar fortalecendo a unidade entre
seus membros.
IV POLÍTICA DE INVESTIMENTO
Lineamentos
116.
Os investimentos fundamentais a realizar
responderão à estratégia de desenvolvimento do país a curto, mediano e longo
prazo, erradicando a espontaneidade, a improvisação, a superficialidade, o
descumprimento dos planos, a falta de profundidade nos estudos de viabilidade e
a carência de integralidade ao realizar um investimento.
117.
Serão a primeira prioridade as atividades
de manutenção tecnológica e construtiva em todos os setores da economia.
118.
Os investimentos serão orientados
prioritariamente para o sector produtivo e dos serviços para gerar receitas em
curto prazo, e também para aqueles investimentos de infra-estruturas
necessárias para o desenvolvimento sustentável da economia do país.
119.
Elevar a exigência e o controlo aos
Organismos da Administração Central do Estado e aos Conselhos da Administração,
no que diz respeito a seu papel como inversores centrais, para que façam a hierarquização do
acompanhamento integral ao processo, desde a criação até a avaliação dos seus
resultados.
120.
Elevar-se-á a qualidade e a hierarquia dos
planos gerais de ordenamento territorial e urbano a nível nacional, provincial,
e municipal, a sua integração com as projeções a mediano e longo prazos da Economia
e com o Plano de Investimentos, levando em conta os riscos sísmicos e outros
desastres naturais. Garantir a profundidade, agilidade e prazos de respostas
nos processos de consulta obrigatória, resgatando a disciplina territorial e
urbana.
121.
Serão propiciadas as condições para conseguir
uma descentralização do plano de investimentos e uma mudança na sua concepção,
outorgando-lhe faculdades para a aprovação dos investimentos aos Organismos da
Administração Central do Estado, aos Conselhos da Administração, às Empresas e
Unidades Orçamentárias.
122.
O contrato deverá constituir uma ferramenta
de trabalho na planificação e controlo de todas as etapas do processo de
investimento, garantindo o resultado final do investimento, com a qualidade
requerida e dentro dos prazos previstos no cronograma de execução.
123.
Os investimentos que se aprovarem, como
política, demonstrarão que são capazes de se recuperar com os seus próprios
resultados e deverão ser realizados com créditos externos ou capital próprio,
cujo reembolso efetuar-se-á a partir dos recursos gerados pelo próprio
investimento.
124.
Estabelecer um cronograma de execução dos
investimentos que permita minimizar a imobilização dos recursos em objetivos de
longa maduração. Executar prioritariamente aqueles de mais rápida resposta ou
que melhorem a integralidade dos objetivos mais importantes.
125.
Nos objetivos de longo alcance no tempo é
necessário estabelecer prioridades por etapas, que possam entrar em exploração
independentemente do resto e começar a sua recuperação de imediato.
126.
Os projetos de investimento do sector
industrial, criador de bens de capital e
intermédios para a economia nacional, deverão dar resposta priorizada aos objetivos
estratégicos do país.
127.
Continuar-se-ão assimilando e incorporando
novas técnicas de direção do processo de investimento e também de entidades projetistas
e construtoras em Associações Econômicas Internacionais. Considerar de maneira
excepcional, a participação de construtores e projetistas estrangeiros para
garantir a execução de investimentos cuja complexidade e importância o
requerer.
128.
Considerar a aplicação da licitação dos
serviços de desenho e de construção entre entidades cubanas, propondo suas
regulamentações e aplicação para elevar a eficiência, competitividade e
qualidade que se requer no processo de investimento no país.
V POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
E MEIO AMBIENTE.
Lineamentos
129.
Desenhar uma política integral de ciência,
tecnologia, inovação e meio ambiente que considere a aceleração dos seus
processos de câmbio e crescente inter-relação para responder às necessidades do
desenvolvimento da economia e a sociedade a curto, mediano e longo prazo;
orientada à elevação da eficiência econômica, ampliar as exportações de alto
valor agregado, substituir importações, satisfazer as necessidades da população
e incentivar sua participação na construção socialista, protegendo o entorno, o
patrimônio e a cultura nacionais.
130.
Adotar as medidas requeridas de
reordenamento funcional e estrutural e atualizar os instrumentos jurídicos
pertinentes para conseguir a gestão integrada e efetiva do Sistema de Ciência,
Tecnologia, Inovação e Meio Ambiente.
131.
Deverão ser mantidos e desenvolvidos os
resultados atingidos no domínio da biotecnologia, a produção médica-farmacêutica,
a indústria do software e o processo de informatização da sociedade, as
ciências básicas, as ciências naturais, os estudos e o emprego das fontes de
energia renovável, as tecnologias sociais e educativas, a transferência
tecnológica industrial, a produção de
equipamentos de tecnologia de ponta, a nanotecnologia e os serviços científicos
e tecnológicos de alto valor agregado.
132.
Aperfeiçoar as condições organizativas,
jurídicas e institucionais para estabelecer tipos de organização econômica que
garantam a combinação de pesquisa científica e inovação tecnológica, rápido
desenvolvimento e eficaz de novos produtos e serviços, a sua produção eficiente
com padrões de qualidade apropriados e a gestão comercializadora interna e
exportadora que se possa reverter num contributo à sociedade e para estimular a
reprodução do ciclo. Estender estes conceitos à atividade científica das
universidades.
133.
Manter e desenvolver pesquisas integrais
para proteger, conservar e reabilitar o meio ambiente, bem como adequar a
política ambiental às novas projeções do entorno econômico e social. Priorizar
estudos dirigidos a encarar a mudança climática e, em geral, à sustentabilidade
do desenvolvimento do país. Pôr ênfase na conservação e uso racional dos
recursos naturais, como, os solos, a água, as praias, a atmosfera, as florestas
e a biodiversidade, bem como o fomento da educação ambiental.
134.
As entidades econômicas em todas as formas
de gestão terão o quadro regulatório que propicie a introdução sistemática e
acelerada dos resultados da ciência, a inovação e a tecnologia nos processos
produtivos e de serviço, levando em conta as normas de responsabilidade social
e de meio ambiente estabelecidas.
135.
Definir uma política tecnológica que
contribua a reorientar o desenvolvimento industrial, e que possa abranger o
controlo das tenologias existentes no país; com o objetivo de promover sua
modernização sistemática atendendo à eficiência energética, eficácia produtiva
e impacto ambiental, e que contribua à elevação da soberania tecnológica em
setores estratégicos. Considerar ao importar tecnologia, a capacidade do país
para assimilá-las e satisfazer os serviços que demandarem, incluindo o fabrico
de peças sobressalentes, o asseguramento metrológico e a normalização.
136.
