Reflexões do companheiro Fidel
PÔNCIO
PILATOS SE LAVOU AS MÃOS
Tão grande foi a pressão contra o bloqueio dos
Estados Unidos de América a Cuba, que no dia
Os factos históricos demonstram a política hegemónica dos Estados Unidos de
América na nossa região e o papel repugnante da OEA como odioso instrumento do
poderoso país.
A fórmula de Insulza é apagar do mapa o criminoso acordo. Raúl declarou em
Cumaná que Cuba jamais se reintegraria à OEA. Utilizando uma frase sucinta de
Martí expressou que primeiro “unir-se-á o mar do Sul ao mar do Norte, e nascerá
uma cobra de um ovo de águia”.
Nessa mesma ocasião respondendo a um hipotético gesto de Obama, que
oferecia conversar com Cuba sobre democracia e direitos humanos, respondeu-lhe
que o Governo de Cuba estava disposto a discutir qualquer tema com ele sob o
mais absoluto respeito à igualdade e soberania de ambos povos. O nosso povo
conhece perfeitamente bem o significado e a dignidade dessas palavras.
Entre as demandas públicas de Obama está a libertação dos sancionados a
prisão por seus traidores serviços aos Estados Unidos, que ao longo de quase
médio século tem estado agredindo e bloqueando a nossa Pátria.
Raúl declarou que Cuba estava disposta a exercer clemência se os Estados
Unidos os recebia e punha em liberdade os cinco heróis antiterroristas cubanos.
Contudo, tanto o Governo dos Estados Unidos como os contra-revolucionários
dentro e fora de Cuba tem reagido com todo tipo de arrogância.
A AP e algumas outras agências de notícias tem insinuado divisões no seio
da direcção revolucionária.
Segundo a AP, “Um destacado activista dos direitos humanos” expressou que
“a maioria das duas centenas de presos cubanos preferem cumprir longas
sentenças na Ilha do que ser trocados por cinco agentes comunistas presos nos
Estados Unidos como tem sugerido o Presidente Raúl Castro.
“É quase unânime entre os presos que não sejam trocados por militares
presos em flagrância, fazendo espionagem nos Estados Unidos”, disse a agência
invocando ao chefe da mal chamada “Comissão Cubana de Direitos Humanos e
Conciliação”. Haveria que ver agora a quais qualifica com esse conceito.O Papa
João Pablo II não distinguia entre presos políticos e presos comuns quando
visitou Cuba e pediu clemência para um número deles. Realmente nos Estados
Unidos a maioria dos qualificados como presos comuns são, em geral, as pessoas
mais pobres e discriminadas.
“Obama, porém- expressa mais para a frente a agência AP-, poderia padecer
consequências políticas graves se acedesse trocar os cinco agentes comunistas
condenados por espionagem no ano 2001. O chefe do grupo foi implicado na morte
de quatro exilados quando os seus aviões foram derrubados por aviões de guerra
cubanos no ano
O hipotético líder mercenário foi micro-fraccionário provinha da juventude
do antigo Partido Comunista que depois integrou o novo partido criado pela
Revolução. Quando nos vimos na necessidade de discordar com a URSS pela decisão
incorrecta de negociar um acordo sobre a Crise de Outubro com os Estados Unidos
sem consulta prévia com o nosso país, o sujeito se tornou inimigo da Revolução.
Serviu à superpotência durante todo o mandato de Bush. Agora se da ao luxo de
ser instrumento para ameaçar o Obama.
A AP não diz nem sequer uma palavra sobre as prisões perpétuas impostas em
julgamentos manhosos aos Cinco Heróis, as mentiras elaboradas com a
cumplicidade das autoridades, o tratamento cruel que têm recebido e mais muitos
factos relacionados com o caso. Essas são as calúnias que foram publicadas em
muitas mídias do mundo.
Quando a saúde de algum dos mercenários o requeria, o Governo de Cuba nunca
deixou de exercer a clemência, sem que os Estados Unidos o exigissem.
O Governo de Cuba, por outro lado, nunca praticou a tortura, é uma questão
reconhecida pelo mundo. O Presidente de Cuba não pode ordenar o assassinato de
um adversário.
Tem condenado o novo Presidente dos Estados Unidos essa odiosa prática? No
caso que o faça, podem acreditar em mim, não hesitarei em reconhecer a
impressão de sinceridade que nos deu a todos inicialmente.
Amanhã voltaremos a reunir-nos com Daniel. Em menos tempo daquele que teve que
esperar no avião de LACSA
Fidel Castro Ruz
Abril 23 de 2009
14:54 hrs