Reflexões do companheiro Fidel
Mais notícias sobre
as angústias do capitalismo.
Eu lia hoje os telexes de 11 de março. Continuavam
chovendo informações sobre a crise econômica internacional.
Desta vez falou o Prêmio Nobel de Economia Joseph
Stiglitz, conhecido economista, muito citado pela imprensa e os círculos acadêmicos.
A Agência de Notícias francesa AFP, fala de sua declaração de ontem na cidade
de São Paulo, Brasil.
“O pacote estadunidense de
resgate econômico do presidente Barack Obama de mais de 700 bilhões de dólares é
‘muito melhor do que a resposta de Bush em
“Devemos ver as coisas em perspectiva. (O presidente
George W.) Bush estava paralisado e as coisas pioravam cada dia sem que nada
fizesse.
“Lembrou
que ‘muitos países emergentes se converteram em vítimas inocentes da crise. A
ironia é que enquanto o governo estadunidense dava lições sobre regras e
instituições nos países emergentes, suas políticas eram um fracasso total’.
“Por causa disso, a crise hoje é severa no mundo todo e países como o Brasil
vão sofrer a sério, sublinhou Stiglitz ao jornal que o consultou sobre a queda
de 3,6% da economia brasileira no quarto trimestre do ano passado, a mais forte
desde igual período de 1996, e divulgada na terça-feira.
“Além disso, alertou que a
pesar de que ‘existe um acordo global de não recorrer ao protecionismo’ muitos pacotes de auxílio ‘têm
medidas protecionistas em sua base e os que mais sofrerão serão os países em
desenvolvimento'.
A agência Reuters, informa que “Severstal, a
maior siderúrgica da Rússia, anuncio una quarta-feira que tenciona eliminar entre 9000 e 9500 empregos nas aciarias de
seu país, em resposta à fraca procura mundial, e que também faria despedimentos
em suas minas de carvão e mineral de ferro.
“As
siderúrgicas russas se juntaram a suas rivais de outros países no recorte de
sua produção durante o quarto trimestre, ainda que até agora tivessem evitado
os despedimentos maciços devido à natureza politicamente sensível de tal medida.
“Também
se planejam reduções adicionais de empregos em suas jazidas de carvão e de mineral
de ferro na Rússia’, disse Mordashov.
“Severstal
diminuiu sua produção em várias plantas da Rússia, Itália e dos Estados Unidos
durante os últimos meses, devido à queda na procura de aço. Em fevereiro, informou
que a produção de aço cru, no quarto trimestre, caiu 48 por cento relativamente
ao período anterior.
Essa própria agência, em um telex procedente de Dar-es-Salaam,
publica que:
“’A
China pode guiar o mundo fora da crise econômica graças a suas saudáveis reservas internacionais,
seu grande superávit comercial e seus investimentos maciços ao redor do mundo’,
disse um assessor do Secretário-geral das Nações Unidas.
“A China, por enquanto, tem suportado a turbulência
econômica melhor do que a Europa ou os Estados Unidos, embora a queda das duas
últimas economias prejudicasse muito seu setor exportador, provocando fechamentos
de fábricas e perda de empregos.
“’Espero que a China possa guiar o mundo fora desta crise
primeiro’, expressou Jeffrey Sachs, assessor do Secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, em uma entrevista com
Reuters na tarde da terça-feira.
“Eles
não tinham uma borbulha tão grande como nos Estados Unidos ou na Europa. A China
tem grandes quantidades de reservas de divisas, um grande superávit comercial, muito
investimento. A China tem os meios para iniciar primeiro a recuperação. Se isso
tiver êxito neste ano, então se estenderia para outras economias.
“A China, a terceira economia mundial, usualmente
maneja um superávit de conta corrente, com vastas exportações e importações
relativamente limitadas.
“A informação econômica publicada na
quarta-feira mostrou que as exportações chinesas cambalearam em fevereiro devido
a que o país sentiu todo o impacto da crise financeira global, mas a despesa de
capital se acelerou com a ajuda do pacote de estímulo maciço do governo.
“O
país possui cerca de 2 milhões de milhões de dólares em reservas de divisas. Seu
atual superávit de conta corrente atingiu os 440 bilhões de dólares para o
final de 2008, até 20 por cento sobre o do ano anterior, segundo as
estatísticas oficiais.
“A ONU já disse que seriam necessários 72
bilhões de dólares para ajudar a África, uma fração daquilo que os Governos da
Europa e dos Estados Unidos colocaram para ressuscitar suas economias”.
Para os países do Terceiro Mundo não vem esperança
alguma nem de Nova Iorque nem de Washington.
Fidel Castro Ruz
12 de março de 2009
10h:14