Na atividade agro-industrial se
desenvolverá em toda a cadeia produtiva a aplicação de uma gestão integrada de
ciência, tecnologia, inovação e meio ambiente, orientada a incrementar a
produção de alimentos e a saúde animal, incluindo o aperfeiçoamento dos
serviços aos produtores, com redução de custos, o maior emprego de componentes
e insumos de produção nacional e do aproveitamento das capacidades científicas
e tecnológicas disponíveis no país.
137.
Continuar fomentando o desenvolvimento de
pesquisas sociais e humanísticas sobre os assuntos prioritários da vida da
sociedade, bem como aperfeiçoando os métodos de introdução dos seus resultados
na tomada de decisões nos diferentes níveis.
138.
Prestar maior atenção na formação e
capacitação contínua do pessoal técnico e quadros qualificados que respondam e
se antecipem ao desenvolvimento científico e tecnológico nas principais áreas
da produção e os serviços, bem como a prevenção e redução de impactos sociais
de meio ambiente.
139.
Definir e estimular novas vias para
incentivar a criatividade dos coletivos laborais de base, fortalecendo a sua
participação na solução dos problemas tecnológicos da produção e dos serviços e
a promoção de formas produtivas ambientalmente sustentáveis
VI POLÍTICA SOCIAL
Lineamentos gerais.
140.
Continuar
preservando as conquistas da Revolução, tais como o acesso ao atendimento
médico, a educação, a cultura, o desporto, a recreação, a tranqüilidade dos
cidadãos, a previdência social e a proteção mediante a assistência social às
pessoas que precisarem dela.
141.
Resgatar o papel do trabalho e das receitas
que por ele se obtém como a via fundamental para contribuir ao desenvolvimento
da sociedade e para a satisfação das necessidades pessoais e familiares.
142.
Garantir a elevação sistemática e constante
da qualidade dos serviços que se oferecem à população e o redesenho das
políticas vigentes, segundo as possibilidades da economia.
143.
Dar continuidade ao aperfeiçoamento da
educação, a saúde, a cultura e o desporto, para o qual resulta imprescindível
reduzir ou eliminar despesas excessivas no domínio social, bem como gerar novas
fontes de receitas e avaliar todas as atividades que puderem passar do setor orçamentário ao
setor empresarial.
144.
Oferecer atenção pormenorizada ao estudo e
implementação de estratégias em todos os sectores da sociedade para encarar os
elevados níveis de envelhecimento da população.
Educação
Na
educação pré-escolar, primária e média deve-se trabalhar para:
145.
Continuar avançando na elevação da
qualidade e o rigor do processo docente educativo, hierarquizar a superação
permanente, o enaltecimento e atendimento do pessoal docente, e o papel da
família na educação de crianças e jovens. Conseguir uma melhor utilização e
aproveitamento da força de trabalho e das capacidades existentes.
146.
Formar com qualidade e rigor o pessoal
docente que é necessário em cada província e município para dar resposta às
necessidades dos centros educativos dos diferentes níveis de ensino.
147.
Fortalecer o papel do professor perante a
sala e conseguir que os equipamentos e materiais audiovisuais,sejam um
complemento do trabalho educativo do docente e garantir que sejam utilizados
racionalmente.
148.
Reordenar gradualmente a rede escolar. Manter
no ensino médio e médio superior o mínimo indispensável de estudantes internos
e diminuir as despesas por conceito de transportação, alimentação e base
material de vida.
149.
Ajustar a capacidade da rede escolar e o
pessoal docente na educação primária, em correspondência com o desenvolvimento
econômico, sócio-demográfico e os locais de residência dos estudantes.
150.
Conseguir que as matrículas nas diferentes especialidades e
carreiras estejam em correspondência com as exigências do desenvolvimento da
economia e a sociedade. Garantir que a formação vocacional e a orientação
profissional que se desenvolve desde a educação primária, conjuntamente com os
organismos da produção e os serviços e com a participação da família potenciem
o reconhecimento ao trabalho dos técnicos de nível médio e operários
qualificados
151.
Elevar o rigor e efetividade do processo docente-educativo
para aumentar a eficiência do ciclo escolar
(percentagem de graduados respeito aos matriculados no inicio do ciclo).
152.
Atualizar os programas de formação e
pesquisa das universidades em função das necessidades do desenvolvimento
econômico e social do país e das novas tecnologias, e aumentar a matrícula em
carreiras agropecuárias, pedagógicas, tecnológicas e de ciências básicas afins.
153.
Definir que as condições que se criarem
para que os trabalhadores possam estudar são sob o princípio de que deve ser
utilizando o tempo livre do trabalhador e a partir do seu esforço pessoal salvo
os casos de especial interesse estatal.
Saúde
154.
Elevar a qualidade do serviço oferecido, conseguir a satisfação da população, bem como
o melhoramento das condições de trabalho
e o atendimento ao pessoal da saúde. Garantir, o uso eficiente dos
recursos, a poupança e a eliminação de gastos desnecessários.
155.
Reorganizar,
compactar e regionalizar, a partir das necessidades de cada província e
município, os serviços de saúde, incluindo o atendimento de urgência e a
transportação sanitária. Garantir que o próprio sistema de Saúde facilite que
cada paciente receba o atendimento correspondente com a qualidade necessária.
156.
Consolidar o ensino e o emprego do método
clínico e epidemiológico e o estudo do entorno social na abordagem dos
problemas de saúde da população, de maneira que contribuam ao uso racional dos
meios tecnológicos para o diagnóstico e
tratamento das doenças.
157.
Continuar propiciando os espaços de
educação para evitar a automedicação da população e implementar outras medidas
que contribuam para o consumo racional de remédios.
158.
Prestar
o máximo de atenção ao desenvolvimento da medicina natural e tradicional.
159.
Fortalecer as ações de saúde na promoção e
prevenção, para o melhoramento do estilo, de vida, que contribuam com o
incremento dos níveis de saúde da população com a participação inter-setorial e
comunitária.
160.
Garantir que a formação de especialistas
médicos responda às necessidades do país e às que forem geradas pelos
compromissos internacionais
Desporto
Será
prioritário o fomento e a promoção da cultura física e o desporto em todas as
suas manifestações, como meios de educação e contribuição para a formação
integral dos cidadãos, para tal é necessário:
161.
Priorizar o fomento o e a promoção da
cultura física e o desporto em todas as suas manifestações, como meios para
elevar a qualidade de vida, a educação e a formação integral dos cidadãos; para
isto é necessário concentrar a atenção
principal na prática em massa do desporto e a atividade física, a partir do
reordenamento do sistema desportivo e a reestruturação da sua rede de centros.
162.
Elevar a qualidade e o rigor na formação de
atletas e professores, bem como na organização e participação em eventos e
competições nacionais e internacionais, com uma racionalidade nas despesas.
Cultura
163.
Continuar fomentando a defesa da
identidade, a conservação do patrimônio cultural, a criação artística e
literária, e a capacidade para apreciar a arte. Promover a leitura, enriquecer
a vida cultural da população e potencializar o trabalho comunitário como vias
para satisfazer as necessidades espirituais e fortalecer os valores sociais.
164.
Continuar elevando a qualidade e rigor no
ensino artístico profissional e ajustar as matrículas nas diferentes
especialidades às necessidades das províncias e os municípios e dos conjuntos
profissionais emblemáticos.
PREVIDÊNCIA SOCIAL
165.
Diminuir a participação relativa do
Orçamento do Estado no financiamento da previdência social, a qual continuará o
seu crescimento a partir do incremento do número de pessoas aposentadas, é por
isso que é necessário continuar estendendo a contribuição dos trabalhadores do
sector estatal e a aplicação de regimes especiais de contribuição no sector não
estatal.
166.
Garantir que recebam a proteção da
previdência social as pessoas que realmente a necessitem por estarem impedidas
para trabalhar e que não contem com o apoio familiar; eliminar as prestações
que podem ser assumidas pelas pessoas ou os seus familiares e ajustar outras
que hoje são oferecidas, em correspondência com os aumentos realizados nas
quantias das prestações e pensões nos últimos anos. Paralelamente, todo o
trabalho social deve estar integrado em um único centro coordenador.
EMPREGO
E SALÁRIO
167.
Favorecer a incorporação ao emprego das
pessoas em condições de trabalhar, como forma de contribuir aos objetivos da
sociedade à satisfação das suas
necessidades
168.
Ampliar o trabalho no setor não estatal, como mais uma alternativa de emprego, em
dependência das novas formas organizativas da produção e os serviços que se
estabeleçam.
169.
Desenvolver um processo de reordenamento
laboral no país que, sob o princípio da idoneidade demonstrada, contribua para
a eliminação dos quadros de pessoal deturpados e os tratamentos paternalistas,
para incentivar a necessidade de trabalhar e reduzir os gastos da economia e o
Orçamento do Estado.
170.
Garantir que os salários garantam que cada qual receba
segundo seu trabalho, que este gere produtos e serviços com qualidade e
incremento da produção e a produtividade, e que os salários tenham um reflexo
efetivo na satisfação das necessidades básicas dos trabalhadores e suas
famílias.
171.
Aumentar os salários de maneira gradual,
dirigidos inicialmente às atividades com resultados mais eficientes e ao
trabalho daqueles trabalhadores que geram benefícios de particular impacto
econômico e social.
172.
Projetar a formação de força de trabalho
qualificada em correspondência com as exigências atuais e do desenvolvimento do
país, para o qual é preciso corrigir as deformações que apresenta atualmente a
estrutura da formação de especialistas de nível superior, técnicos de nível
médio e operários qualificados.
GRATUIDADES E SUBSÍDIOS
173.
Eliminar as gratuidades indevidas e os subsídios excessivos, sob o princípio de
compensar às pessoas necessitadas e não subsidiar produtos, de maneira geral.
174.
Implementar
a eliminação ordenada gradual da caderneta de racionamento, como forma de
distribuição estipulada, igualitária e a preços subsidiados.
175.
Manter
a alimentação que se oferece na esfera dos serviços sociais, dando prioridade
aos centros de saúde e centros de educação que o precisarem. Aperfeiçoar as
vias para proteger a população vulnerável ou de risco na alimentação.
176.
Manter os refeitórios dos trabalhadores
onde forem imprescindíveis, garantindo a cobrança dos seus serviços a preços
sem subsídios.
VII. POLÍTICA AGROINDUSTRIAL
LINEAMENTOS
177.
Conseguir que este sector contribua
progressivamente à balança de pagamentos do país, deixando de ser um importador
liquido de alimentos e fazer com que diminua a alta dependência de
financiamento que hoje é coberta com as receitas de outros sectores.
178.
Adotar um novo modelo de gestão, que se
corresponda com a maior presença de formas produtivas não estatais, que deverá se
sustentar com o uso mais efetivo das relações monetário-mercantis, delimitando
as funções estatais e as empresariais, a fim de promover uma maior autonomia
dos produtores, incrementar a eficiência, bem como possibilitar uma gradual
descentralização rumo aos governos locais.
179.
Adequar a legislação vigente em
correspondência com as transformações na base produtiva, para facilitar o seu
funcionamento eficiente, competitivo, e descentralizando o sistema de gestão
econômica e financeira. Aperfeiçoar as estruturas organizativas para aplicar
instrumentos de controlo e informação fiáveis.
180.
Conseguir a autonomia de gestão das
diferentes formas de cooperativas e
introduzir de forma gradual as cooperativas de serviços na atividade
agroindustrial a escala local.
181.
Adequar a produção agro-alimentar à demanda
e a transformação da comercialização, aumentando a qualidade e a exigência nos
contratos, para que as partes cumpram as suas obrigações, limitando a
circulação centralizada para aqueles ramos ligados aos balanços nacionais;
outorgando um papel mais ativo aos mecanismos de livre concorrência para as
restantes produções.
182.
Reestruturar o atual sistema de
comercialização dos insumos e equipamento, considerando o novo cenário da atividade
agro-alimentar e os mecanismos financeiros que sejam introduzidos, garantindo
uma adequada correspondência entre a qualidade e os preços dos produtos
ofertados, facilitando o acesso direto das formas produtivas e os produtores a
estes recursos através da rede de estabelecimentos que sejam habilitados nos
territórios.
183.
Modificar o sistema de estoque temporário e
comercialização das produções agropecuárias, por meio de mecanismos de gestão
mais ágeis, que contribuam para a redução das perdas, simplificando os vínculos
entre a produção primária e o consumidor final, incluindo a possibilidade de
que o produtor possa ir ao mercado com seus próprios meios. Incrementar e
aperfeiçoar a atividade de benefício para melhorar a qualidade dos produtos que
forem ofertados.
184.
Priorizar, a curto prazo, a substituição de
importações daqueles alimentos que possam ser produzidos eficientemente no
país. Os recursos para potencializá-la deverão ser concentrados onde existam
melhores condições, para o seu uso mais efetivo, com o propósito de aumentar os
rendimentos e a eficiência da produção; também deverá ser potencializada a
aplicação dos resultados da ciência e da técnica.
185.
Organizar
a produção agropecuária nas atividades que gerem receitas externas ou que
substituem importações, aplicando um enfoque sistêmico ou de cadeia produtiva
que abranja não só a produção primária, mas também todos os elos que se
articulam em torno do complexo agroindustrial. Estas cadeias se desenvolveriam
com os próprios recursos do sistema, a partir das receitas líquidas por
exportações ou das poupanças por substituição de importações. Na organização da
produção das atividades restantes, deverá predominar, um enfoque principalmente
territorial, dirigido ao auto-abastecimento a esse nível, fazendo ênfase na
execução do programa da agricultura suburbana, que deverá se estender a todo o
país.
186.
Vincular adequadamente as zonas
produtivas agropecuárias e a indústria processadora, a fim de garantir o fornecimento
às grandes cidades, à exportação e o mercado interno em divisas.
187.
Continuar reduzindo as terras não
produtivas e aumentar os rendimentos através da diversificação, rotação e a
policultura. Desenvolver uma agricultura sustentável, em harmonia com o meio
ambiente, propiciando o uso eficiente dos recursos fitogênicos e zoogênicos,
incluindo as sementes, as variedades, a disciplina tecnológica, a proteção
fito-sanitária e potencializando a produção e o uso dos adubos orgânicos, fertilizantes biológicos e pesticidas
biológicos.
188.
Desenvolver uma política integral que
contribua a potencializar a produção, benefício, conservação e comercialização
de sementes
189.
Conseguir que a entrega de terras em
usufruto propicie que os resultados produtivos sejam semelhantes aos atuais do
sector cooperativo e camponês, onde o produtor não será um assalariado e
dependerá das suas rendas. Realizar as modificações que correspondam ao
decreto-lei 259 para garantir a continuidade e constância na exploração das
terras entregues em usufruto.
190.
Manter o papel regulador do estado na
formação do preço de produtos agropecuários que substituem importações ou geram
exportações, para estimular os produtores primários. Levar-se-á em conta o
comportamento dos preços no mercado internacional.
191.
Prestar especial atenção ao desenvolvimento
do benefício e de outras atividades que incorporam valor ao produto
agropecuário, aumenta a sua qualidade e apresentação, poupam transporte e
gastos de distribuição e conservação, integrando as pequenas processadoras de
alimentos a nível local com a grande indústria, visando potencializar a oferta
de alimentos ao mercado interno, incluindo a substituição de importações e as
exportações.
192.
Continuar o desenvolvimento do programa
pecuário, nas atividades bovina, bufalina, suína, avícola e de gado menor,
potencializando o desenvolvimento genético dos rebanhos para aumentar a
produção de proteína, aumentando as fontes nacionais de alimento animal. Garantir
o serviço veterinário, aumentar a produção nacional de medicamentos e aumentar
a inseminação artificial.
193.
Garantir o cumprimento dos programas de
produção de arroz, feijão, milho, soja e outros grãos que garantam o incremento
produtivo para contribuir com a redução gradual das importações destes produtos.
194.
Impulsionar o desenvolvimento das atividades
cafeeiras, apícolas, do cacau e outros produtos para contribuir com a
recuperação gradual dos fundos de
exportação tradicionais da atividade agropecuária; na produção de tabaco,
explorar ao máximo as possibilidades do mercado externo.
195.
Recuperar a produção de cítricos, aumentar
a produção de outras frutas e garantir a comercialização eficiente das suas
produções nos mercados nacional e internacional.
196.
Desenvolver um programa integral de manutenção, conservação e fomento de plantações florestais, que
priorize a proteção das bacias hidrográficas, designadamente as barragens, as
faixas hidroreguladoras, as montanhas e as costas.
197.
Desenvolver uma política integral que
contribua com o repovoamento gradual do
campo, adotando medidas que estimularem a incorporação, permanência e
estabilidade da força laboral do setor e que
possa considerar a estadia familiar definitiva.
198.
Priorizar a adoção de medidas que
incentivem a incorporação e permanência de jovens ao setor agropecuário, em
particular, propiciar a entrega de terras em usufruto como via de emprego.
199.
Alcançar a organização da força de trabalho
em colectivos, conseguindo uma correcta vinculação do homem à área e aos
resultados finais, que garanta o aumento da produtividade dos trabalhadores
agropecuários.
200.
Desenvolver um sistema integral de
capacitação em correspondência com as mudanças estruturais, dirigido à formação
e requalificação dos chefes e trabalhadores em matéria de agronomia, veterinária,
tecnologia industrial e dos alimentos, economia, administração e direção,
dentro do qual sejam incluídos os aspectos relacionados com a gestão
cooperativa e ambiental.
201.
Concentrar os investimentos nos produtores
mais eficientes, levando em conta as características territoriais e o vínculo
com a indústria, encaminhando-as prioritariamente à rega, a recuperação da
maquinaria agrícola, a transportação especializada, bem como novas tecnologias
e equipamento industrial imprescindível para assimilar os incrementos
produtivos e alcançar maior eficiência.
202.
Reorganizar
as atividades da rega, drenagem e os
serviços da maquinaria agrícola para conseguir um uso racional da água, a
infra-estrutura hidráulica e dos equipamentos agrícolas disponíveis, combinando
o uso da tração animal com tecnologias de avançada.
203.
Garantir o serviço bancário especializado
na atenção ao setor agroindustrial que apóie os produtores facilitando a
entrega dos financiamentos e o controlo na sua execução. Fortalecer e ampliar a
atividade de seguros agropecuários propiciando uma maior eficácia na sua
aplicação.
204.
Atualizar e executar programas encaminhados
à preservação e reabilitação dos recursos naturais que são utilizados: solos,
água, bosques, animais e plantas, capacitando os produtores na gestão
ambiental, aplicando com maior rigor as regulamentações estabelecidas e a
sanção pelas suas violações.
205.
Desenvolver com efetividade o programa
de auto-abastecimento alimentar municipal, apoiando-se na agricultura urbana e
suburbana.
206.
Executar
o programa de agricultura suburbana, aproveitando de maneira eficiente as
terras localizadas nas redondezas das cidades e povoados, com o menor gasto
possível de combustível e de insumos importados, utilizando os seus próprios
recursos locais e com amplo uso da tração animal.
207.
Levar
a cabo a transformação gradual da agroindústria alimentar, incluindo o seu
desenvolvimento local, visando um maior aproveitamento das matérias-primas e a
diversificação da produção.
208.
Aplicar os sistemas de gestão da qualidade
dos alimentos em conformidade com as normas estabelecidas e as exigências dos
clientes, para garantir entre outros objetivos a iniqüidade dos alimentos.
209.
A agroindústria canavieira terá como objetivo
primário incrementar de maneira sustentável a produção de cana-de-açúcar, priorizando
o reordenamento das áreas para conseguir a sua aproximação à fábrica de açúcar. No seu desenvolvimento deverá
aperfeiçoar a relação entre a fábrica de açúcar e os seus produtores
canavieiros, aproveitar a tradição canavieira e experiência existente.
210.
Na formação dos preços de compra da
cana-de-açúcar aos produtores deverá se levar em conta o comportamento do preço
do açúcar no mercado internacional, conseguindo também, que seja estimulante
com respeito as restantes culturas, para
garantir o incremento da produção canavieira e o aumento das rendas dos
trabalhadores ligados a esta atividade.
211.
Aumentar gradualmente a produção de açúcar
e dos derivados da cana-de-açúcar,garantindo uma correta organização e
planificação da safra e a reparação industrial, cumprindo com a disciplina
tecnológica para alcançar as receitas em divisas que
permitam financiar os gastos totais de operação, mais o valor dos investimentos
e as reparações que se executarem, realizando finalmente um contribuição
liquida para o país.
212.
Diversificar
as produções canavieiras lavando em conta as exigências do mercado
internacional e interno. Avançar na criação, recuperação e exploração acertada das fábricas
de derivados e subprodutos, priorizando as destinadas à obtenção de álcool,
ração animal, produtos biológicos e outros.
213.
Incrementar os níveis produtivos e a
eficiência na pesca de plataforma, cumprindo as regulamentações pesqueiras,
para conseguir uma exploração racional destes recursos e a preservação do meio
marinho e das costas. A aqüicultura desenvolver-se-á com uma elevada disciplina
tecnológica, e o melhoramento constante da genética. Este setor deverá obter
receitas externas líquidas para financiar a importação daqueles ramos que o
país não tenha a possibilidade de produzir.
214.
A indústria pesqueira deverá incrementar,
com qualidade, o abastecimento de produtos pesqueiros ao turismo e ao resto do
mercado interno em divisas com produções nacionais.
VII. POLÍTICA
INDUSTRIAL E ENERGÉTICA
POLÍTICA INDUSTRIAL
LINEAMENTOS GERAIS
215.
Priorizar na política industrial, como objetivo
fundamental, o fomento das exportações, e a redução dos custos, especialmente do
seu componente importado.
216.
Melhorar a infra-estrutura técnica de normalização,
metrologia, e qualidade, em correspondência com os objetivos priorizados da
exportação e a substituição de importações.
217.
Reorientar a curto prazo as produções do
sector industrial visando garantir os requerimentos dos mercados de inputs
necessários às diversas formas de produção (nomeadamente as cooperativas e trabalhadores
por conta própria), assim como desenvolver a oferta de equipamentos para as
produções em pequena escala, particularmente para o apoio ao desenvolvimento
das indústrias locais, com novos tipos de máquinas e equipamentos de fácil
exploração e manutenção.
218.
Prestar uma atenção prioritária ao impacto
ambiental ligado ao desenvolvimento industrial existente e projetado, em
particular, nos ramos da química; a indústria do petróleo e a petroquímica; a
mineração, em especial o níquel; o cimento e outros materiais de construção;
bem como nos territórios mais afetados; incluindo o fortalecimento dos sistemas
de controlo e monitoração.
219.
Intensificar o processo de reestruturação e
redimensionamento do parque industrial; conseguir a concentração de capacidades
dispersas e garantir o emprego racional de instalações e do equipamento que
ficar em desuso incluindo vendas ou entregas em arrendamento ou usufruto a
trabalhadores por conta própria ou outras formas não estatais de propriedade.
220.
Priorizar a reativação da manutenção
industrial, incluindo a produção e recuperação de partes, peças sobressalentes
e ferramentas.
Lineamentos para os principais sectores
221.
Consolidar a indústria farmacêutica e
biotecnológica como uma das atividades de maior capacidade exportadora da
economia, e incorporar novos produtos ao mercado nacional para substituir
importações.
222.
Desenvolver a indústria de suplementos
dietéticos e medicamentos naturais a partir de insumos nacionais, para o
consumo e a exportação.
223.
Elevar a soberania tecnológica no
desenvolvimento da infra-estrutura de telecomunicações e fomentar o
desenvolvimento de novas plataformas tecnológicas em neurotecnologia,
nanotecnologia, robótica e tele-medicina.
224.
Melhorar a posição da indústria do níquel
nos mercados, mediante o aumento da produção, elevação da qualidade dos seus
produtos e redução dos custos,
alcançando uma melhor utilização dos recursos minerais. Melhorar a reparação e
a manutenção das instalações industriais conforme o programa aprovado.
225.
Executar com celeridade os projetos em
andamento para a exploração de pequenos jazigos de minérios, nomeadamente para
a produção de ouro, prata, cromo, cobre e zinco.
226.
Executar investimentos na indústria
eletrônica e da informática e comunicações, que permitam manter o atingido e o seu
desenvolvimento, segundo as possibilidades econômicas do país, visando
incrementar as exportações, a soberania tecnológica e os serviços, conforme as
prioridades a serem estabelecidas.
227.
Potencializar a organização e o
desenvolvimento de capacidades de serviços profissionais de desenho, bem como a
sua integração aos sistemas empresariais.
228.
Fortalecer as capacidades de prospecção e
vigilância tecnológica e a política de proteção da propriedade industrial em
Cuba e nos principais mercados externos.
229.
Continuar o desenvolvimento do Pólo
Industrial de Cienfuegos, que contribuirá com produtos de alto valor como o
amoníaco, a uréia, e gás liquefeito.
230.
Incrementar a produção de fertilizantes com
a recuperação da fábrica de nitrato de amónio; a reabilitação da planta de
fertilizantes granulados de Matanzas, potencializando o uso de matérias-primas
nacionais como a fosforita e a zeólita. Avançar na substituição de importações
de herbicidas e na modernização das capacidades de produção de cloro e sal,
segundo o previsto.
231.
Desenvolver a produção de pneumáticos
novos, especialmente agrícolas e de transporte; conseguir a reabilitação das
plantas de recauchutagem atingindo as suas capacidades instaladas, assim como a
ampliação da recauchutagem em frio. Potencializar a produção de artigos de
borracha.
232.
Desenvolver as indústrias produtoras de
vasilhames e embalagens a partir de uma concepção integral da atividade.
Priorizar a produção de embalagens necessárias para as atividades exportadoras
e o desenvolvimento agro-alimentar.
233.
Recuperar e incrementar a produção de
materiais de construção para satisfazer os programas de investimentos
priorizados pelo país (turismo, habitações, industriais, entre outros), a
expansão das exportações e a venda a população. Desenvolver produções com maior
valor agregado e qualidade. Conseguir incrementos significativos nos níveis e
diversidade das produções locais de materiais de construção bem como divulgar
suas normas de emprego.
234.
Executar investimentos na metalurgia
ferrosa para o alargamento de capacidades, reduzir os consumos energéticos,
diversificar a produção de laminados longos de aço e de metais conformados,
assim como para melhorar as suas qualidades. Consolidar a cadeia produtiva aço,
arame de aço, arame e potencializar a produção dos seus derivados.
235.
Promover a intensificação da reciclagem e o
aumento do valor agregado dos produtos recuperados, priorizando atividades de
maior impacto econômico com menos recursos e a sua recapitalização, segundo as
possibilidades da economia
236.
Acometer, na indústria mecânica, um
processo de redimensionamento e reorganização produtiva das capacidades
dispersas em vários ministérios, incluindo a realização de investimentos para
renovar máquinas-ferramentas e equipamentos tecnologicamente atrasados e em más
condições técnicas, conforme as possibilidades da economia.
237.
Incrementar as exportações da indústria metal-mecânica,
diversificando os mercados e aproveitando ao máximo as possibilidades do
comércio Sul-Sul, incluído o desenvolvimento de vínculos estratégicos para a
integração, a cooperação e a complementaridade industrial.
238.
Acometer a curto prazo um processo de
reordenamento organizativo e de reestruturação do sistema empresarial da
indústria ligeira que permita a eliminação do excesso nas estruturas e quadros de pessoal, assim
como as transformações técnico-produtivas e gerenciais requeridas.
239.
Modificar o modelo de gestão da indústria
local flexibilizando a sua operação para possibilitar o desenvolvimento de
produções artesanais e o fabrico de bens de consumo em pequenas séries ou à
medida, bem como a prestação de serviços de reparação e manutenção. Isso inclui
a abertura de maiores espaços para atividades não estatais.
Política energética
240.
Elevar a produção nacional de petróleo e
gás acompanhante, desenvolvendo os jazigos conhecidos e acelerando os estudos
geológicos encaminhados a poder contar com novos jazigos, incluídos os trabalhos
de exploração na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Golfo do México
241.
Elevar a capacidade de refinação de
petróleo atingindo volumes que permitam reduzir a importação de produtos
derivados.
242.
Elevar significativamente a eficiência na
geração elétrica dedicando a atenção e os recursos necessários para a
manutenção das fábricas em operação, conseguindo altos índices de
disponibilidade nas plantas térmicas e nas instalações de geração com grupos
electrogéneos.
243.
Concluir o programa de instalação dos
grupos electrogéneos de gasóleo e prestar uma atenção prioritária à instalação
dos ciclos combinados de Boca de Jaruco, Calicito e Santa Cruz del Norte.
244.
Manter uma política ativa na acomodação da
carga elétrica que diminua a demanda máxima e reduza o seu impacto sobre as
capacidades de geração.
245.
Continuar com o programa de reabilitação e
modernização de redes e subestações elétricas
de eliminação de zonas de baixa voltagem
conseguindo as poupanças planificadas pela diminuição das perdas na distribuição
e transmissão de energia elétrica. Avançar no programa aprovado de
eletrificação em zonas isoladas do Sistema Eletro-Energético Nacional, em
correspondência com as necessidades e possibilidades do país, utilizando as
fontes mais econômicas.
246.
Fomentar a co-geração e tri-geração em
todas as atividades com possibilidades. Principalmente se elevará a geração de
eletricidade pela agroindústria açucareira a partir do aproveitamento de bagaço
e de resíduos agrícolas canavieiros e florestais, criando-se as condições para
co-gerar em etapa inativa, tanto em refinação quanto em destilação.
247.
Potencializar o aproveitamento das diferentes
fontes renováveis de energia, fundamentalmente a utilização do biogás, a
energia eólica, hidráulica, biomassa, solar
e outras; priorizando aquelas que tenham o maior efeito econômico.
248.
Priorizar-se-á o fato de atingir o
potencial de poupança identificado no sector estatal e se trabalhará até
conseguir a captação das reservas de eficiência do sector residencial, incluída
a revisão das tarifas vigentes para que cumpra o seu papel de regulador da
procura. Nas modalidades não estatais de produção e serviços –ora por conta
própria, ora em cooperativa– será aplicada uma tarifa elétrica sem subsídios.
249.
Elevar a eficácia dos serviços de reparação
e manutenção dos equipamentos elétricos de cozedura visando alcançar seu
adequado funcionamento.
250.
Estudar a venda livre de combustíveis
domésticos e de outras tecnologias avançadas de cozedura, como opção adicional
e com preços não subsidiados.
251.
Prestar especial atenção à eficiência
energética no sector do transporte.
252.
Conceber os novos investimentos, a
manutenção construtiva e as reparações capitalizáveis com soluções para o uso
eficiente da energia, instrumentando de forma adequada os procedimentos de
supervisão.
253.
Apurar o trabalho de planificação e
controlo do uso dos portadores energéticos, alargando os elementos de medição e
a qualidade dos indicadores de eficiência e índices de consumo estabelecidos.
254.
Projetar o sistema educativo e os meios de
difusão maciça em função do aprofundamento da qualidade e da integralidade da
política voltada para a poupança e o uso eficiente e sustentável da energia.
IX. POLÍTICA PARA O
TURISMO
Lineamentos
255.
O objetivo fundamental da atividade
turística é a captação direta de divisas, maximizando a receita média por
turista.
256.
A atividade turística deverá ter um
crescimento acelerado que permita dinamizar a economia sobre a base de um programa
de desenvolvimento eficiente
257.
Incrementar a competitividade de Cuba nos
mercados, a partir, principalmente, da elevação da qualidade dos serviços,
conseguindo uma adequada coerência na relação qualidade/preço.
258.
Deverão ser aperfeiçoadas as formas de
comercialização utilizando as tecnologias mais avançadas da informação e as
comunicações.
259.
Alcançar o incremento das chegadas,
diversificando os mercados emissores e os segmentos de clientes, elevando os
ritmos de crescimento em correspondência com o desenvolvimento turístico.
260.
Criar, diversificar e consolidar de maneira
acelerada serviços e ofertas complementares ao alojamento que distingam o país,
priorizando o desenvolvimento das modalidades: turismo de saúde marinas e
náutica, golfe e imobiliária, turismo de aventura e natureza, parques
temáticos, turismo de cruzeiros, história, cultura e patrimônio, convenções,
congressos e feiras, entre outras, incluindo o estudo das potencialidades na
costa sul
261.
Aperfeiçoar a
comunicação promocional a nível institucional e empresarial, pontualizando a administração dos recursos e
sua assignação por mercados e técnicas, com a utilização de tecnologia
avanzada.
262.
A atividade não estatal referente ao
alojamento, à gastronomia e a outros serviços continuar-se-á desenvolvendo como
oferta turística complementar à estatal.
263.
Consolidar um esquema integral de
autofinanciamento da atividade turística visando conseguir o seu asseguramento
e um eficiente funcionamento de toda a cadeia que intervém na mesma. Em
particular, será preciso estudar mecanismos de fornecimento às entidades
turísticas que aproveitem as potencialidades de todas as formas produtivas a
escala local.
264.
Desenhar e desenvolver, como parte da
iniciativa municipal dos territórios, ofertas turísticas atrativas como fonte
de receitas em divisas ( alojamento, serviços gastronômicos, atividades
sócio-culturais e históricas, eqüestres, campestres, turismo rural, observação
da flora e da fauna, entre outras).
265.
Dinamizar e estimular o desenvolvimento do
turismo nacional mediante a criação de ofertas que possibilitem o maior
aproveitamento da infra-estrutura criada em hotéis e outros atrativos
turísticos recreativos e históricos. Estudar uma política que possa facilitar
aos cubanos residentes no país viajar ao exterior como turistas.
266.
Elevar a participação da indústria e dos
serviços do país nos recursos que são utilizados na operação e no investimento
turístico contribuindo assim ao desenvolvimento de outros domínios da economia.
267.
Priorizar a manutenção e a renovação da
infra-estrutura turística.
268.
Conseguir uma gestão mais eficiente e
eficaz dos escritórios e empresas no exterior, com o objetivo de captar e
incrementar novas modalidades de turismo e segmentos de mercados de altas
rendas.
X. POLÍTICA PARA OS TRANSPORTES
Lineamentos
269.
Continuar a recuperação, modernização e a
reorganização dos transportes terrestre e marítimo, elevando a eficiência e
qualidade dos serviços de transportação de cargas e passageiros, a partir do
uso mais racional dos recursos.
270.
Garantir a utilização dos esquemas e meios
mais eficientes para cada tipo de transportação, através do aperfeiçoamento do
Balanço de Cargas do país, aproveitando as vantagens comparativas do comboio,
do cabotagem, das empresas especializadas e de contêineres para desenvolver a
transportação multimodal.
271.
Os
investimentos pagar-se-ão com o rendimento destes, os relativas ao
desenvolvimento do combóio e da infra-estrutura portuária e seu equipamento
será financiado fundamentalmente com a poupança de portadores energéticos e
redução das despesas.
272.
Impulsionar o programa de recuperação e
desenvolvimento do caminho de ferro dentro do processo investidor do país,
priorizando o melhoramento e manutenção das vias e a gestão das operações, para
elevar a velocidade de marcha dos comboios , a segurança, a disciplina
ferroviária, e diminuir os tempos de transportação das cargas e os passageiros.
Tudo isso será executado segundo plano e as possibilidades reais.
273.
Desenvolver a frota mercante nacional e os
estaleiros, como forma de propiciar o aumento na arrecadação de divisas e a
poupança por conceito dos fretes.
274.
Elevar a eficiência das operações
marítimo-portuárias, a partir da organização de sistemas de trabalho que
permitam atingir ritmos superiores na manipulação das mercadorias, incluindo a
modernização e a manutenção da infra-estrutura portuária e seu equipamento, bem
como a dragagem dos principais portos do país.
275.
O desenvolvimento gradual da
infra-estrutura portuária terá que ir à par com o financiamento internacional,
cuja devolução estará associada à redução da factura de fretes e às despesas de
estada.
276.
Incrementar o uso dos contêineres e a
eficiência em sua operação, reduzindo os tempos de estadia, elevando a sua
rotação, com uma adequada logística dos armazéns.
277.
Atingir um eficiente programa de investimentos
no desenvolvimento portuário do país, em especial do Mariel.
278.
Fomentar o desenho de novas formas
organizativas estatais e não estatais na transportação de passageiros e cargas,
bem como noutros serviços vinculados com esta
atividade, em correspondência com as características de cada território.
279.
Organizar e priorizar a atenção e a
qualidade dos serviços técnicos em função da manutenção e da disponibilidade
técnica dos meios de transporte, incluindo o sector não estatal.
280.
Desenvolver uma estratégia que permita a progressiva modernização da
frota aérea nacional de curto alcance e a sua eficiente utilização, visando
poder assumir o ritmo de crescimento do turismo e a demanda nacional
281.
Oferecer nas instalações aeroportuárias do
país, serviços de qualidade e competitividade, prestando especial atenção à
redução do tempo de estadia, a simplificação das gestões e a manutenção de
preços e tarifas competitivas na região do Caribe.
282.
Aumentar a transportação de carga aérea
baseada em um melhor aproveitamento das capacidades da frota de passageiros e a
especializada, encaminhadas, em primeiro
lugar, à prestação de serviços com maior qualidade e eficiência que permitam o
incremento das receitas em divisas e trabalhar em ofertas competitivas que
representem a exportação de produtos nacionais e diminuam as despesas das
importações por conceito de fretes.
283.
Oferecer atenção priorizada à transportação
de passageiros, urbana, rural, inter-municipal e inter-provincial, conseguindo
a estabilidade e qualidade dos serviços, garantido sua sustentabilidade, bem
como, o incremento gradual da satisfação da demanda, segundo as possibilidades
do país.
284.
Implementar novas formas de cobrança na
transportação urbana de passageiros em função de minimizar o não pagamento deste e o desvio da
arrecadação.
285.
Garantir o cumprimento, com a qualidade
requerida, do programa de reparação e manutenção da infra-estrutura automotora
das vias, segundo o aprovado no plano da economia segundo as possibilidades
reais do país.
286.
Estabelecer a compra-venda de meios
automotores entre particulares.
XI. POLÍTICA PARA
AS CONSTRUÇÕES, HABITAÇÕES E RECURSOS HIDRÁULICOS
Lineamentos
CONSTRUÇÕES
287.
Continuar aperfeiçoando a elaboração do
balanço da capacidade de construção e de montagem do país devido à sua
importância como instrumento no planejamento eficiente dos investimentos e dos
seus recursos associados.
288.
Elevar a eficiência nas construções,
empregando sistemas de pagamento segundo os resultados e qualidade, aplicando a
dupla jornada nas obras onde for viável, aumentando o rendimento do equipamento
tecnológico e não tecnológico e introduzindo novas tecnologias na construção.
289.
Considerar a criação de empresas
especializadas a nível nacional nas funções de projetos e de construção para
programas como: campos de golfe, shows com golfinhos, marinas, Spas, parques
temáticos e aquáticos que estejam estreitamente ligados à infra-estrutura do
turismo e outros setores da economia que
o requererem.
290.
Concluir o estudo dos preços da construção com
o propósito de modificá-los e implementá-los para identificar corretamente o
valor das construções.
291.
Adotar novas formas organizativas na
construção, tanto estatais quanto não
estatais.
HABITAÇÃO
292.
Os trabalhos de manutenção e conservação do
fundo habitacional deverão receber atenção prioritária, incluindo a adoção de
formas não estatais de gestão no intuito de resolver os problemas habitacionais
da população, bem como o incremento da comercialização de materiais de
construção.
293.
Deverá prestar-se especial atenção ao
asseguramento dos programas habitacionais a nível municipal, a partir das
matérias-primas existentes em cada local e das tecnologias disponíveis para a
fabricação dos materiais necessários.
294.
Adotar-se-ão as ações correspondentes
visando priorizar a construção, conservação e reabilitação de habitações no
campo, levando em conta a necessidade de melhorar as condições de vida e as
particularidades que tornam mais complexa esta atividade na zona rural, com o
objetivo de contribuir com o completamento e a estabilidade da força de trabalho
no sector agro-alimentar.
295.
A construção de habitações deverá ser
organizada baseando-se na adoção de diferentes modalidades que incluirão uma
significativa proporção de esforço próprio, bem como outras vias não estatais.
Promover a introdução de novas tipologias e o uso de tecnologias construtivas
visando poupar materiais, recursos energéticos,
força de trabalho que sejam facilmente executadas pela população.
Estabelecer normas para os trabalhos a serem executados nos elementos comuns
das edificações multifamiliares, que devido a seu grau de especialização
técnica e complexidade não possam ser realizados individualmente pelos
proprietários, os que em todos os casos, deverão ser sufragados por eles.
296.
Satisfazer com a qualidade requerida, pela
indústria de materiais da construção, fazendo ênfase na produção local de
materiais, a demanda para a venda à população com destino à construção,
conservação e reabilitação de habitações.
297.
Estabelecer a compra-venda de habitações e
flexibilizar outras formas de transmissão da propriedade (permuta, doação e
outras) entre pessoas naturais. Agilizar os trâmites para a remodelação,
reabilitação, construção, arrendamento de habitações e transferência de
propriedade, com o objetivo de facilitar a solução das demandas habitacionais
da população.
298.
Incrementar o fundo habitacional a partir
da recuperação de habitações que hoje são empregues em funções administrativas
ou estatais, assim como imóveis que possam assumir funções habitacionais
299.
Os materiais da construção com destino à
conservação, reabilitação e construção de habitações serão vendidos a preços
não subsidiados. Nos casos que for necessário, aplicar-se-á o subsídio às
pessoas, parcial ou totalmente, dentro dos limites planificados.
Recursos
hidráulicos
300.
O balanço de água constituirá o instrumento
de planejamento mediante o qual será medida a eficiência do consumo estatal e
privado com respeito à disponibilidade desse recurso.
301.
Continuar-se-á desenvolvendo o programa
hidráulico mediante investimentos a longo prazo para encarar de maneira mais
eficaz os problemas da seca e do uso racional da água em todo o país, elevando a
proporção da área agrícola com rega.
302.
Priorizar-se-á e ampliar-se-á o programa de
reabilitação das redes, aquedutos e esgotos até a habitação, segundo o planificado,
visando elevar a qualidade da água,
diminuir as perdas, incrementar a sua reciclagem e reduzir conseqüentemente o
consumo energético. Incluir a venda de ferragens e acessórios à população.
303.
Com o intuito de estimular uma cultura
sobre o uso racional da água, estudar o reordenamento das tarifas do serviço,
incluindo os esgotos para conseguir uma diminuição gradual do subsídio, bem
como reduzir paulatinamente o esbanjamento desse recurso. Regular de maneira
obrigatória a medição do gasto de água e a cobrança aos clientes estatais e
privados.
XII POLÍTICA PARA O COMÉRCIO
Lineamentos
304.
Reestruturar o comércio grossista e
retalhista, em função das condições em que vai operar a economia com a
diversificação de formas de gestão da propriedade social e os participantes nos
processos produtivos e de prestação de serviços
305.
Diversificar as quantidades, qualidade e
preços dos produtos e serviços que se oferecem, para satisfazer as demandas dos
diferentes segmentos da população, segundo as suas possibilidades de acesso,
sendo este um dos fatores que contribui para estimular o trabalho.
306.
Enquanto não for atingida a unificação
monetária, conformar-se-á um sistema de
comércio retalhista em dois níveis: deixando ofertas diferenciadas pela sua qualidade
ou características na atual rede em pesos convertíveis e aumentando a qualidade
das ofertas em pesos cubanos.
307.
Formular uma política de fornecimento para
o país que leve em conta a participação dos produtores nacionais e a eficiente
gestão das importações a serem realizadas. É preciso definir as formas de
distribuição grossista, incluindo aquelas que respondam às novas modalidades de
produção e aos serviços não estatais, bem como o alcance e as características
da rede retalhista.
308.
Introduzir formas não estatais de gestão no
comércio, em particular, nos serviços gastronômicos, pessoais e técnicos de uso
doméstico.
309.
Promover a oferta de produtos alimentares
que propiciem conseguir uma alimentação correta, bem como priorizar a venda de
roupa e calçado, de eletrodomésticos, bicicletas e peças sobressalentes,
materiais de construção e ferragens, mobília, úteis do lar,entre outros, como
política de desenvolvimento do consumo.
310.
Reestruturar as ofertas de bens e de
serviços, revendo os preços retalhistas dos produtos que façam parte da cesta familiar
regulamentada, e que se defina que possam ir passando a serem comercializados em venda livre sem
subsídios em pesos cubanos.
311.
Criar e estruturar ofertas de bens e de
serviços à população, de acordo com a demanda solvente dos consumidores,
incluindo os serviços de após-venda. Rever as proibições que limitam o comércio atualmente.
312.
Exercer um controlo efetivo sobre a gestão
de compras e a rotação dos inventários em toda a rede comercial, tanto
grossista quanto retalhista visando minimizar a imobilização de recursos e as
perdas.
313.
Aplicar uma eficaz proteção ao consumidor,
que garanta o cumprimento dos deveres e direitos de todos os prestatários e
consumidores de bens e serviços.
IMPLEMENTAÇÃO DOS
LINEAMENTOS
O Estado, através das suas instituições, organiza, dirige e
supervisiona o processo de implementação dos Lineamentos, bem como os
resultados que se forem obtendo, com a participação dos trabalhadores.
Com estes objetivos, criar-se-á uma comissão do Governo para
conduzir a implementação e desenvolvimento dos Lineamentos, que trabalhará de
maneira permanente nas direções seguintes:
1. Organizar, orientar e controlar o processo de implementação dos Lineamentos.
2. Organizar e
controlar a preparação dos quadros e outras categorias de pessoal que dirigirá
ou executará a referida implementação.
3. Orientar o
processo de controlo que cada organismo ou entidade deve exercer sobre as
medidas que se forem adotando para implementar os Lineamentos e seus resultados.
4. Conduzir a divulgação
adequada do processo.
Como parte da
referida implementação aprovar-se-ão as
normas jurídicas que sejam necessárias para criar a base legal e institucional
que garanta as modificações funcionais, estruturais e econômicas que se
adotarem.
Cabe ao Partido
Comunista de Cuba a responsabilidade do controlar, impulsionar e exigir o
cumprimento dos Lineamentos aprovados pelo VI Congresso de PCC em qualquer
lugar que atuar.
[1] São uma
organização económica, com personalidade jurídica e património próprio, que são
criadas para produzir bens e serviços úteis à sociedade, e assumem todas as
despesas em que incorrem a partir das suas receitas.